Sua pele está seca demais? O inverno pode não ser o único culpado
Além do clima frio e seco, típico da estação em muitas regiões do país, existem outros fatores que podem interferir na aparência e na saúde da sua pele.
Muitas pessoas são fãs do inverno, mas não há como negar que a estação mais fria do ano é agente de algumas situações que não são tão legais assim. Além das doenças típicas da época, problemas com a pele seca também são bem comuns.
“O clima do inverno diminui a produção das glândulas sebáceas, que são responsáveis pelo suor e pela oleosidade da pele. Isso faz com que ela fique mais seca e sem brilho”, explica Caroline Semerdjian, dermatologista do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.
Além disso, vale lembrar que, durante a estação, a umidade do ar é reduzida. “Com isso, a pele perde mais água para o meio externo, o que a deixa mais ressecada”, aponta Aline Vieira, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy of Dermatology (AAD) e da European Academy of Dermatology and Venereology (EADV).
No inverno, é comum observar que locais que já são normalmente mais ressecados tendem a piorar, como a parte inferior dos joelhos, cotovelos, antebraços e mãos. “A pele presente nessas áreas é diferente. Em tais regiões, a córnea (a camada mais superficial da pele, que contém células mortas) é mais espessa. Por isso, essas partes precisam de esfoliação delicada e também de hidratação com cremes à base de ureia ou lactato de amônia”, orienta Fernanda Casagrande, de Florianópolis, que é pós-graduada em Dermatologia Clínica e Estética na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e membro efetivo da SBD e da AAD.
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Culpa do termômetro?
No entanto, o clima frio e seco não é o único vilão dessa história. “Além do banho excessivamente quente, fatores intrínsecos também podem contribuir com o ressecamento. Entre eles, a exposição à radiação solar, vento, poluição, fumo e alterações hormonais. Excesso de pele morta evidencia a falta de viço pelo acúmulo de queratina na superfície. Ademais, uma dieta equilibrada e saudável é essencial para que a pele fique hidratada e íntegra”, enumera Aline.
“Enquanto o estresse costuma estar mais ligado a dermatites, lesões e doenças de pele, algumas alterações hormonais podem deixá-la mais ressecada. Em especial, a de tireoide”, ressalta Fernanda.
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Como cuidar da pele no inverno?
De acordo com Caroline, é preciso ficar longe de banhos quentes e demorados; descartar sabonetes antissépticos e antibacterianos, pois eles deixam a pele ainda mais seca; passar hidratante no corpo diariamente, especialmente nas áreas que são naturalmente ressecadas; e mulheres maduras devem aplicá-lo também na face, além de evitar a esfoliação durante a estação.
Para Aline, o ideal é usar sabonetes apenas uma vez ao dia, só nas dobras que suam. Em casos extremos, em que o paciente possui alguma doença em que a pele seca pode piorar o quadro, são recomendados os sabonetes sem sabão, que impedem a desidratação.
Segundo a especialista, o uso de esfoliantes deve ficar mais restrito nessa época do ano. As peles que são muito secas não precisam de esfoliação, enquanto a pele considerada normal pode receber esse tratamento uma vez a cada quinze dias.
Por fim, na opinião de Fernanda, é interessante apostar em sabonetes com base hidratante, sabonete líquido ou shower oil (que são sabonetes em óleo, capazes de limpar sem ressecar). Apesar de esses produtos agredirem menos, por apresentarem o pH mais semelhante ao da pele, se ela já estiver ressecada, basta usar somente nas áreas íntimas, axilas e pés.
Além disso, é essencial a aplicação de filtro solar nas partes do corpo que ficam expostas diariamente, já que 80% da radiação UV pode atingir a pele mesmo nos dias nublados e chuvosos.
E mais: é preciso ingerir água, já que a desidratação também pode gerar ressecamento, e consumir alimentos ricos em vitamina B, que podem aumentar a oleosidade da pele.