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“Não é gostoso envelhecer, ver o colágeno desaparecer”, diz Adriane Galisteu

Aos 51 anos, a comunicadora fala sem papas na língua sobre sua carreira, família, maturidade e o documentário que narra a história de Ayrton Senna

Por Lorraine Moreira
23 set 2024, 16h00
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  • Adriane Galisteu
    Há três décadas, Adriane Galisteu não para de se reinventar (Danilo Borges/Divulgação)

    Adriane Galisteu está acostumada a ter todos os olhos voltados para ela. Nas últimas três décadas, raramente deixou o lugar de destaque na mídia e no imaginário nacional. De modelo a comunicadora, de rosto de campanha publicitária a empresária de sucesso, ela ganhou o público, entrou para a lista de milionários brasileiros e é um dos maiores nomes do entretenimento nacional.

    Apesar de tantos feitos, engana-se quem acha que Galisteu tem a vida tranquila. “Não ganho trabalho fácil, recebo ‘não’ o tempo inteiro, muito mais do que ‘sim’. As pessoas pensam que existe uma árvore no meu quintal que me dá oportunidades, mas eu continuo tendo que comprovar um monte de coisa”, revela, em entrevista exclusiva à CLAUDIA.

    Encontrei Galisteu pela primeira vez numa coletiva de imprensa e, em meio a jornalistas, assessores, empresários e fotógrafos, sua presença dominou o ambiente. Não exatamente por sua beleza ou fama (que são inegáveis), mas pela naturalidade com que resolveu cumprimentar um por um no evento.

    Paulistana, beijou todos na bochecha, agradeceu sem parar a presença de quem ali estava e, com o sorriso aberto de quem é simpática por natureza, rapidamente assumiu a postura profissional para responder a dezenas de perguntas.

    De raiz retocada, cabelo sedoso, maquiagem polida e roupa confortável, ela estava arrumada, mas não parecia se importar em estar perfeita. Ao contrário de tantas celebridades recentes que apareceram nas redes sociais e estão sempre autoconscientes, preparadas para terem suas vidas registradas a cada passo, Galisteu exala espontaneidade.

    Nosso segundo contato foi por telefone. Depois de uma sessão de fotos, estava no carro, acompanhada do assessor e ligada no 220. É a Adriane da vida real, gente como a gente, encerrando o dia cheio de compromissos, mas com disposição para o papo. Deve ser por isso que conquistou o Brasil.

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    A história de Adriane Galisteu

    Adriane Galisteu fala sobre como está se sentindo ao envelhecer
    Adriane Galisteu assumiu muitas responsabilidades ainda juventude (Danilo Borges/Divulgação)

    De origem modesta, Adriane Galisteu nasceu em 1973 e precisou entrar cedo para o mundo dos adultos. Ainda na infância, gravou a trilha sonora da telenovela mexicana Chispita e se tornou membro da girl band Meia Soquete, onde era uma das quatro cantoras. Aos 15 anos, começou a trabalhar como vendedora para ajudar a mãe no sustento da casa, depois do pai falecer em decorrência de um infarto.

    No ano seguinte, foi agenciada como modelo e, em 1993, conheceu o piloto Ayrton Senna. Namoraram o último um ano e meio de vida do esportista. Depois da morte trágica de Senna, porém, foi perseguida pela mídia, que atribuía a ela oportunismo e uma suposta rivalidade com Xuxa Meneghel, ex-namorada do piloto. Além disso, assistiu a uma tentativa de apagamento da história que viveu com ele e precisou reforçar incontáveis vezes quem era. 

    Apesar das polêmicas (mas claramente não só por causa delas), Galisteu foi alçada à fama. Pouco tempo depois, começou na TV, em 1995, e participou de 21 programas e 8 novelas nas principais emissoras do Brasil, ao longo de seus 30 anos na televisão. Apresentou do Quiz MTV, no antigo canal, ao SuperPop, na RedeTV, sempre com o mesmo jeito despojado de tratar seus companheiros de programa.

    Em paralelo, entrou para a lista das grandes personalidades das redes sociais, um universo novo que oferece brilho, luxo e fama, mas também cobra seu preço em forma de intensas doses de julgamento. Contando Instagram, Twitter, TikTok e Facebook, são mais de 11,2 milhões de seguidores. “Passei por muitas provações, não são as críticas e os dedos apontados que vão me parar.” Longe das telinhas, ela construiu uma família ao lado de Alexandre Iódice, com quem teve o filho Vittorio, hoje com 13 anos. 

    Aos 51, ela se reinventa o tempo inteiro: erra, acerta, é julgada mas, especialmente, permanece. Aparecer para a fama nos anos 1990 foi o desafio máximo de sua carreira, e os ataques surgiam na mesma proporção. Nenhum, porém, foi suficiente para abalar Galisteu. Determinada, ela escolheu temperar a sua exposição com muita confiança no próprio trabalho. “Minha mãe me ensinou cedo a importância de me defender”, conta. 

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    Essa característica também colocou Galisteu à frente de projetos um tanto inovadores. Caso do lançamento de seu avatar Galis, em 2022, marcando a entrada da comunicadora no metaverso ou, mais recentemente, da sociedade com a clínica de estética Academia da Face. “Como artista, tenho a obrigação de sempre aprender, me renovar e estar aberta para o novo em todos os sentidos.” A necessidade de reinvenção, às vezes, abre margem para arrependimentos. “Eu vivo me arrependendo, porque assim é a vida. Quem tenta mais, erra mais, mas também acerta mais.”

