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Vacina contra câncer de mama agressivo age com sucesso em testes

Confira como foi feito o teste e como funciona uma vacina no tratamento de câncer

Por Da Redação
Atualizado em 13 nov 2020, 16h57 - Publicado em 13 nov 2020, 16h33

Um estudo publicado na revista científica Nature Communications aponta o sucesso na fase inicial da criação de uma vacina contra o câncer de mama triplo negativo, considerado o tipo mais agressivo, representando 15% dos casos da doença no mundo e mais comum em mulheres jovens.

“Esse tipo de câncer não estimula respostas fortes do sistema imunológico, e as imunoterapias existentes não conseguiram tratá-lo”, explicou Hua Wang, um dos coautores do artigo. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Wyss, da Universidade de Harvard, e o Instituto do Câncer Dana-Farber.

Em desenvolvimento desde 2009, as vacinas contra o câncer são aplicadas quando a doença já está instalada, agindo de forma semelhante a um medicamento. Sua função é tentar driblar o principal mecanismo de ação da doença que impede que o organismo identifique como ameaça o crescimento desordenado de células. Assim, as vacinas usam substâncias nas moléculas das células cancerosas, facilitando seu reconhecimento e destruição.

No caso da vacina desenvolvida pelos cientistas de Wyss e Dana-Farber, o objetivo era que o medicamento possuísse tanto a efetividade de uma quimioterapia quanto a eficácia de longo prazo da imunoterapia.

Para realizar os testes, eles implantaram uma matriz de medicamentos do tamanho de uma aspirina sob a pele de camundongos, em uma região perto de um dos linfonodos, pequenos órgãos do sistema linfático cuja função é fazer a filtragem de partículas nocivas.

A matriz possuía em seus componentes dois tipos principais de drogas: uma que incentiva o crescimento e reunião de células do sistema imunológico chamadas dendríticas, responsáveis por dar início a defesa do corpo contra ameaças; e outra usada na quimioterapia para matar células cancerosas.

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Parecida com uma aspirina, vacina foi inserida sob a pele dos cobaias em região próxima ao tumor. Foto: (Universidade de Harvard/Reprodução)

Ao serem destruídos, os tumores liberaram material que passou a ser reconhecido como ameaça pelas células dendríticas, gerando uma ação de defesa mais duradoura. Desse modo, o objetivo inicial foi alcançado, uma vez que, além de eliminar as células cancerosas, a vacina também foi capaz de criar uma memória imunológica, fornecendo proteção contra o ressurgimento do tumor.

Os animais também passaram por testes em que tiveram seus tumores primários foram removidos e, em seguida, receberam imunização. Todos submetidos ao procedimento sobreviveram, sem ocorrência de metástase.

Para a equipe, essa técnica possui vantagens sobre outras vacinas contra o câncer porque as anteriores dependiam que seus desenvolvedores já tivessem acesso ao tipo de molécula, chamada de antígeno específico, presente no tumor. E, atualmente, ainda é pequena a listagem de antígenos ligados a cada tipo de câncer.

“A capacidade desta vacina de induzir respostas imunes potentes sem exigir a identificação de antígenos específicos do paciente é uma grande vantagem, assim como a capacidade da administração de quimioterapia local de contornar os efeitos colaterais graves da quimioterapia, o único tratamento atualmente disponível para a doença”, afirmou Robert P. Pinkas, líder da plataforma de Immuno-Materials no Instituto Wyss.

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Continuando a explorar a combinação de quimioterapia e vacinas, os pesquisadores almejam melhorar sua eficácia antitumoral para outros tumores difíceis de tratar. Eles também esperam que a vacina avance para testes pré-clínicos e que, no futuro, possa ser testada em humanos.

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