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Índia: um roteiro por 3 cidades imperdíveis nesse país das multidões

Apesar da multidão inevitável (são mais de um bilhão de pessoas), o país te convida a experimentar da gastronomia à arquitetura

Por Viviane Auerbach
26 fev 2023, 08h29

–“Selfie, madam?”. A pergunta é onipresente a qualquer viajante pelas ruas de Délhi, Udaipur e tantas outras cidades da Índia. Os locais, especialmente em pontos turísticos, se encantam ao ver estrangeiros zanzando pela cultura, gastronomia e Deuses indianos, a ponto de sacar seus smartphones com sorrisos e sinais de V com os dedinhos.

Prontamente, aparece uma família alegre para completar as fotografias. O idioma não é um empecilho. Mesmo com mímica a foto sai e, logo, cada grupo se separa, para cedo ou tarde, encontrar mais um pedido de foto pelo caminho.

Detalhes da arquitetura do portão de entrada do Jahangiri Palace
Detalhes da arquitetura do portão de entrada do Jahangiri Palace (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

A curiosidade pelo estrangeiro e por como o mundo os vê fica clara quando um visitante é abordado em algum aeroporto, loja ou restaurante: “Onde você já foi?”, “O que mais gostou?”, “E a comida, muito picante?”. A simpatia e o bate-papo também são especialidades.

A usual insistência de vendedores em países em desenvolvimento, por estas bandas, porém, é bem diferente. Muito mais rara, suave e sempre com um interesse alegre rapidamente transformado em conversa. Até a longa permanência do Império Britânico fica clara: uma dificuldade em agir sem antes confirmar protocolos com a hierarquia direta e a burocracia estatal são alguns destes sintomas que permaneceram.

Udaipur, a queridinha dos viajantes na Índia

As construções em Udaipur
As construções em Udaipur (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

Sem dúvida, a mais rica cidade da Índia é também uma das mais modernas. Conhecida como “a cidade dos lagos” e “a Veneza do Oriente”, Udaipur une a tradição indiana de templos e palácios ao lado da melhor prática turística: o comer, o beber e o passear.

Panorâmica do Lago Pichola, também em Udaipur: ele é artifical, feito de água doce, em 1362
Panorâmica do Lago Pichola, também em Udaipur: ele é artifical, feito de água doce, em 1362 (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

A antiga capital do reino de Mewar — fundado por volta de 530 d.C. e governado pelos Rajput que, como nos conta a mitologia Hindu, são os descendentes diretos dos guerreiros da Índia védica —, esbanja terraços com restaurantes, bares e hotéis. O ponto principal, o lago Pichola, artificial e de água doce, criado em 1362, é cercado de construções claras, que também dão para ela mais um apelido: a cidade branca.

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Detalhes do templo hindu Jagdish Temple, em Udaipur
Detalhes do templo hindu Jagdish Temple, em Udaipur (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

O clima meio hippie, meio romântico joga Udaipur no centro da peregrinação turística. É uma das cidades favoritas em qualquer roteiro atual e vemos muitos europeus flanando por entre as ruas cheias de lojas.

Músico de rua em Udaipur
Músico de rua em Udaipur (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)
Pintura na parede de um bar em Udaipur
Pintura na parede de um bar em Udaipur (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

O City Palace, um dos mais famosos pontos turísticos da cidade, foi construído por 22 gerações de Marajás durante um extenso período de tempo a partir de 1559. O complexo tem onze pequenos palácios interligados. Erguido em granito e mármore, em uma mistura atemporal de arquitetura medieval, europeia e chinesa, fica bem no cume do Pichola, garantindo as melhores paisagens da cidade. Guarde ao menos três horas para conhecer o palácio e chegue cedo. Essa joia lota ao longo do dia.

