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Robin Thede explora as vivências de mulheres negras com humor na HBO Max

'A Black Lady Sketch Show', de Robin Thede, explora episódios cotidianos da relação de mulheres negras com cabelo, pele, sexo, fé, família e outros temas

Por Joana Oliveira
Atualizado em 9 abr 2022, 11h13 - Publicado em 9 abr 2022, 08h24

Robin Thede, atriz, roteirista e diretora, de 42 anos, está acostumada a abrir caminhos na comédia. Desde a infância, quando vivia em um trailer com o mínimo para viver em Iowa (EUA), ela já era o alívio cômico família. Aos sete anos, descobriu que gostava de fazer os outros rirem e transformou o dom em profissão. Ela foi a primeira mulher negra dos Estados Unidos a ser roteirista de um talk show no horário nobre, em The Nightly Show With Larry Wilmore e, anos depois, ela estreou seu próprio programa noturno, The Rundown. Essa experiência permitiu que sua série de esquetes de humor, A Black Lady Sketch Show, chegasse na HBO com captação direta. Depois de receber o Emmy de melhor série de humor no ano passado, Robin celebra, nesta semana, a estreia da terceira temporada, na HBO Max.

Com piadas em quase cada linha do roteiro —escrito por ela e outras sete redatoras, negras, como toda a equipe—, a série exagera, com humor, episódios cotidianos das vivências de mulheres negras, como uma maratona para devolver e receber reembolso por produtos de cabelo que prometeram milagres de hidratação, mas não funcionaram. Ou situações inusitadas nos cultos na igreja, uma parte importante de parte da cultura negra norte-americana. Mas também há espaço para invasões alienígenas e viagens no tempo. “Queria que a temporada temporada fosse épica, de volta a um mundo onde qualquer coisa pode acontecer. Acho que muitas pessoas ainda se sentem claustrofóbicas e solitárias depois de dois anos de pandemia em casa, mesmo que o mundo esteja se abrindo de novo, muitos de nós ainda não sentimos que estamos de volta ao normal”, diz Robin à CLAUDIA. 

A série, conhecida pela lista estrelada de atores e atrizes convidados, traz, nesta temporada, nomes como o da comediante Wanda Sykes, o da atriz MJ Rodriguez, protagonista de Pose (e primeira atriz trans a vencer um Globo de Ouro), o da cantora Vanessa Williams e o da aclamada diretora Ava DuVernay, entre outros. Talentos que se unem ao elenco principal, composto pela própria Robin, Ashley Nicole Black, Gabrielle Dennis e Skye Townsend. “O melhor convidado é alguém que está disposto a brincar, a ser visto de uma maneira diferente da qual está acostumado. Alguém como Angela Bassett, vencedora do Oscar e conhecida por papeis dramáticos, que estava empolgada para fazer a série porque disse: ‘Ninguém me pede para ser engraçada'”, comenta Robin.

Robin Thede em cena de 'A Black Lady Sketch Show'.
(HBO Max/Divulgação)

Ela, que tem feito esquetes de comédia por duas décadas, conta que mulheres negras sempre foram suas inspirações. “Elas e outras mulheres racializadas sempre foram as pessoas mais divertidas na minha vida. Nossas histórias são tão únicas em nossa cultura e, ao mesmo tempo, universais…”, comenta Robin sobre os esquetes que falam da relação das mulheres com o cabelo, a pele e o sexo, por exemplo. “Acho que as lutas, alegrias e conquistas que todas compartilhamos têm ramificações culturais específicas, mas, no fim das contas, todas queremos levar uma vida saudável, ter uma família feliz, amigos queridos, um trabalho que nos pague o suficiente para viver bem, todas nós queremos as mesmas coisas. A nossa série mostra isso através da perspectiva de mulheres negras”, acrescenta.

Humor ético

Robin Thede não titubeia ao afirmar que, para ela, o humor tem limites, sim. Um dos lemas de sua equipe é “não bater em quem já está por baixo”. Tampouco são permitidas piadas com “coisas que não podem ser mudadas”, como a estética de alguém ou uma deficiência física, por exemplo. “Fazemos piadas das quais todo mundo possa rir sem se sentir ofendido. Não fazemos ‘comédia boazinha’, necessariamente, mas é muito importante não machucar os outros. Mas é complicado. Tenho certeza que, em algum momento, ofendemos alguém, por melhores que sejam as nossas intenções”, diz.

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Além disso, a criadora considera que A Black Lady Sketch Show “tem um fator educacional” ao apresentar mulheres negras foras dos papéis estereotipados nos quais geralmente aparecem, como a melhor amiga da protagonista branca, uma empregada doméstica ou uma mulher escravizada. “Gosto de colocar essas personagens em situações e lugares que não são esperados. O Tribunal de Mulheres Negras, por exemplo, é uma esquete que sempre fez sucesso ao longo das temporadas e traz uma situação que parece muito normal, mas que não acontece, que é você ir ao trabalho e ver um monte de mulheres negras lá.”

A beleza da série é justamente mostrar que, mesmo nas situações mais esdrúxulas, essa população não está representada por uma ótica dramática, de trauma ou violência. O maior objetivo de Robin é que as pessoas se sintam leves ao assistir a série e que, pelo menos por meia hora, esqueçam os problemas de seu dia a dia. E as gargalhadas estão garantidas.

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