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Viola Davis fala sobre o que é depender da “estrutura de poder branca”

Em entrevista ao The New York Times, a atriz voltou a falar sobre a desigualdade entre atores negros e brancos em Hollywood

Por Da Redação
18 dez 2020, 13h26

Viola Davis é Ma Rainey em A Voz Suprema do Blues, adaptação para o cinema da peça de August Wilson estreada em 1984. Na trama, que estreia nesta sexta-feira (18) na Netflix, a cantora de blues é pioneira na indústria musical de Chicago dos anos 1920, majoritariamente dominada por pessoas brancas.

“Em A Voz Suprema do Blues, todos estão lutando por seu valor”, diz a atriz ao jornalista David Marchese, do The New York Times, “e aquilo que nos impede de avançar é sermos negros. Era o que eu queria mostrar. Não, ‘mostrar’ não é um bom termo para um ator. Queria que aquilo fosse parte de Ma Rainey. Queria que as pessoas vissem o que existe no cerne de seu ser. E essa qualidade é: ‘conheço meu valor’”.

Na entrevista em questão, Viola falou, principalmente, sobre ser uma atriz negra em Hollywood e a questão da desigualdade salarial entre atores brancos e negros na indústria cinematográfica.

Viola Davis como Ma Rainey, em
Viola Davis como Ma Rainey, em “A Voz Suprema do Blues” (David Lee/Netflix/IMDb/Reprodução)

“O que está acontecendo agora em nosso setor é que se vê mais conteúdo negro, porque há 500 séries de TV em cartaz. O que falta é autonomia. O que falta é agência. Se a pessoa quer trabalhar, e só, existe trabalho disponível. Mas se ela quer jogar de igual para igual com os colegas brancos, existe um problema, porque ela tem de depender de estruturas de poder brancas para aprovar filmes, para liberar verbas, para aceitar roteiros”, declara a atriz.

Viola já havia falado sobre as desigualdades entre atores negros e brancos em ocasiões anteriores. Em um de seus vídeos que se tornaram virais está uma entrevista concedida a Tina Brown, em que fala que é constantemente chamada de “a Meryl Streep negra”, mas que não pode ser comparada a atriz devido as desigualdades de oportunidades entre elas. “Eu tenho uma carreira, provavelmente, comparável a da Meryl Streep, Julianne Moore (…) Elas têm a mesma trajetória que eu, e ainda assim eu não estou nem perto delas, nem em relação à dinheiro, nem nas oportunidades de trabalho”, disse Viola na ocasião.

Ao NY Times, ela afirma que a situação não mudou dois anos depois. “Muitas vezes o que acontece é uma falta de oportunidade. Se existem 200 roteiros flutuando em um estúdio, à espera de produção, os papéis principais em muitos desses filmes não serão destinados a mulheres negras”, diz. “Se você não teve papel principal em um filme que tenha faturado US$ 1 bilhão no mercado internacional, e não puder usar isso para ser escalado para um filme de David Fincher que fatura US$ 500 milhões, e não puder usar aquilo para ser escalado para um filme de Christopher Nolan que fatura US$ 600 milhões, o valor da sua pedida não poderá subir.”

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Última atuação ao lado de Chadwick Boseman

Em A Voz Suprema do Blues, Viola pode contracenar, pela segunda e última vez, com Chadwick Boseman. O ator, que ficou conhecido também por Pantera Negra e que faleceu em agosto deste ano, interpretou Leeve, trompetista e oponente de Ma Rainey na trama.

Ao NY Times, Viola falou sobre a evolução de Boseman como ator. “Ele confiava mais em suas escolhas. Não sentia mais a necessidade de ocultar sua integridade. Sim, Chadwick Boseman tinha se transformado em ‘Chadwick Boseman de Pantera Negra‘, mas você precisa deixar isso na porta para interpretar Levee. Precisa deixar Chadwick na porta”, declarou. “[Chadwick] era um artista total. Doava-se totalmente ao personagem. Chadwick Boseman era assim aos 42 anos. Não posso nem lhe dizer que felicidade era trabalhar com ele”, finalizou.

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