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Dani Moraes é escritora, jornalista e especialista em escrita terapêutica
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Janeiro: um mês de quantas vidas

Minha intensidade é tudo que tenho de bom e, ao mesmo tempo, o pior dos meus defeitos

Por Dani Moraes
19 jan 2023, 11h09

Um #photodumping não daria conta de sintetizar os tantos acontecimentos destes primeiros dias do ano. E isso poderia ser uma reclamação, não fosse mais um relato corriqueiro da minha vida. É que sou mesmo intensa, e vivo uma relação paradoxal com essa característica, já que minha intensidade é tudo que tenho de bom e, ao mesmo tempo, o pior dos meus defeitos. 

Para suportar minhas intensidades de ano novo, li – feliz com a diversidade da cabeceira – um livro de hábitos e Ayurveda; outro de crônicas da Joan Didion (que, espero, nunca termine); um livro em inglês sobre escrita expressiva; e Caderno Proibido, de Alba de Céspedes. Ela me deixou vasculhar a escrita diária de uma italiana do início do século XX, com tanto de mim?! Li ainda um livro de poemas e costuras e outro só sobre o amor. Por conta dele, fiquei com vontade de escrever de novo cartas ridículas, de ser menina de afeto e Lua em Escorpião, de colecionar arrebatos, amores platônicos e talento para ver o oco. 

Talvez você estranhe ou veja alguma semelhança nessa capacidade inata ao mergulho – coisa de quem não escapa ao superlativo e, por isso, escorrega nos adjetivos. Sorry, Cris Lisbôa! Eu e meus sonhos são coloridos em pigmentos fortes, ainda que anseie todos os dias pela fluidez da tinta diluída no refúgio da aquarela. Sou álcool forte que quer ser água Perrier. E gosto, porque sei ser do “e”, e não somente do “ou”.

Agarrada ao rabo de foguete desta virada de ano, atravessada por 12 noites santas ou insones, entre cafunés e choro de lavar a alma, testemunhei a tentativa de um golpe e o enterro de um Rei. Tive tempos de sonho, banho de cachoeira e mar — que é pra deixar Jung, Mamãe Oxum e Yemanjá em dia. Tomei Sol e tomei chuva, muito açaí e picada de borrachudo. Sorri, sentei na Janela – dos livros e do Cosme Velho. Visitei a Urca. Esperei todos os dias o amanhecer aos pés do Cristo. Fiz novas fotos do Dois Irmãos em dias sem verão. 

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Escrevi sem pressa, como quem honra o tempo da medicina ancestral. Embarquei no bote, lugar salva-vidas, de afeto ao porto-caderno, meu lar. A casa que eu tanto procuro. O leito do meu Rio. Rio. De Janeiro – esse mês de quantas vidas. E, com os pés na areia, celebrei o desejo de seguir assim: sem cabimento para tantas palavras.

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