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Os 7 tipos de cansaço mais comuns (e como combatê-los)

Além do clássico cansaço físico, é possível experimentar um profundo esgotamento em áreas sociais, emocionais e espirituais

Por Kalel Adolfo
1 abr 2023, 06h55

Cansaço parece ser a palavra que melhor nos define como sociedade atualmente: seja pelo ritmo imediatista das redes sociais, por conflitos culturais ou políticos, ou por questões emocionais, o fato é que estamos cada vez com menos energias para ter trocas valiosas, fazer aquilo que amamos ou simplesmente existir.

E este cansaço pode se apresentar de várias maneiras: através de um esgotamento emocional, mental ou espiritual e, em casos mais intensos, existencial. Complicado, né? Mas calma, que há formas de lidar com os mais diferentes tipos de fadiga do mundo moderno.

A seguir, a psicóloga, sexóloga e palestrante Bárbara Menêses explica quais são os tipos mais comuns de cansaço e como contorná-los:

1. Cansaço mental

O primeiro — e mais comum — é o cansaço mental. Nele, vivenciamos alterações perceptíveis em hábitos comuns, como a alimentação e o sono. A psicóloga explica que, de início, tais mudanças podem parecer ter origem física. Contudo, ao serem acompanhadas de falta de memória, baixa concentração e irritabilidade, a probabilidade de estarmos experimentando a fadiga mental é grande.

“As nossas relações são as mais afetadas quando sentimos esse tipo de cansaço. No meu dia a dia no consultório, percebo que os motivos mais comuns estão relacionados à questões financeiras, sociais e profissionais”, pontua.

Porém, para a especialista, a era da intolerância em que vivemos é a principal responsável por nos deixar tão esgotados: “Convivemos diariamente com a intolerância religiosa, racial, sexual e política. Até mesmo assuntos prazerosos, como o futebol, se transformam em motivos de ataque. O lazer, que deveria ser gostoso, se tornou um fator de estresse. Precisamos parar de achar que tudo o que é diferente é ruim”, afirma.

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2. Cansaço emocional

Diferente do cansaço mental — ligado aos pensamentos —, o emocional está conectado às emoções. Menêses esclarece que, ao ficarmos presos a sentimentos como a raiva, a tristeza e a ansiedade, tendemos a entrar num estado de esgotamento. “Às vezes, isso gera um estresse tão grande que acabamos tendo episódios de surto”, alerta.

Neste tipo de fadiga, a melhor dica é tentar não reprimir as próprias sensações: “Entre em contato com o cansaço, perceba que ele existe. Viver os sentimentos no momento em que surgem é essencial. Aconteceu algo triste? Então fique triste, e depois ressignifique”, aconselha.

Ela também deixa um alerta: “Percebo que, ultimamente, as pessoas vêm ficando muito esgotadas pela raiva. Tudo nos irrita. E aí quando lembramos de determinada situação, revivemos toda aquela fúria. Nos remoemos pensando no que poderíamos ter dito ou feito, e o sentimento vai nos esgotando”, pontua. Definitivamente, precisamos aprender a sentir o que precisa ser sentido, para, depois, reformular e desapegar.

3. Cansaço das redes sociais

Esse é um clássico: sabe aquela preguiça de ficar vendo o feed do Instagram, Twitter e afins? De acordo com Bárbara, essa vontade de se distanciar é um mecanismo de defesa do cérebro que vem ficando cada vez mais exausto com o número excessivo de informações das redes sociais.

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“Existe um termo chamado FOMO [Fear of Missing Out], que representa este nosso medo de não pertencimento, de ficar ‘de fora’. É essa síndrome que nos mantém neste looping das redes, gerando uma fadiga mental absurda”, diz.

Além das alterações emocionais, Bárbara Menêses afirma que a tal FOMO provoca alterações químicas no cérebro: “Vivemos numa época em que tudo é rápido e superficial. As informações são urgentes, a vida gira de maneira veloz. A sensação é que se nos desligarmos um pouco, não iremos pertencer. E esse receio é algo muito primário do ser humano, pois temos a necessidade de pertencer a algo.”

