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Quem quer o retorno da Victoria’s Secrets?

Desfile da marca com as famosas "Angels" retorna em outubro e tudo que envolvia o show – de bom e ruim – também está de volta

Por Pedro Morani
Atualizado em 27 set 2024, 13h40 - Publicado em 26 set 2024, 18h00
As brasileiras Giseli Bundchen e Adriana Lima em desfile da Victoria´s Secret.
O nono show anual da Victoria´s Secret. Da esquerda para direita, as modelos Karolina Kurkova, Tyra Banks, Heidi Klum, e as brasileiras Gisele Bundchen e Adriana Lima. (Getty Images/Reprodução)
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Um dos desfiles mais famosos e comentados nos anos 2000, o Victoria’s Secrets Fashion Show vai voltar a acontecer no dia 15 de outubro. Entretanto, após tantas polêmicas sobre a marca, nos resta saber: quem estaria ansioso para esse retorno na moda? Segundo Carol Garcia, especialista em moda e estilo, “honestamente, nenhuma expectativa”.

 

O show, sem exageros no nome, contava com as modelos mais requisitadas da época desfilando apenas de lingeries, além das famosas asas – por isso eram chamadas de Angels. O evento contava com apresentações musicais de grandes cantores, como Justin Timberlake, Rihanna, Taylor Swift e outros, além de uma primeira fila sempre recheada de famosos.

Não só o desfile está voltando, mas toda a estética que o envolvia também. As modelos supermagras eram o padrão de beleza do momento e estão voltando a ser. Inclusive, abordamos em CLAUDIA a discussão: será que ser magra é algo apenas para ricos?

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Recentemente, a influenciadora Vanessa Lopes inspirou-se no look usado pelas Angels: calça jeans skinny e baby-T branca, para ir ao Rock in Rio. Mas porque será que esse ideal de beleza e corpo tão difícil de ser alcançado está voltando? Será que todos os avanços conquistados foram em vão?

Da ascensão ao declínio do evento

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Último show da Victoria’s Secret em 2018. (AFP/Reprodução)

O Victoria’s Secrets Fashion Show começou a ser transmitido em 1995 e se tornou um marco da cultura pop, muito comentado e assistido todos anos em seu início. A alta audiência aumentou o faturamento da marca, que passou a investir ano após ano em mais luxo para atrair os olhos do mundo.

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Naquele momento, grandes nomes da moda mundial passaram pela sua passarela, como Naomi Campbell, Gisele Bundchen, Adriana Lima, Tyra Banks e muitas outras. Com contratos milionários, algumas delas ganharam grande projeção por conta do evento, e se tornaram nomes marcantes para a marca.

Porém, em 2019 o show foi cancelado. A empresa matriz da marca, a LBrands, afirmou que era importante evoluir sua estratégia de marketing. Realmente, ela precisava de uma mudança. Em 2001, o evento contou com 12,4 milhões de telespectadores. Enquanto em 2018 chegou a 3,27 milhões. Essa queda na audiência foi um dos fatores que influenciou no cancelamento do evento anual.

Juntamente esse declínio, a marca se envolveu em várias polêmicas. Ela começou a ser considerada sexista e pouco diversa. Em 2018, o então diretor de marketing da marca, Ed Razek, afirmou que a VS não deveria ter modelos trans. A declaração gerou críticas, e Ed teve de se desculpar.

A falta de inclusão de corpos era a principal reclamação. Na época do movimento #MeToo, conhecido com uma onde de denúncias de assédio na indústria, ficaram impossíveis de ignorar. A marca insistia em desfilar apenas modelos altas e magras, enquanto o papo sobre inclusão de corpos e tamanhos ganhava força.

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Carol Garcia afirma que isso fez com que todo mundo, dos especialistas da indústria até o público, se perguntasse: por que a Victoria’s Secret não colocava na passarela modelos que refletiam quem realmente comprava as peças?

Mas porque a nova geração clama pelo retorno do Show?

Desde o fim dos desfiles, a marca passou por um processo de reestruturação e rebranding. Eles ampliaram o casting de modelos nos catálogos e nas lojas e lançaram o “VS Collective” – um grupo de porta-vozes com o objetivo de mostrar que a marca estava mudando sua imagem. “Mas, infelizmente, acredito que o movimento #MeToo esfriou, assim como a pauta da diversidade”, acredita Carol. “Basta ver como os desfiles internacionais voltaram a exigir modelos magérrimas – e só isso.”

“Com a febre do Ozempic, muitas celebridades perderam peso rapidamente, e a magreza voltou a ser (se é que algum dia deixou de ser) um objeto de desejo”. Mesmo que exista a promessa de o retorno ser de maior inclusão, no momento atual a discussão sobre diversidade de corpos parece ter esfriado.

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“Acho que, infelizmente, veremos mais do mesmo”, declara Carol. “Seria incrível se a Victoria’s Secret, uma marca de lingerie com tanto apelo e que, de fato, oferece uma boa variedade de tamanhos maiores, conseguisse criar uma narrativa de desejo que incluísse corpos e belezas diversas, mantendo essa discussão viva”, finaliza a especialista.

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