Entardecer em Udaipur
Aqui, o belíssimo entardecer em Udaipur (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

Varanasi, a sagrada

O nome do rio vem em masculino, mas uma Deusa reina ali, Ganga. O mais sagrado na cultura hindu é a personificação da esposa de Shiva. A cidade ninguém sabe ao certo quando começou a ser construída. Alguns falam em cinco mil anos, outros em três.

Na mitologia, a história conta que Shiva andou pelas margens do rio e assim nasceu a cidade. Ele é o Deus da transformação, por isso é o lugar sagrado das cremações. A transformação final acontece por lá. Da vida para a morte.

Rickshaw no centro de Varanasi
Rickshaw no centro de Varanasi (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

A cidade é, sem dúvida, conhecida por suas cremações. Mas não é exatamente como imaginamos. Não vemos mortos descendo o rio. Existem crematórios, e ali os turistas podem acompanhar o ritual, um pouco distantes e sem fotografias.

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Já na cidade, muitas vezes podemos ver um cortejo passando por entre as vielas enquanto tomamos um lassi de manga — bebida tradicional feita de iogurte, água, especiarias e frutas. Não é algo particularmente chocante. Ao contrário. Os indianos têm, em sua grande maioria, uma visão muito diferente da morte: não é o fim, é uma passagem.

O rio é dividido em escadarias, as ghats, onde pulsa a vida no entorno. Banhos, uma hidratação de pele e cabelo com óleo de amêndoas, comércio, encontros, rituais, agradecimentos, pedidos, tudo acontece por ali. Aula de yoga ao amanhecer? Temos também. Aberta ao público. É só trazer o tapetinho e fazer a sua saudação ao sol. Separe ao menos dois dias para essa cidade que vibra fé.

Sua Majestade, o Taj Mahal

A vista de manhã do Taj Mahal, em Agra
A vista de manhã do Taj Mahal, em Agra (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

A imensidão de sua presença é sentida pelo olhar. O Taj Mahal fica em Agra, cerca de 200 quilômetros de Nova Délhi. Uma estrada estalando de nova nos leva até lá. É, sem dúvida, o caminho mais famoso da Índia.

Dificilmente um turista passará pelo subcontinente e não colocará os pés em um dos mausoléus mais famosos do mundo. Aqui, pode parecer uma surpresa para alguns desavisados, mas não, não temos um palácio e, sim, um mausoléu.

Palácio dentro do Forte de Agra, Patrimônio Mundial pela Unesco
Palácio dentro do Forte de Agra, Patrimônio Mundial pela Unesco (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

A obra foi feita entre 1632 e 1653. E a história Jorge Ben nos contou. Sha Jahan, um imperador mongol e muçulmano, tinha uma favorita entre suas esposas, Mumtaz Mahal, que significa a joia do palácio — seu nome original era Aryumand Banu Begam, mas, ao se casarem, as mulheres precisavam mudar o nome, como dizia o costume.

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Mumtaz faleceu no parto do seu 14° filho. Sha ficou arrasado e, então, decidiu construir o maior mausoléu já visto para homenagear e provar seu amor. Não poupou esforços e recursos. Trouxe milhares de homens para o trabalho, toneladas de mármore e pedras preciosas.

Detalhe de uma parede em Agra Fort
Detalhe de uma parede em Agra Fort (| Foto: Marco Ponce/Divulgação)

O prédio é flanqueado por duas mesquitas, quatro minaretes e no seu interior são dezenas de citações do Alcorão, livro sagrado islâmico. Além das pedras preciosas incrustadas por todos os lados, a cúpula foi totalmente desenhada com fios de ouro. Claro que, em se falando de uma das sete maravilhas do mundo ainda em pé, o lugar lota. O ideal é chegar bem cedo e aproveitar a tradicional neblina que encobre tudo.

Mas não importa o horário, sem dúvida o Taj Mahal vai conseguir deixar qualquer viajante boquiaberto. Sha Jahan e Mumtaz Mahal se asseguraram que fosse assim, “a mais linda história de amor”.

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