Até quando mulheres vão morrer por serem mulheres?
Só nesta segunda (11), CLAUDIA noticiou quatro casos de feminicídio
Nesta segunda (11), três dias após o Dia Internacional da Mulher, CLAUDIA noticiou quatro casos de feminicídio ao longo do dia.
Em Caarapó, Mato Grosso do Sul, Thiago Bellatorre, de 29 anos, atropelou Carla Sampaio Tanan, de 36, depois de uma discussão motivada por ciúmes. No sábado (9), em Ponta Grossa, Paraná, Lidiane Oliveira, de 24 anos, morreu pouco tempo depois de prestar queixa na delegacia contra o namorado, Jhonatan Campos, de 22.
Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, outra vítima do crime de gênero: Fernanda Mariâni Debus Hoffmeister, de 22 anos, foi morta estrangulada por um fio de computador. O principal suspeito é o companheiro, Mauricio Rodrigues da Silva, da mesma idade, que se suicidou. Já Rafaela Martins Cardoso, de 18 anos, sofreu um estupro coletivo, foi assassinada e teve o corpo jogado em uma cisterna.
Os casos que chocam não são raros. Ao contrário, ganharam ares de epidemia que atinge mulheres de todas as idades e classes sociais.
Elaine Caparroz, de 55 anos, foi brutalmente agredida por Vinicius Serra, de 27, dentro de seu apartamento num bairro nobre do Rio de Janeiro. Jane Cherubim, espancada e abandonada em uma estrada pelo namorado, Jonas Amaral, ainda foragido.
Há uma longuíssima jornada a percorrer até que paremos de noticiar atrocidades como as que sofreram Elaine, Jane, Rafaela, Fernanda, Lidiane e Carla.
O Brasil ocupa o 5º lugar no vergonhoso ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH). Perdemos apenas para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Se voltarmos os olhos para os países desenvolvidos, os homens aqui matam 48 vezes mais mulheres do que no Reino Unido e 24 vezes mais que na Dinamarca. Dados estarrecedores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam ainda que 536 mulheres são agredidas por hora no Brasil. Além disso, um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo aponta que 71% dos feminicídios e das tentativas do crime têm o parceiro como suspeito.
No último dia 8 de março, CLAUDIA reviveu as dolorosas histórias de mulheres que foram mortas pelo simples fato de serem mulheres. Crimes intrinsecamente ligados à condição de gênero, que alertam: só é possível acabar com a violência contra a mulher desconstruindo o machismo.