Contudo, é possível driblar estas armadilhas da mente. Ao invés de vasculhar o feed de quaisquer plataformas, leia um livro, pratique meditação ou simplesmente interaja com as pessoas que estão ao seu redor. “Este caminho de se atualizar o tempo inteiro e responder todos rapidamente é perigoso”, alerta.

4. Cansaço social

Sabe quando a bateria social acaba? Este também é um tipo de cansaço válido. A psicóloga recomenda que, ao nos enxergarmos em uma situação onde não aguentamos mais interagir com as pessoas, se afaste e volte para casa.

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“Precisamos nos respeitar. Agora, caso você esteja num jantar de negócios ou num aniversário importante, onde não é possível sair, tente dar uns respiros. Vá andar no jardim, jogue uma água no rosto, tome um ar. Procure distrações para não focar unicamente nos indivíduos, pois isso nos recarrega”, aconselha.

E de onde vem essa fadiga social repentina? Para Bárbara, a resposta é clara: “As pessoas estão se tornando incapazes de se reunir, deixar a conversa fluir e falar sobre coisas agradáveis. Estamos sempre nos jogando em assuntos polêmicos. Mas por mais que algumas pautas sejam de extrema importância, nem todos estão prontos para ouvir e falar de forma leve e saudável. Esse despreparo para dialogar é o que mais nos cansa do convívio”, opina.

5. Cansaço sexual

E quando não queremos saber de transar? Bom, às vezes, é só preguiça mesmo. Mas quando isso se torna um problema constante, está na hora de investigar as nossas relações afetivas. “Pode ser que estejamos numa relação tóxica ou desgastante, e isso nos tira do foco. Nestes casos, preferimos dormir, comer ou usar quaisquer desculpas para escapar da intimidade”, esclarece.

Para resolver, não há atalho mágico: o jeito é encarar o motivo da exaustão com sinceridade para tentar reverter o cenário. “Pode ser que ninguém seja culpado. Frequentemente, precisamos reavaliar a relação que temos com nós mesmos para reviver o apetite sexual.”

6. Cansaço espiritual

O cansaço espiritual acontece quando depositamos altas expectativas na religião ou espiritualidade: “É aquela coisa de achar que todos os nossos problemas serão resolvidos por Deus, Oxalá, Buda ou qualquer outra divindade.”

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Bárbara exemplifica: “Sabe quando as pessoas se questionam: ‘Que deus é esse que me fez sofrer um acidente de carro? Que deus é esse que me fez desenvolver tal doença?’. Essas revoltas apontam que estamos encarando a espiritualidade como um escudo que irá nos proteger de tudo. E não é bem assim.”

Para não sair se desapegando de quaisquer tipos de crenças ou práticas espirituais, o melhor é reformular a relação que temos com o que consideramos divino: “Pense na fé como algo que te dá conforto e entendimento, não como uma garantia de ‘não-sofrimento’. As crenças estão aqui para nos dar motivação.”

7. Cansaço existencial

Por fim, esse é o cansaço mais complexo (e profundo) entre todos, pois está ligado ao motivo de estarmos aqui. Quando não sabemos o motivo pelo qual acordamos diariamente, e não identificamos um sentido para a vida, estamos falando sobre a fadiga existencial.

Nestes casos, buscar um propósito é primordial: “Sempre pergunto aos meus pacientes: ‘Para quem você faz a diferença no mundo?’ ‘Essa diferença é positiva?’ ‘Você será lembrado pelo o quê?’. Não precisamos ser santas, mas quando pensamos no próximo, o cansaço existencial diminui.”

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A psicóloga explica que, ao doar algo, nos beneficiamos muito mais do que quem recebe. “Não estou falando exclusivamente de dinheiro e coisas materiais. Mas doar é uma prova de que temos algo a oferecer ao mundo, e isso nos traz conforto”, compartilha.

Portanto, ao nos sentirmos sobrecarregados com o peso da existência, busque trabalhos voluntários ou assistenciais. Além disso, realizar atividades prazerosas também é extremamente eficaz. “Meditar, ouvir música, fazer um curso, ficar uma hora sem fazer nada. Tudo vale. Precisamos nos conectar com quem somos e nunca nos esquecermos que é essencial criar momentos na rotina para fazer algo por nós mesmos. Isso recarrega as energias e nos livra desse cansaço todo”, conclui.

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