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Em novo filme, Débora Falabella é símbolo de geração marcada por ansiedade

Adaptação de livro de Tati Bernardi, "Depois a Louca Sou Eu" estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas

Por Gabriela Teixeira (colaboradora)
Atualizado em 25 fev 2021, 14h40 - Publicado em 25 fev 2021, 14h27
Colagem de cenas em que Débora Falabella caminha pela Avenida Paulista no filme "Depois a Louca Sou Eu"
 (Fotos: Stella Carvalho/Divulgação; Arte: Catarina Moura/CLAUDIA)
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Geração Rivotril. A expressão escolhida pela cineasta Júlia Rezende durante a coletiva de imprensa do filme Depois a Louca Sou Eu não poderia ser mais precisa. Com ao menos 9,3% da população sofrendo com algum transtorno de ansiedade, não foi à toa que o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, o título de país mais ansioso do mundo.

E a chegada de uma pandemia só inflou esses números. Já em maio passado, uma pesquisa realizada pela Fiocruz verificou que, das cerca de 44 mil pessoas entrevistadas, 54% estava se sentindo mais ansiosa após o início do período de isolamento. Sete meses depois, um estudo da ePharma apontou um aumento de 19,6% na venda de medicamentos contra a ansiedade, depressão e insônia no final de 2020.

Assim, apesar de sua produção ter se iniciado muito antes de qualquer sinal da Covid-19 no Brasil, Depois a Louca Sou Eu não poderia ser mais atual. Inspirado no livro homônimo de Tati Bernardi, o filme conta a história de Dani, personagem de Débora Falabella, uma publicitária que desde criança convive com a ansiedade.

Por causa dos constantes pensamentos intrusivos, mesmo as experiências corriqueiras, como uma festa ou uma viagem, podem ser gatilhos para que ela tenha crises de pânico, em um ciclo que terapia nenhuma parece ser capaz de resolver.

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Conhecendo de perto a vida com ansiedade, foi impossível para Débora não se enxergar em Dani ainda na leitura do livro. Por isso, ficou muito feliz ao receber o convite para interpretar uma protagonista com a qual tanto se identificou e cujos dramas entendia bem.

“A Dani é uma personagem muito dos dias de hoje. Apesar do filme falar sobre ansiedade, ele também fala de uma figura feminina atual, que lida com seus medos e questões, mas vive sua vida, avançando”, disse a atriz em entrevista a CLAUDIA.

“Eu já passei por coisas parecidas, já tive crises de ansiedade. E, apesar do que eu passei não chegar nem perto do que o que a Dani passou, por compreender suas angústias, foi muito bom interpretá-la. Me senti muito de mãos dadas com a personagem.”

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Narrado pela protagonista, o longa é leve, dinâmico e cheio de momentos bem-humorados. Mas também sabe ser sério quando precisa, abordando temas como automedicação e a complexidade das relações familiares. Para Débora, é importante romper os estigmas que envolvem a saúde mental.

“Estamos em um momento em que todo mundo tem passado por isso. Vivemos em um mundo muito acelerado. Principalmente nesse último ano, acho que tenho visto muito mais pessoas ansiosas ao meu redor. Então é um assunto que tem que deixar de ser tabu”, explica ela que, tal qual sua personagem, não tem medo de ser verdadeira sobre suas angústias.

“Acho que isso veio com o tempo, com meu amadurecimento. O mundo está mudando, valores e convicções que tínhamos estão sendo quebradas. Mudou a maneira como olhamos para nós mesmos. As mulheres estão tendo uma visão diferente em relação a elas mesmas, às suas vidas, aos seus corpos. Então estou nesse lugar de me aceitar mais.”

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Com a pandemia, a estreia do filme, antes marcada para abril de 2020, precisou ser adiada. A mudança levou ao nascimento do Diário de Uma Quarentena, um spin off em formato de websérie, que mostra como Dani estaria lidando com a nova rotina do isolamento.

Em vídeos curtos filmados pela própria Débora, vemos sua personagem bem gente como a gente, lavando as compras, participando de inúmeras chamadas de vídeo e refletindo sobre o confinamento.

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Só elogios para a equipe e o filme como um todo, Débora diz que a experiência reafirmou a paixão que sente por fazer cinema e bons personagens. “Em todo papel que fazemos, seja no cinema, no teatro ou TV, aprendemos um pouco com aquela pessoa que interpretamos. Que não é quem somos, mas para quem emprestamos nosso corpo, sentimentos e sensações. Com a Dani não foi diferente.”

Se baseando na reação de pessoas que já assistiram ao filme em festivais, a atriz diz notar o quão importante é que o público se sinta identificado com o que vê na tela. Por isso, espera que o longa deixe uma mensagem acolhedora para seus espectadores.

“Você não está sozinho. Existem milhares de pessoas ao seu redor que também passam por isso. O filme vem como um acolhimento para esse momento tão difícil que estamos vivendo”, afirma.

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“Acho que muita gente vai ser ver naquelas histórias e também vão se divertir. Porque, mesmo que o assunto seja tratado de uma maneira séria, a personagem lida com a vida dela rindo um pouco de si mesma. E, hoje em dia, precisamos ter um pouco de humor para passar porque o mundo está muito pesado.”

Depois a Louca Sou Eu chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (25). Confira a seguir o trailer:

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