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BDSM: como praticar o sadomasoquismo de forma saudável?

Cordas, chicotes, correntes e vendas podem ser adotadas por quem deseja aderir ao sexo sadomasoquista

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 15 ago 2022, 13h54 - Publicado em 11 fev 2022, 09h00

Você já ouviu falar em BDSM? A prática sexual ganhou ainda mais fama após o lançamento da controversa franquia Cinquenta Tons de Cinza. De forma básica, ela contempla pessoas que gostam de sentir e provocar dor durante o sexo. Para isso, podem ser utilizados objetos como chicotes, correntes e cordas.

O que significa BDSM?

O termo BDSM significa Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo. Enquanto alguns podem ficar impressionados com a intensidade da prática, outros se sentem atraídos pela possibilidade de serem mais radicais na transa. Mas, afinal, o BDSM pode ser um fetiche saudável? É possível adotá-lo com segurança? E como dar os primeiros passos nesse universo vasto? Para responder a todos esses questionamentos, Claudia conversou com a sexóloga Carla Cecarello, formada em psicologia e especializada em Sexualidade Humana pelo Instituto H. Ellis. Confira:

O que é BDSM?

De acordo com Carla, diversas práticas englobam o BDSM. O Bondage, por exemplo, significa estar amarrada. Mas não para por aí: “Queimar, bater, chutar as partes íntimas masculinas, asfixiar, fazer cócegas, vestir roupas tão apertadas que dificultam até mesmo a respiração, utilizar saltos extremamente altos e desconfortáveis… Tudo isso faz parte deste mundo. Cada pessoa irá escolher o que for mais interessante, conveniente e gostar mais dentro desse mundo”, explica a sexóloga.

Por que as pessoas gostam de sentir e provocar dor durante o sexo?

Apesar de não ser uma regra, pessoas sadomasoquistas podem ter infâncias traumáticas.
Apesar de não ser uma regra, pessoas sadomasoquistas podem ter infâncias traumáticas. (Kamaji Ogino (Pexels)/Reprodução)

Após entender o que contempla o BDSM, muitas pessoas podem se perguntar: “O que nos leva a gostar de atos violentos na cama?”. Cecarello afirma que, às vezes, sadomasoquistas podem ter crescido em ambientes opressores e repressivos. “São pessoas que aprenderam a conviver com pessoas abusivas, que não permitiam que elas pudessem ter suas próprias opiniões. Algumas sofreram até mesmo com agressões físicas. Esse é o único ambiente que o indivíduo conhece e se sente seguro. Por esse motivo, alguns buscam essas características no próximo, visando ‘segurança’ e ‘acolhimento’. A formação familiar e os tipos de relacionamento que a pessoa estabeleceu ao longo da vida influenciam nisso”, esclarece.

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Mas claro, nem sempre o sadomasoquismo tem raízes em traumas e abusos psicológicos. Muitos podem apenas estar curiosos ou em uma busca por intensificar as relações sexuais. Nestes casos, é possível praticar de forma saudável e segura. Contudo, é necessário realizar uma série de combinados prévios para que ninguém ultrapasse limites.

“As coisas precisam ficar claras. Há pessoas que estabelecem até contratos verbais ou escritos acerca do BDSM. Normalmente, esses contratos sempre possuem uma palavra de segurança, que pode ser dita em situações de esgotamento. Enquanto a pessoa não diz a palavra de segurança, a dor e o sofrimento continuam acontecendo de maneira progressiva. Você pode escolher qualquer termo, como ‘maçã’”, pontua a psicóloga especializada em Sexualidade Humana.

Quando o BDSM deixa de ser saudável?

Para a sexóloga, o BDSM deixa de ser saudável quando ele não é combinado previamente: “É nocivo quando você desrespeita os limites do outro. Existem casos que podem levar até mesmo à morte”, diz. Para exemplificar, Carla cita a asfixia, que é extremamente perigosa e faz parte deste conjunto de fetiches.

“Precisamos saber muito bem quem vai fazer, como irá praticar e entender o processo. Já vi pessoas serem levadas à morte por não compreenderem como as coisas devem ser feitas, provocando um sofrimento com consequências fatais. Por isso, converse muito para entender os seus limites e analise os mínimos detalhes”, reitera.

Existem formas leves? Como praticar BDSM?

É possível que quem esteja curioso para entrar no universo do sadomasoquismo não queira adotar ações extremas logo de cara. Por isso, a sexóloga recomenda algumas práticas menos agressivas, como:

  • Amarrar ou ser amarrada
  • Utilizar penas para fazer cócegas em partes do corpo
  • Colocar vendas nos olhos

Após adotar esses hábitos, o casal pode decidir se irá intensificar o fetiche. “Normalmente, quem gosta de BDSM começa a procurar grupos de pessoas ou clubes que sejam adeptos ao fetiche. Esse pode ser um jeito muito mais fácil de ter essa experiência. Chegar em alguém, de forma repentina, e fazer um convite para provocar e sentir dor durante o sexo pode não ser muito bem aceito. Então, para evitar julgamentos e situações desconfortáveis, busque grupos que estejam alinhados aos seus interesses eróticos”, conclui.  

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