    Recentemente, o interesse do público se voltou novamente para ela, depois do anúncio da Netflix de que lançaria um seriado dedicado à vida de Ayrton Senna no fim de 2024. Novamente, foi questionada sobre o relacionamento com o piloto e indagada sobre como enxerga aquele momento da vida.

    Desta vez, porém, Galisteu está calejada – fala sobre o episódio com a consciência de quem sabe da importância que teve. “A história do Ayrton é muito maior do que a minha relação com ele, mas seu último um ano e meio de vida foi ao meu lado, e isso me pertence. Qualquer outra história que fale sobre ele e eu não participe é ficção. E está tudo bem, porque não estou procurando o meu lugar ao sol, não vou disputar lugar na vida dele.”

    O relacionamento que manteve com o piloto, aliás, não resume sua trajetória. “Não fico revivendo essa história, estou focada na minha vida, que dei continuidade depois do acidente.” Isso inclui o casamento, sua relação com a maturidade e seus planos para o futuro – e a maternidade, é claro.

    Adriane Galisteu fala sobre maternidade, casamento e maturidade

    Adriane Galisteu diz o que acha do documentário com Ayrton Senna
    Adriane Galisteu acredita que o casamento é uma escolha diária (Danilo Borges/Divulgação)

    Adriane Galisteu se tornou mãe aos 38 anos. “Demorou demais”, diz. “Achava que sabia o que era amor até conhecer o Vittorio. Adorei viver a experiência da gestação e teria um time de futebol, mas adiei muito a gravidez e ela foi muito difícil.” Para Galisteu, a maternidade ganha complexidade conforme o crescimento da criança, e isso tem acontecido com um quê a mais: a realidade de Vittorio é bastante diferente da origem humilde da mãe.

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    Ela divide a tarefa de educar e ensinar o valor das coisas com o marido, Alexandre. Mais do que um parceiro, ele é uma escolha diária de Galisteu: “O casamento é uma instituição difícil, mas está longe de ser falida. Eu escolho ser casada todos os dias porque eu admiro, valorizo e amo estar ao lado dele, é algo que faz sentido. Fico casada enquanto estivermos nos fazendo felizes. Se meu relacionamento acabar, eu vou continuar buscando o amor.”

    Essa visão é um ganho da maturidade que, aliás, não chega sem deixar rastros. “Não é gostoso envelhecer, é uma merda. Falo isso com humor, porque é horrível ver o tempo passando, o colágeno desaparecendo e um monte de cabelo branco. Eu tenho um pacto com a vida e gosto do que ela me oferece, mas estou muito mais próxima do fim que do início. Não quero parar, quero envelhecer gostando de mim, do que eu olho no espelho, com saúde e dignidade”, comenta.

    Para o futuro, ela vai comandar a apresentação de mais uma edição de A Fazenda, lançar um reality show sobre sua vida em agosto e se tornar a embaixadora da Braé. Tudo isso enquanto mantém eventos, empreendimentos, campanhas publicitárias e produtos que levam seu nome.

    O longo currículo e a quantidade de trabalhos realizados até aqui deixam a pergunta: falta alguma coisa? Para Adriane, sempre. “Sou aquela mulher que quer mais. Isso não significa não valorizar o que eu já conquistei. Acho a minha história admirável, porém eu quero viver mais, aprender mais, ter erros novos, acertos novos. Novos contratos, novos desafios. Estou sempre pronta.” 

    Galisteu, por Adriane

    Adriane Galisteu fala sobre maternidade, casamento e envelhecimento
    Adriane Galisteu explica por que sua garra é sua característica mais marcante (Danilo Borges/Divulgação)

    Qual é sua ideia de felicidade perfeita?

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    Que ela não existe. É preciso saber lidar com os momentos que realmente fazem a diferença na nossa vida e entender que eles não são permanentes, mas que eles vão contar.

    Qual sua característica mais marcante?

    Minha garra, capacidade de dar a volta por cima e de não me entregar. Sempre falei a frase “todo fundo do poço tem mola” e que, mais cedo ou mais tarde, a vida dá uma virada. Tirando essa questão, também não sei escolher as palavras, sou meio bruta. Para algumas pessoas pode ser um defeito, para mim tem a ver com praticidade.

    Quando e onde você foi mais feliz na vida?

    Não consigo falar que eu fui mais feliz no passado, porque eu vou assinar um atestado de infelicidade no momento. Também não vou falar que eu quero ser feliz amanhã, porque também vai ser um atestado de infelicidade. Sou uma mulher que ama viver o agora. 

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    Qual é a sua maior extravagância?

    Estou longe de ser uma consumista desenfreada, mas já fui uma. Ainda não resisto a uma coisa para casa, por exemplo, uma vela bonita, um jogo americano, uma viagem. Para mim, é difícil falar “não” para uma viagem, ainda que seja por três dias. Se me perguntassem se eu pegaria um avião hoje para ir jantar em Nova York e voltar, eu respondo que pegaria minha mala e estaria pronta.

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