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3 lojas online para garimpar móveis e objetos vintage

Esses perfis fazem sucesso graças à curadoria esperta para deixar a sua casa dentro da tendência de memória afetiva

Por Paula Jacob
19 jan 2023, 08h01

Uma das formas de transformar a decoração da casa e personalizar cada cantinho é garimpar os móveis e objetos decorativos. Além da estética, porém, essa prática também faz parte de um consumo mais consciente, aproveitando coisas que já existem por aí e só precisam de uma segunda (terceira, quarta, quinta…) chance de ressignificar a sua história. Por isso, conversamos com os fundadores de 3 lojas online de garimpo para você conhecer e se inspirar na prática. Vem ver:

Jardin Velharia

Ina Amorozo e Jean Manuel dividem o trabalho, os filhos e a vida. Juntos, eles tinham quatro cafeterias no centro de São Paulo (entre elas, dentre elas o Jardin do Centro e Quintal do Centro) que, por conta da pandemia, tiveram que fechar. “Infelizmente, o lockdown nos atingiu como uma marreta, assim como outros empreendedores do segmento de alimentação. Por força das consequências econômicas causadas por ela, tivemos de fechar de ‘sopetão’ todos os cafés”, contam. Com a necessidade de vender equipamentos e o mobiliário antigo dos espaços, que já era bastante cobiçado pelos clientes, eles resgataram um sonho: ter uma loja garimpo. “Com esse objetivo, fizemos um grande saldão dos móveis do Jardin e do Quintal, que foi um sucesso. Nesse momento, percebemos que seria a hora de colocar nosso plano em prática.”

3 lugares para garimpar móveis e objetos
(Produção Histórias de Casa. Fotografia Rafaela Paoli/Divulgação)

O mix de produtos do @jardinvelharia é bastante eclético, mas predominam móveis e objetos popularmente encontrados nas casas dos brasileiros, principalmente entre os anos 1970 e 1980. No acervo, é possível encontrar (se tiver sorte, porque o garimpo tem disso) desde móveis assinados e raridades até peças mais acessíveis, com seu charme. “Como sempre garimpamos por hobbie, tivemos certa facilidade. É comum nos surpreendermos com peças aparentemente simples que, ao serem divulgadas são super cobiçadas, ou mesmo o contrário: peças que achamos incríveis mas demoram à deslanchar. O bacana de lidar com garimpos e memórias afetivas é que você nunca sabe ao certo quando e como irá acessá-las no seu público”, conta Ina.

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Com entregas disponíveis para o Brasil inteiro, com vendas feitas, quase em sua maioria, por meio do site e do aplicativo próprio, o Jardin Velharia encontra nas redes sociais uma forma de firmar contato com seus clientes. “Quando iniciamos, nosso contato com o público era predominantemente pelas redes sociais, e de maneira muito intensa. Vale lembrar que o contexto inicial intensificou a nossa transição de uma relação física para uma interlocução mais digital. Hoje, já diversificamos bastante nossas formas de contato.” O desafio, segundo os proprietários, está em driblar os algoritmos das plataformas para conseguir divulgar de forma orgânica os produtos e ensaios. 

3 lojas online para garimpar móveis e objetos
Entre os hits de vendas, estão os móveis de madeira e as cadeiras de palhinha. (Produção Histórias de Casa. Fotografia Rafaela Paoli/Divulgação)

Apesar disso, os empresários enxergam a internet como um grande facilitador e catalisador da ideia de garimpo. “Pela nossa experiência de vida, o garimpo sempre esteve presente na vida de quem não podia comprar algo novo, em bazares beneficentes, brechós de bairro e brechós de igreja, por exemplo. O que sentimos é que a internet ajudou a atingir um público mais específico, aquele que além de buscar um melhor custo benefício ao mobiliar seu espaço, valoriza também peças com design mais original, exclusivo e com materiais antigos”, explicam. 

E se você ainda não está convencido de comprar um móvel novo-velho para a sala, Ina te dá uma mãozinha: “O principal benefício do garimpo é a economia. Levando em conta a qualidade e durabilidade dos materiais e o design das peças, mesmo as mais caras apresentam um alto custo benefício. O segundo, e não menos importante, é o reuso, uma prática altamente sustentável no segmento de móveis principalmente, cuja cadeia produtiva envolve várias etapas que impactam negativamente o meio ambiente, como por exemplo a extração de madeira e fibras naturais até o intenso transporte rodoviário”. Sem esquecer, claro, daquela sensação de história que pode ir morar com você. “É fascinante pensar que aquele móvel garimpado tem, às vezes, o dobro da sua idade e já viveu bastante outras histórias!”

