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Casa de swing: como é e como curtir a experiência

Aderir ao swing pode trazer inúmeros benefícios para a relação, desde que o casal saiba dialogar e respeitar os próprios limites

Por Kalel Adolfo
29 abr 2023, 09h13
O swing pode trazer benefícios para o casal (desde que bem acordado).
As casas de swing, apesar de atraírem muita curiosidade, ainda são alvo de tábus.  (Nisian Hughes (Getty)/Reprodução)
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Frequentar uma casa de swing — onde acontecem as famosas trocas de casais — é uma das maiores curiosidades entre os casais monogâmicos. E há um motivo bastante específico para isso: segundo Claudia Petry, pedagoga com especialização em sexologia clínica, as múltiplas possibilidades de realizações sexuais que estes locais oferecem acabam os transformando em objeto de desejo.

Contudo, muitos ainda têm medo do que podem encontrar por lá: o que não falta são tabus que permeiam esses espaços. E claro, há também os sentimentos de ciúme e insegurança (que são bastante naturais) ao pensarmos em observar a pessoa com quem nos relacionamos interagindo sexualmente com estranhos.

Pensando nisso, Petry compartilhou uma série de dicas e informações acerca das casas de swing que definitivamente irão ajudar os casais que estão pensando em dar uma chance à prática. Confira:

1. Você não precisa ter um relacionamento aberto

De acordo com a especialista, as casas de swing precisam ser desmistificadas, já que múltiplas experiências podem ser vivenciadas num único local. “Lá, o casal pode simplesmente observar os praticantes, sem interagir com ninguém. Ou, então, podem apenas ser observados enquanto transam, sem que ninguém os toque”, revela.

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A prática do voyeurismo e exibicionismo definitivamente pode ser prazerosa nestes espaços, e você não precisa ter uma relação poligâmica (ou aberta) para curtir tais fetiches. “Inclusive, esse é um lugar com regras muito claras. Às vezes, o casal pode se incomodar muito mais numa balada normal do que no swing.”

2. Não é obrigatório realizar a troca de casal

Reforçando o ponto anterior: não é obrigatório fazer sexo com outras pessoas ou aderir à troca de casal ao frequentar. “Há casais que vão apenas para observar, conhecer e conversar com outras pessoas.”

3. As casas de swing possuem regras bem definidas

É bastante incomum que esses espaços não possuam regras muito bem estabelecidas. Uma delas, de acordo com Claudia, é a proibição do uso de celulares. Sendo assim, ninguém fica com dores de cabeça quanto às situações de exposição.

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Além disso, a especialista pontua que, sempre que um casal está interessado em um par, é a mulher que se dirige à outra mulher, nunca o homem. “Isso aumenta as chances de não ocorrerem quaisquer situações onde o consentimento seja desrespeitado”, explica.

A insistência definitivamente não é bem-vinda no swing: caso aborde alguém, e a pessoa demonstre desinteresse, a regra é que não aconteçam segundas tentativas.

“Inclusive, alguns locais não permitem a entrada de pessoas sozinhas. Mas tirando essas normas, se aproveita este espaço como qualquer outra casa noturna, com o plus daquele ar sexual, repleto de feromônio”, compartilha.

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4. Nem toda casa terá sexo para todo lado

A questão de ver outras pessoas transando, segundo a sexóloga, depende do lugar: “Existem aqueles que não vemos ninguém tendo relações sexuais. Elas acontecem apenas em ‘darkrooms’. Já em outros, nós entramos e, de cara, conseguimos ver casais fazendo sexo.”

5. Diálogo antes de frequentar é essencial

Toda vivência a dois demanda diálogo, e com as casas de swing isso não seria diferente. Junto, o casal precisa estabelecer alguns combinados para que ninguém saia machucado: “A conversa precisa ser franca. Por isso, a melhor forma de começar a entrar neste universo é consumindo filmes e séries que retratem esses espaços. Conversar com pessoas que já frequentam as casas também é essencial, pois isso vai nos tirando aquele medo do que podemos encontrar lá”, recomenda.

6. Visualize a experiência

Claudia Petry afirma que visualizar a prática é extremamente útil. “Assim conseguimos identificar os cenários que damos conta de viver. Eu dou conta de ver a minha parceria com um estranho? Isso me deixa muito mal? Todos esses questionamentos nos ajudam a montar os combinados”, aconselha.

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E, claro, nada precisa ser escrito em pedra: viveu a experiência e observou algumas situações que te deixaram excitada? Então retorne e reavalie as regras com a sua parceria no caso de ambos quererem replicar a vivência. Lembre-se: podemos fazer combinados, mas só saberemos como iremos nos sentir na prática.

7. Vá aos poucos

Para a pedagoga, a melhor dica para iniciantes é ir como visitantes: “Vão como olheiros. Não necessariamente vocês precisam transar lá de primeira. Algo muito legal dessas casas é que podemos ligar antes, falar com o RP do local. Aí, alguém pode nos recepcionar na entrada, fazer um tour pelo local, explicar as regras. Lembre-se: o que eles menos querem são visitantes aventureiros que querem fazer oba-oba com tudo, pois isso pode trazer complicações ao estabelecimento”, pontua.

Não precisa ter crise de ansiedade devido à expectativa: chegue antes para conhecer o espaço. “Assim encontramos a casa mais vazia, dá pra pegar uma mesinha, ficar sentados e apenas estar aberta às percepções. Quando não sabemos a profundidade daquele mar, colocamos um pé de cada vez para ver o que fica mais confortável”, indica.

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8. Cuidado com o álcool

Petry faz um alerta: cuidado com a bebida alcoólica. “É aquele clássico: o álcool sobe à cabeça e os combinados se perdem. E aí nisso acabamos encontrando aquela pessoa atraente, tomando decisões impulsivas e trazendo conflitos para dentro de casa.”

9. Não recorra à prática para salvar o relacionamento

Sabe aqueles casos em que o casal dá uma chance para o swing e, logo em seguida, termina? Isso não é culpa do fetiche. Segundo a pedagoga, o término decorrente da experiência está intimamente conectado aos motivos que levaram o casal a frequentar: “Não adianta ir para apimentar a relação ou se salvar de uma crise. Se o casal vai fragilizado, algumas feridas acabam sendo expostas”, diz.

A situação é bem diferente quando os dois estão fortalecidos e apenas vão para tentar algo novo: “Mesmo que um goste e o outro não, eles conseguem entrar num consenso onde o que importa é o bem-estar dos dois. E caso ambos adorem, aí sim isso pode aumentar a cumplicidade e apimentar as coisas de forma saudável, já que eles trazem todo esse estímulo do swing para dentro de casa, transam loucamente por meses e depois retornam quando sentirem vontade”, esclarece.

Para ela, estes são os maiores benefícios do swing: melhorar a intimidade, expandir o próprio enredo sexual e facilitar a vivência de fantasias. “Pode ser muito positivo desde que bem acordado. Quando o combinado dá certo, a confiança é fortalecida, pois sabemos que o próximo não vai exceder limites”, conclui.

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