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Indicada ao Oscar, lançando álbum e livro infantil: Cynthia Erivo faz tudo! E brilha demais

Atriz, cantora, escritora... A britânica fala com exclusividade a CLAUDIA sobre a pausa forçada pela pandemia e os novos trabalhos nas telonas

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 abr 2024, 14h21 - Publicado em 15 out 2021, 14h00
CYNTHIA ERIVO
 (Thomas Whiteside/Trunk Archive//Divulgação)
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sando um vestido dourado, Cynthia Erivo, 34 anos, subiu ao palco do Oscar, em 2020, para cantar Stand Up, música que compôs para o filme Harriet. Além de concorrer ao prêmio de Melhor Canção Original, ela ainda estava no páreo para Melhor Atriz por sua interpretação da jovem escrava negra que conseguiu fugir e ainda libertar dezenas de outros escravos, uma história real.

Cynthia não levou as estatuetas, mas foi ali que passou a ser conhecida pelo mundo todo. Não que antes ela passasse despercebida. A atriz britânica tinha conquistado a crítica em musicais londrinos antes de se mudar para Nova York, onde interpretou, na versão da Broadway, o mesmo papel cinematográfico de Whoopi Goldberg em A Cor Púrpura.

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Pelo trabalho, ela ganhou um Grammy, um Emmy e um Tony, feito para um grupo muito seleto de artistas. Mas não é isso que move Cynthia. A fama, aliás, não é sua referência de sucesso. “Para mim, sucesso é encontrar espaços que me fazem feliz. Parece bobo, mas ser feliz é uma necessidade básica e algo muitas vezes negligenciado. Se acordo de manhã para fazer algo e não me sinto preenchida, não entendo o propósito daquilo, não há sentido em continuar”, explicou durante entrevista a CLAUDIA.

“Claro que tenho dias tristes, como todo mundo. Mas entendo que, no macro, nas minhas escolhas para viver, sou feliz. Eu me consulto sobre isso frequentemente, para saber se estou no caminho certo”, fala a estrela, que lançou recentemente seu primeiro álbum solo, Ch. 1 Vs. 1.

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Foram dois anos compondo músicas para que conseguisse expressar seus sentimentos e apresentar um projeto absolutamente autoral. Aí veio a pandemia e mudou completamente o curso natural da gravação de um álbum.

“A partir da metade do processo, eu não podia mais ir para o estúdio, mas meu excelente produtor me arrumou um kit portátil completo de gravação que eu carregava comigo. Algumas vezes, gravamos pelo Zoom, para eu estar com a equipe. Eu só tive que aprender a mexer com tecnologia, foi a maior dificuldade”, conta rindo.

cynthia erivo
(Thomas Whiteside/Trunk Archive//Divulgação)
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“É um álbum de observação não só de mim mesma, mas do mundo. Meu desejo é que provoque as pessoas, faça com que olhem para si mesmas, para os outros e a pensem em como podem existir de uma forma melhor.”

O empecilho físico da gravação do álbum não foi o único na carreira de Cynthia durante a pandemia. Alguns projetos gravados foram adiados e lançados posteriormente, como é o caso de Genius: Aretha, série da National Geographic que apresenta grandes figuras mundiais. E foi assim que Cynthia se tornou Aretha Franklin nas telas, a rainha do soul.

“Esse era um sonho que eu nem sabia que tinha até realizá-lo. Aretha é um ídolo. Admiro a capacidade dela de contar histórias através da música. Fiquei tão grata por essa oportunidade e feliz quando finalmente foi lançado”, diz ela, que ainda deve estrear este mês o filme Needle in a Timestack, dirigido por John Ridley, o mesmo de 12 Anos de Escravidão e que, em 2022, surgirá como a Fada Azul na versão live-action de Pinocchio.

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“A minha agenda estava bem corrida antes da pandemia, mas eu não me importava, porque estava fazendo tantas coisas incríveis. Quando veio o isolamento, porém, e diminuí o ritmo, entendi que precisava de um tempo. Estava exausta e era urgente me reenergizar”, conta.

“Demorou muito tempo para eu me sentir confortável sendo eu mesma. A confiança não depende do olhar alheio, mas do nosso. sinto que cheguei num bom lugar”

Cynthia não parou de trabalhar completamente, mas aproveitou os momentos de pausa para repensar a vida. “Arrumei tantas preocupações que algumas ainda me acompanham”, fala rindo de si mesma. “Mas quis entender o que me fazia verdadeiramente plena, satisfeita. Percebi a importância de cuidarmos uns dos outros. Liguei para meus amigos e família com mais frequência, perguntava como eles estavam. Decidir tornar isso uma prioridade na minha rotina e quero levar o hábito mesmo quando a vida acelerar novamente”, revela.

E se tem uma coisa que Cynthia sabe é que o ritmo vai voltar a ser frenético. Isso porque ela tinha e ainda tem uma série de projetos enfileirados. Lançou, no final de setembro, seu primeiro livro infantil, Remember to Dream, Ebere, ainda não traduzido para o português. A trama é sobre a importância de sonhar e acompanha a vida de uma mãe e filha que valorizam esse ato tão humano e, por vezes, menosprezado.

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Dedicada aos eventos de lançamento, Cynthia ainda participa da finalização de Roar, série inspirada num livro de contos de Cecilia Ahern com fábulas feministas, que tem Nicole Kidman no elenco – deve chegar à Apple TV no próximo ano.

Suas outras obrigações incluem o longa The Rose, remake de A Rosa, estrelado por Bette Midler em 1979, que a britânica vai produzir e protagonizar. “É incrível poder escolher no que você vai trabalhar. No fim, o que me move criativamente é a busca por novas histórias e a poder contá-las. Estou sempre aprendendo e acho que a minha missão é compreender sobre pessoas, vidas, circunstâncias e lugares diferentes. Isso me encanta muito”, explica a artista, que também está trabalhando com um filme a respeito de uma princesa britânica-nigeriana, baseado numa história real. “Esse roteiro vai sair e eu acho que vai ser uma das coisas mais legais que já fiz”, diz.

No fim, a sensação que dá é que Cynthia é tão talentosa e entusiasmada que todos os projetos viram seu favorito por algum tempo. Isso tem mais a ver com a personalidade da artista do que com as produções que ela está envolvida.

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“Demorou muito tempo, mas me sinto confortável sendo eu mesma. A confiança não depende do olhar alheio, mas do nosso. Percebi que, se não estivesse feliz comigo, seria mais uma pessoa me julgando. Exigiu muito amadurecimento gostar de mim, do meu corpo, das minhas roupas, ainda mais na indústria em que trabalho, mas sinto que consegui chegar num bom lugar”, fala.

Cynthia também crê na diferença de ter uma rede de apoio incrível, que a ampara e incentiva. Em retorno, ela mostra seu carinho. No último Emmy, em setembro, ficou pertinho de sua amiga Michaela Cohen enquanto ela recebia uma estatueta pelo roteiro da série I May Destroy You.

“Acho importante demonstrarmos amor. Quis estar ali por uma amiga que sei que trabalhou muito. É uma demonstração de como podemos ascender todos juntos, sem precisar disputar. Não estamos sozinhos no mundo e juntos fazemos qualquer coisa melhor”, conclui.

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