Studio Mathinna

3 lojas online para garimpar móveis e objetos
(Ítalo Almeida/Divulgação)

Se você adora miudezas, não deixe de acompanhar o feed do @studio_mathinna. Criado pela arquiteta e diretora de arte Andréia Farias, o perfil oferece jogos de louças, vasos, pequenos móveis e muita cerâmica. “A reciclagem é uma tendência mundial. E a pandemia fortaleceu essa tendência, principalmente no ramo do Mathinna. As pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e, com isso, surgiu a necessidade de deixar o ambiente mais acolhedor. Nesse sentido, peças antigas, que remetem a nossas mães e avós, têm um significado especial”, conta ela. 

Da mesma forma que para Ina e Jean, o garimpo sempre foi uma parte importante na rotina de Andréia. “Imagino que o hábito de buscar objetos de segunda mão tenha vindo por conta da minha formação acadêmica. Durante a pandemia, tive a ideia de colocar parte do acervo à venda pelo Instagram e, aos poucos, o negócio foi ganhando corpo, no boca a boca, com crescimento praticamente orgânico.” Aliás, a rede social é, por enquanto, a única plataforma de venda e contato com o público — a ideia é inaugurar um site proprietário ainda neste primeiro trimestre.

3 lojas online para garimpar móveis e objetos
(Ítalo Almeida/Divulgação)

Com dias organizados para vendas especiais, principalmente aos sábados, o Mathinna reúne até inspirações de como você pode usar as peças em casa com fotos produzidas com muito cuidado e bom gosto. “Ele segue uma linha que mistura objetos que podem ser usados tanto no dia a dia quanto como decoração. Um exemplo disso são os pratos e louças, que respondem pela maior parte das vendas”, conta Andréia, que entrega para o Brasil todo, mas tem São Paulo como sua principal praça.

Tapilogie

3 lojas online para garimpar móveis e objetos
(Tapilogie/Divulgação)

O cuidado na seleção de Mariana Wakim torna a @tapilogie o perfil ideal para quem busca um tapete que transforme qualquer espaço da casa. As peças, dos mais variados tamanhos, são sempre de materiais naturais e oriundas de países que têm a confecção manual como tradição — coloque na lista Irã, Paquistão, Afeganistão, Turquia, China, Índia… Os queridinhos do público consumidor são os Kilims, aqueles que podem ser usados de ambos os lados e têm motivos geométricos e coloridos.

“Sempre fui garimpeira, tanto com roupa quanto com decoração, mas, até pouco tempo atrás, quando falávamos em brechó, a maioria das pessoas no Brasil ainda tinha um estigma de lugares escuros, pouco organizados, com cheiro de naftalina e uma curadoria sem muito critério. Acredito que esse imaginário já mudou muito. E a combinação de curadoria com tecnologia e internet é o que impulsiona cada vez mais o mercado para o mainstream.”

A ideia também veio durante a pandemia, quando Mariana estava garimpando coisas para a sua casa, daí surgiu uma relação bonita dela com os tapetes vintage. Entendendo um pouco mais sobre quais modelos lhe agradavam, ela foi buscando informações sobre a origem e os estilos existentes. “Me encantei pois vai muito além de apenas uma peça de decoração: a história dos povos que os confeccionam e a história que cada tapete conta em termos de padronagens e marcas do tempo me fascinou”, conta ela.

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3 lojas online para garimpar móveis e objetos
(Tapilogie/Divulgação)

A loja de garimpos começou no Instagram e, poucos meses depois, também já era possível fazer as escolhas pelo site, com entregas para o país todo. Ano passado, somou-se ainda o espaço físico, com hora marcada, para conhecer os modelos de pertinho. “O Instagram segue sendo a nossa principal mídia para comunicar com nossos clientes: é onde mostramos as novidades, anunciamos os lançamentos, tiramos as dúvidas. Tenho um contato super próximo com eles e tento passar o máximo de informações sobre os tapetes — por serem peças de segunda mão, é importante falar dos defeitinhos, marcas de uso, características…”

Uma magia que só a compra de segunda mão pode oferecer, né? “Da perspectiva do consumo consciente, a melhor opção é fazer circular o que já está no mundo — o antigo para uns é novidade para outros, sendo preferível sempre ressignificar a produzir algo do zero. Fora que é muito divertido! Garimpar é sair sem saber bem o que está buscando, e se deixar surpreender. Levar consigo as peças que te fazem sentir conexão. Acho que isso trás uma dimensão de afetividade, tanto para a casa quanto para o guarda-roupa.” Não há como discordar!

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