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A nova geração de músicos que canta a representatividade

Nova safra, representada por Liniker e os Caramelows, banda Carne Doce, Luedji Luna, Julia Branco e Drik Barbosa, ganha espaço ao vencer o Natura Musical

Por Anna Laura Moura Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 dez 2017, 10h34 - Publicado em 24 dez 2017, 09h15
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  • Liniker, 22 anos, converte em poesia as dores e delícias vividas na carne. Compositora e cantora trans, ela hipnotiza com versos que falam diretamente ao público, como os contidos na aclamada Zero (“A gente fica mordido, não fica?”), cujo vídeo já atingiu 12 milhões de visualizações no YouTube. Acompanhada dos Caramelows, banda formada por músicos que conheceu em Araraquara (SP), onde nasceu, Liniker levou ao delírio a plateia do 25º Festival Mix Brasil, realizado no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, dia 15 de novembro.

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    Para ela, que despontou no cenário musical há dois anos, é emocionante ver os fãs se abraçando e chorando. “As canções são sobre os relacionamentos que tive”, diz Liniker, que está entre os 21 artistas, bandas e festivais vencedores do edital Natura Musical 2018, escolhidos por 18 curadores dentre 1 618 candidatos. Os ganhadores dividirão 5,6 milhões de reais para gravar discos e DVDs, fazer shows e eventos.

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    O EP de estreia de Liniker e seu conjunto, Cru (2015), tornou-se realidade com o financiamento coletivo. O primeiro álbum, Remonta (2016), precisou da ajuda de fãs para ser lançado. Agora a banda pode pensar no novo projeto com tranquilidade. “Nossa carreira se deu de forma natural, mas com muito suor. Ainda vamos começar a discutir as características do próximo disco, mas desta vez com mais concentração e qualidade”, afirma ela.

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    Ao centro, com vestido florido, a cantora Liniker, com sua banda, os Caramelows. (Divulgação/Divulgação)

    Outro destaque entre os contemplados é a mineira Julia Branco, fundadora da banda Todos os Caetanos do Mundo, que aos 31 anos inicia carreira solo. Em seu primeiro videoálbum juntará os talentos de atriz, cantora e compositora. Serão cinco faixas dirigidas por Chico Neves, que já produziu discos de Lenine, Skank, Rappa e Paralamas do Sucesso. Ela realizará os clipes em parceria com cineastas mulheres.

    A artista, que tem em Arnaldo Antunes fonte de inspiração – ele participou de seu disco Pega a Melodia e Engole, de 2015 –, diz que vive um momento de convergência de coisas boas. “Olho para as letras que estou compondo e vejo que todas falam de liberdade. Minhas músicas são sobre simplicidade, gestos, olhares, pessoas.”

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    A fundadora da Todos os Caetanos do Mundo Julia Branco (Divulgação/Divulgação)

    Para surpresa de muitos, saiu de Goiânia, normalmente associada ao sertanejo, a banda de indie rock Carne Doce, que tem Salma Jô, 30 anos, entre os fundadores. “A capital goiana tem uma história de 20 anos de rock independente”, explica a vocalista. O grupo lançou álbuns em 2014 (Carne Doce) e 2016 (Princesa). Com o terceiro trabalho a caminho, ela acredita ter chances maiores de chegar ao público do Sudeste.

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    Única mulher no quinteto, usa a arte para combater, entre outras coisas, o machismo do meio musical. Sua forte presença cênica ajuda a compor a imagem de artista que não quer ser vista como alguém “que aceita as coisas de cabeça baixa”.

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    Salma Jô, a voz de Carne Doce. (Divulgação/Divulgação)

    A garra da baiana Luedji Luna, 30 anos, é parecida. Cantora e compositora de forte herança africana, influenciada pelo jazz e pela MPB, ela havia produzido o primeiro álbum, Um Corpo no Mundo, com financiamento coletivo. Ganhou oportunidades graças ao Prêmio Afro 2017, ligado à Fundação Cultural Palmares. “O trabalho é uma proposta para pensar a identidade com um olhar sensível por meio do contato com os negros estrangeiros, sejam eles imigrantes ou refugiados”, define ela, que pretende investir em aparições em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

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    Luedji Luna traz a herança africana em sua música. (Divulgacão/Divulgação)

    Ao lado de outras seis mulheres negras, a paulistana Drik Barbosa, 25 anos, solta o verbo. Foi na Batalha do Santa Cruz, evento de rap realizado na Vila Mariana, em São Paulo, que ela surgiu. Dali para o álbum de sete faixas com seu grupo, Rimas & Melodias, foi um pulo. “Desfilo na vida poderosa tipo a Naomi/Sou cria de vila e a resposta já tá no meu nome”, brada ela, sonhando com o primeiro trabalho solo. “Quero falar das minhas experiências com o racismo, o machismo e muito mais. O título provisório já foi escolhido. Será Herança.

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    A rapper Drik Barbosa. (Divulgação/Divulgação)
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