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O que esperar do retorno da Victoria’s Secret?

Conversamos com um agente e uma modelo que já trabalhou com a marca para entendermos o que esperar

Por Raíssa Basílio
21 set 2023, 10h29

Quem gosta de moda certamente acompanhava o Victoria ‘s Secret Fashion Show. Era praticamente o Super Bowl do mundo fashion ou, no caso, falando de território nacional, a final do Campeonato Brasileiro de futebol. No entanto, com o passar dos anos, foi ficando claro o quão problemático era aquele desfile de mulheres magérrimas em lingeries caríssimas. Marcas mais inclusivas ganharam espaço (alô, Savage X Fenty) e a apresentação anual foi deixada de lado.

O desfile, que contava com artistas mundialmente famosos cantando enquanto as modelos desfilavam lingeries maravilhosas, foi um dos eventos mais aguardados da indústria da moda por várias décadas. O primeiro aconteceu em 1995 e tinha como principal objetivo promover Victoria’s Secret e suas coleções, e só terminou em 2019, quando a marca passou a ser cobrada pela falta de diversidade de suas Angels.

Neste ano, no entanto, o famoso fashion show está de volta com o título Victoria’s Secret The Tour 23 e a promessa de reinvenção. Mas, afinal, o que podemos esperar? Conversamos com Miguel Crispim, agente de modelos, e a modelo internacional Louyse, que contam o que deve ser diferente.

Ana Beatriz Barros, Alessandra Ambrosio, Selita Ebanks, Gisele Bundchen e Adriana Lima no Victoria's Secret Fashion Show de 2011
Ana Beatriz Barros, Alessandra Ambrosio, Selita Ebanks, Gisele Bundchen e Adriana Lima no Victoria’s Secret Fashion Show de 2011 (John Shearer/WireImage/Getty Images)

O rebranding da VS

O novo formato do desfile contará com 20 mulheres de diferentes partes do mundo. De acordo com a sinopse divulgada pela Prime Video, vamos acompanhar “uma experiência visual incomparável que celebra a missão da Victoria’s Secret – elevar e defender as mulheres – em escala global. Tour é uma celebração de mulheres e mentes criativas globais, olhando para a moda e a arte através de lentes cinematográficas”.

Miguel pontua que antes de toda a polêmica sobre falta de diversidade na Victoria’s Secret, a marca já havia feito alguns esforços para incluir diferentes tipos de modelos. Isso incluiu a presença de uma modelo grávida na passarela, a contratação de Barbara Palvin, que não se encaixava nos padrões tradicionais na época, e a inclusão de modelos de diferentes etnias. Não era, no entanto, o bastante.

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Louyse, que já trabalhou para a marca, também defende que os últimos anos trouxeram mudanças. “A campanha que eu fiz parte já trouxe uma nova identidade para a marca neste sentido, dividi o set com a Paloma Elsesser, modelo plus size que trabalha com grandes nomes da moda internacional, e a Valentina Sampaio, a primeira modelo trans a compor o casting da Victoria’s Secret”, recorda.

A modelo compartilha que seu trabalho com a Victoria’s Secret foi uma experiência verdadeiramente gratificante. Ela estava lá representando a beleza das mulheres negras do seu país para uma marca de renome internacional com conexões de alto nível, como Naomi e Gisele. Isso marcou um momento significativo em sua carreira. “Além disso, percebe-se uma maior inclusão no seu casting, desde seu e-commerce até as últimas campanhas e, ao que tudo indica, no próprio desfile”, completa. Isso, no entanto, não é o bastante nos dias de hoje. “Por mais que existam avanços, ainda há mais coisas que podem, precisam e devem ser melhoradas. Estando diretamente inserida no mercado, sei bem todos os obstáculos que enfrentamos para que ele avance, quebrando certos paradigmas que não cabem mais nos dias de hoje.”

Winnie Harlow no Victoria's Secret Fashion Show 2018
Winnie Harlow no Victoria’s Secret Fashion Show 2018 (Heidi Gutman/Getty Images)

O retorno de grandes nomes do mundo da moda

Junto ao anúncio do desfile foi lançada a campanha Icon, que traz em seu casting memoráveis supermodelos. Teremos o comeback de grandes nomes da indústria: Gisele Bündchen, Adriana Lima, Naomi Campbell e Candice Swanepoel. “A volta da Gisele pode representar muito para a moda, que desde o final da pandemia teve uma mudança confusa. A diversidade é algo que já faz parte da indústria, mas algumas marcas deixaram de lado a qualidade ao selecionar modelos para reduzir custos nas produções de suas campanhas publicitárias”, acrescenta Miguel.

A diversidade para além dos corpos

Encontrar um equilíbrio entre a tradição da marca e a demanda por maior inclusão pode ser o caminho para o renascimento da Victoria’s Secret. A marca parece estar atenta às críticas sobre falta de inclusão e é notável que está buscando representar uma variedade mais ampla de modelos, o que pode envolver a representação de uma variedade mais ampla de tipos de corpo e rostos, além de maior espaço à mulheres de diferentes idades.

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“A Gisele tem um corpo com medidas que são sim exigidas para a alta moda e isso é algo que não irá mudar, mesmo havendo a inclusão de diferentes corpos. Mas é importante lembrar que quando falamos de inclusão também falamos de uma mulher de 40 anos, e isso é uma grande quebra do ‘padrão‘”, opina Miguel.

Irina Shayk e Iza Goulart no Victoria's Secret Fashion Show 2016
Irina Shayk e Iza Goulart no Victoria’s Secret Fashion Show 2016 (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Louyse toca no mesmo ponto, mas a partir de sua visão de modelo. “O retorno dos desfiles da VS associados a esses grandes nomes da moda é extremamente significativo. Principalmente para as mulheres que já passaram dos 40 anos. Antes, era praticamente impossível que a carreira de uma modelo durasse depois dos 30”, ressalta. .

As expectativas estão altas para o Victoria’s Secret The Tour 2023, que vai ao ar dia 26 de setembro no Prime Video. Só nos resta assistir para comprovar as mudanças.

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