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Se descoberto cedo, câncer de Fátima Bernardes tem 95% de chances de cura

O ginecologista Alexandre Pupo explica como é feito o diagnóstico e são quais os tratamentos mais comuns para a doença

Por Maria Clara Serpa (colaboradora)
3 dez 2020, 17h30

No início da noite de quarta-feira (2), Fátima Bernardes, de 58 anos, usou seu Instagram para anunciar que foi diagnosticada com câncer de colo de útero em estágio inicial e deve se afastar de seu programa, o Encontro, por alguns dias para realizar uma cirurgia. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença atinge mais de 16 mil mulheres ao ano no Brasil.

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É mais comum que o câncer de colo de útero seja diagnosticado em mulheres de 35 a 44 anos, porém, é bem mais recorrente diagnosticar lesões pré-cancerígenas do que o câncer em si, já que elas podem ser descobertas muito facilmente em exames de rotina, como o papanicolau, que deve ser feito anualmente por quem tem ou já teve vida sexual ativa.

Na grande maioria dos casos, a causadora desse câncer é a infecção pelo HPV (papilomavírus humano), transmitido principalmente por contato sexual. A infecção genital por esse vírus é muito comum e acomete de 50% dos jovens entre 16 e 25 anos, segundo o Inca. Se não tratada, pode progredir para câncer de colo de útero, câncer de vagina, ânus ou de pênis.

“No entanto, ter HPV não é sinônimo de ter câncer de colo de útero. É um fator de alerta. Se uma paciente tem o vírus, é necessário observar mais atentamente. Quando presente no colo do útero, o HPV pode alterar o DNA das células, que podem se tornar cancerígenas”, explica Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio Libanês e do Hospital Albert Einstein.

Cura

As chances de cura de uma mulher diagnosticada com câncer de colo de útero são bem altas. Tudo depende do estágio em que a doença é descoberta e do tamanho do tumor. Segundo o médico, quando o câncer tem menos de 2 centímetros e está só no colo do útero, há mais de 95% de probabilidade de cura apenas com cirurgia para remoção da região onde o tumor está.

“Nós sabemos que o câncer de colo de útero se espalha pelo sistema linfático. As células cancerígenas vão em direção aos linfonodos e, assim, podem se espalhar. É muito difícil o câncer ir para partes distantes do corpo, é mais comum que ele chegue à vagina, bexiga e reto”, afirma Pupo.

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Caso isso ocorra, o tratamento é um pouco mais complexo e pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em casos de um tumor maior, pode haver remoção completa do útero e das estruturas ao seu redor ou um tratamento que associa a radioterapia, que mata as células doentes, com a quimioterapia, que aumenta a sensibilidade do câncer à destruição, tornando o processo mais fácil.

“Pode acontecer, mas é preferível não retirar o útero todo. Com a associação de quimio e radio, as chances de cura ficam entre 70 e 90%, a mesma probabilidade que na retirada do órgão, mas, atualmente, sabemos que o útero atua como uma proteção aos outros órgãos da região, como a bexiga, e diminui as chances de que eles sejam prejudicados pela ação da radioterapia. Essa prática evita efeitos piores à longo prazo”, explica o ginecologista.

Sintomas

Em boa parte dos casos desse tipo de câncer, não há sintomas. Isso ocorre porque, como já foi dito, ele é de muito fácil detecção pelo papanicolau. A realização do exame de rotina aumenta as chances do câncer ser descoberto muito precocemente, ou ainda, antes mesmo de se tornar um câncer.

Quando o papanicolau mostra alguma alteração, o médico pede um outro exame chamado colposcopia, que analisa o útero mais detalhadamente e pode descobrir as lesões. Segundo Alexandre Pupo, entre os surgimentos dessas lesões precursoras no colo do útero e o surgimento efetivo do câncer, há um período de cinco a 10 anos. Por isso, quem faz os exames com frequência,  tem muitas chances de ser curada.

“No câncer de colo de útero, ter sintomas significa que é um caso mais avançado. Ou seja, esperar sentir alguma coisa não é uma boa forma de diagnóstico. A melhor maneira é fazendo os exames regularmente. Nesses casos mais graves, em que a lesão é maior e pode já ter se espalhado, os sintomas podem ser uma secreção vaginal levemente avermelhada com odor ruim e dor na pelve”, diz o médico.

Casos muito graves podem causar infecções, hemorragia e comprometimento dos rins. Eles poderiam ser facilmente tratados se descobertos mais cedo. 

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O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. É importante ressaltar a importância, além do exame preventivo, da vacina contra o HPV e do uso de preservativo, que diminui muito as chances de transmissão do vírus. A imunização é efetiva para quatro tipos do vírus e está disponível gratuitamente no SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Para pessoas que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla: de 9 a 26 anos.

De acordo com a Anvisa, é mais recomendável que a vacina seja tomada enquanto a vida sexual não foi iniciada, já que a eficácia é maior em quem não foi exposto aos tipos virais presentes na vacina, mas, ainda assim, mulheres de até 45 anos e homens de até 26 podem tomá-la em clínicas particulares.

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