Cinema francês inspira décor de apartamento com peças garimpadas
Dos móveis aos azulejos, casal de moradores trouxe a estética vintage para compor ambientes românticos e modernistas
O romantismo vintage do cinema francês, somado à contemporaneidade do design modernista, serviu de inspiração para a decoração do apartamento de Mariana Wakim e Luís Vilela, um casal apaixonado por decoração e cultura que compartilha o gosto em garimpar antiguidades. O hobby, que se tornou um estilo de vida e profissão para Mari, fundadora da Tapilogie — plataforma de venda de tapetes usados —, tomou conta do espaço de 160 m2, localizado em um prédio antigo, em São Paulo.
Sob supervisão do escritório Mana Arquitetura, o casal, que sempre viveu em imóveis alugados, conseguiu imprimir sua estética e personalidade no primeiro apartamento próprio. “Quando chegamos nesse apê, ele estava completamente detonado e inabitável, mas era exatamente o que queríamos. De cara, conseguimos ver o potencial que ele tinha. A obra demorou seis meses e, apesar de toda a dificuldade que é fazer uma reforma grande assim, todos os dias sentimos que valeu muito a pena”, compartilha Mariana.
Durante a reforma, espaços foram integrados. O imóvel, que já era rico em iluminação natural, recebeu linhas retas e materiais rígidos como madeira e concreto, além da marcenaria neutra. Os destaques ficam a cargo do mobiliário vintage, bem como quadros, tapetes e livros, que juntos compõem a essência do casal. A inspiração partiu dos clássicos, dentre eles, Conto da Primavera, Noites de Lua Cheia e a Colecionadora, filmes dirigidos por Eric Rohmer no qual os interiores são mais um personagem em cena.
O desejo de tornar o apartamento a figura central de suas vidas não foi à toa. Luís e Mari têm seus garimpos como verdadeiros tesouros, já que são peças repletas de memória. Entre as favoritas, o casal destaca o lustre vintage da sala de jantar, encontrado num domingo em uma Feira do Bixiga, a tela pintada com desenhos orientais que fica na parede de maior destaque da sala de estar, garimpada em um “Família Vende Tudo”, o sofá da sala de TV, peça dos anos 1970 criada pelo designer italiano Vico Magistretti, que foi arrematada em um leilão por 1/10 do valor de mercado e o imenso espelho da sala de jantar, comprado no antiquário Jardin Velharia.
Por fim, como não poderia ser diferente, outro destaque são os tapetes do apartamento, peças garimpadas para a Tapilogie, mas que não conseguiram desapegar. “Só na sala temos três, e para o nosso quarto escolhemos uma tapeçaria de parede chinesa. Trata-se de uma imagem da ave da sorte ‘Tsuru’ que garimpei em minhas andanças do acervo de um colecionador de tapeçaria oriental”, conta Mari.
O casal é tão viciado em achar esses “tesouros” que até os azulejos do banheiro foram encontrados em cemitérios de azulejo — lojas especializadas em revestimentos antigos, sejam eles clássicos ou que já tenham saído de linha do mercado convencional. “Optamos por buscar nesses espaços, pois foi o único lugar onde encontramos a estética que desejávamos”, finaliza.