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Glossofobia: como perder o medo de falar em público

Psicóloga dá dicas para aliviar o medo tanto antes quanto durante uma apresentação

Por Kalel Adolfo
2 mar 2024, 06h33
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  • O medo de falar em público é uma realidade para muitas pessoas. Aliás, quando experimentado de forma intensa, ele tem até um nome próprio: glossofobia. Normalmente, quem convive com o problema vivencia sintomas clássicos, como medo de palco, boca seca, voz trêmula ou fraca durante apresentações, rigidez muscular, transpiração excessiva, tremores, taquicardia e, em casos mais graves, vômitos e ataques de pânico.

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    Mas de onde surge este quase pânico? É possível superá-lo para conseguir ter uma boa performance em apresentações, reuniões e situações que demandem a nossa exposição de forma geral? A seguir, Juliana Santos Lemos, psicóloga clínica, especialista em Psicopatologia e Terapia-Cognitivo Comportamental pela PUC/RS, esclarece tudo sobre o assunto:

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    De onde vem o medo de falar em público?

    Segundo a psicóloga, o medo de falar em público quase sempre é listado como o principal temor das pessoas em pesquisas nacionais, sendo extremamente comum em quem sofre de Transtorno de Ansiedade Social.

    Ela explica que o medo, de maneira geral, sempre possui algum significado específico para nós, surgindo quando nos sentimos expostos, desprotegidos, inseguros e sem saída.

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    “A pessoa teme ser julgada pelos outros, caso cometa algum erro. Inclusive, os pacientes com glossofobia possuem algo em comum: baixa autoestima e crenças de inferioridade e incapacidade.”

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    Juliana lista os pensamentos mais comuns que surgem antes da temida apresentação: “Vou parecer nervoso, não vou conseguir explicar as coisas direito para eles entenderem, farão perguntas que eu não conseguirei responder, posso congelar e não conseguir terminar a apresentação, e por aí vai”.

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    São esses pensamentos, de acordo com a profissional, que geram a ansiedade, a sensação de angústia, comportamentos de esquiva e, claro, o medo.

    Autoestima e a glossofobia

    Para a psicóloga, a chave para compreender a glossofobia é descobrir qual é o nosso autoconceito — isto é, o que pensamos de nós mesmos e a avaliação que fazemos das nossas qualidades e defeitos.

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    “Caso nossa visão seja prejudicada, haverá uma preocupação excessiva em relação a avaliação alheia”, esclarece.

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    Se comparar com outras pessoas, resgatar experiências ruins que tivemos ao falar em público e alguns aspectos de nossa personalidade (como introversão e timidez) também contribuem para aumentar o medo.

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    Por fim, segundo a psicóloga, os estímulos que recebemos em nossa infância também influenciam no quanto nos sentiremos à vontade para estar em público.

    Como perder o medo de falar em público

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    1. O que pensar antes da apresentação

    Juliana reitera que nossos pensamentos, emoções e comportamentos são interligados (ou seja, um influencia o outro). Sendo assim, devemos avaliar se nossos pensamentos são realistas e se as previsões negativas que realizamos quando pensamos em falar em público são desproporcionais e catastróficas.

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    “Avalie a probabilidade dessas previsões negativas acontecerem e crie estratégias para lidar com elas, caso ocorram de fato”, indica.

    2. Como se acalmar durante a apresentação

    Segundo a profissional, estratégias como respirar profundamente, relaxamento muscular progressivo e buscar formas mais adaptativas de pensar são ferramentas ideais para o momento em que estamos falando em público.

    “Lembre que os pensamentos negativos são apenas pensamentos e que você está fazendo o seu melhor.”

    Ela também aconselha fazermos um cartão lembrete ressaltando as nossas qualidades. Minutos antes da apresentação, leia o que escreveu. “Lembre que a autocrítica não irá te ajudar e que a maioria das pessoas que estão na plateia também sentem medo da exposição. Aliás, muitas delas estão admirando sua coragem.”

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    3. Tente não fugir da exposição

    A psicóloga nos relembra que o medo é uma emoção adaptativa e protetiva, nos resguardando de situações ameaçadoras e perigosas.

    Porém, falar em público não é uma situação que colocará a nossa vida em perigo. Mesmo assim, o cérebro pode consolidar essa informação como algo perigoso e de extremo estresse.

    Portanto, para que a mente entenda que esse medo é irreal, devemos criar memórias positivas em relação ao comportamento de falar em público.

    “É necessário se expor o máximo possível de maneira gradual, assim vamos nos acostumando a falar em público e diminuiremos os desconfortos gerados.”

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    Juliana pontua que, ao treinarmos a habilidade, enviamos sinais importantes à amígdala cerebral (estrutura relacionada ao sistema emocional).

    “Isso irá consolidar a informação de que o ato de falar em público não é algo aversivo e perigoso, criando memórias e emoções positivas que, consequentemente, diminuirão o medo.”

    4. Busque terapia

    A especialista ressalta que uma grande parte das pessoas que temem falar em público não buscam tratamento. Todavia, é imprescindível buscar ajuda nestes casos, especialmente quando sentimos prejuízos em determinadas áreas da vida, como a profissional.

    “No processo de psicoterapia é utilizado intervenções como reestruturação de crenças, pensamentos automáticos, exposição gradual, habilidade social e regulação emocional”, diz.

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