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Anorgasmia: entenda a condição que atrapalha o prazer

Entenda o distúrbio que afeta a possibilidade atingir o orgasmo e como tratá-lo

Por Adriana Marruffo
17 jul 2023, 09h38

O mês de julho foi escolhido para celebrar o mês do orgasmo, um dos maiores momentos de prazer que o ser humano pode experimentar, assim, a data instiga o debate sem tabus sobre ele. Dentre os diversos temas que mal são retratados ou discutidos sobre o prazer, está a ausência de orgasmo, conhecida como anorgasmia. Desvendamos tudo sobre a condição com a ajuda de Sabrina Munno, sexóloga e educadora sexual. Veja só:

O que é Anorgasmia?

A anorgasmia é um distúrbio, também  chamado de síndrome de Coughlan, que ocorre quando “a mulher, ou até mesmo o homem, não consegue ter um orgasmo”, conta. Assim, se caracteriza pela dificuldade, ou ausência total, recorrente de chegar ao orgasmo durante o sexo ou a masturbação, ocorrendo mesmo estando sexualmente excitado ou havendo estimulação sexual. 

A sexóloga explica que o distúrbio não se restringe aos que jamais atingiram o orgasmo, havendo dois tipos: “Existem vários tipos de anorgasmia, a pessoa que nunca teve um orgasmo ou, a partir de certo momento da vida, não conseguiu mais ter, por algum motivo ou trauma.” 

A anorgasmia pode afetar a vida do paciente para além da sua vida sexual, uma vez que o orgasmo faz parte do bem-estar, afetando o humor e, inclusive, a autoestima.

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Por que não tenho orgasmos?

Diálogo agressivo pode ser um inimigo na hora de melhorar o sexo.
Sexóloga traz informações sobre a anorgasmia (Vladimir Vladimirov (Getty)/Reprodução)

As causas da anorgasmia podem ser fisiológicas, sócio e psicossociais. Ela pode ocorrer, por exemplo, pela falta de autoconhecimento sexual: “A gente não pode entregar o nosso prazer na mão de outra pessoa, então a gente tem que se conhecer para saber como funcionamos e podermos falar para outra pessoa.”

Isto ocorre devido ao grande tabu que cerca o sexo e a masturbação, especialmente para as mulheres, que, muitas vezes, são educadas para terem medo e acreditarem que seu prazer pode vir unicamente através do parceiro, o que pode levar ao descontentamento sexual e uma falta de apelo ao prazer. 

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O distúrbio também pode se apresentar após determinados ciclos da vida. “Um período de estresse que ela esteja passando, preocupação, um relacionamento que não está legal, ela não está se sentindo respeitada, amada ou querida”, podem levar à ausência recorrente do orgasmo, aponta a profissional.

Em outros casos, a gravidez ou o período de puerpério podem trazer alterações psicológicas que não permitem a liberdade pessoal para o prazer. “Em uma gravidez podemos ter uma pessoa que está super afim de ter relações e outra não quer nem pensar em ter. Então é o período ou aquele ciclo que ela está vivendo ”, esclarece.

Além disso, o período pós-gravidez também pode dificultar o desejo. “Alguma coisa aconteceu naquele cérebro que ela não se vê como uma pessoa sexual, que não pode mais sentir e até, às vezes, acontece com o parceiro que olha para aquela mulher como mãe dos meus filhos. E não se permite, sabe?”

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A menopausa também é um período em que a mulher pode estar mais suscetível a viver a anorgasmia, devido aos hormônios e queda de lubrificação, que pode resultar em dificuldade no sexo ou, inclusive, dor: “Quem é que tem prazer com dor na relação ou tem orgasmo com dor na relação?  É difícil”, destaca Sabrina.

Porém, ela também explica que a anorgasmia, em certos casos, pode ser decorrente de “algum trauma, alguma violência ou algum abuso”, que impede a pessoa de ter confiança nos atos sexuais ou de se permitir o prazer. 

Diagnóstico e Tratamento da Anorgasmia

O diagnóstico da anorgasmia é feito através de um ginecologista ou um especialista em sexualidade, após ter feito uma pesquisa médica sobre outros possíveis problemas de saúde.  Assim, ele é tratado por terapeutas sexuais, onde é discutido o cenário sexual do indivíduo, isto é, quais foram as conversas que ouviu durante a infância a respeito do sexo, sua religião, possíveis traumas ou ciclos de estresse, além de relações atuais e parceiros. “É um trabalho de formiguinha e a pessoa tem que estar bem e querer realmente, quero me conhecer e quero ter quero sentir o meu prazer”, comenta a terapeuta. 

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“Primeiro eu entendo a queixa da pessoa, qual é a sua queixa? Pode ser falta de desejo ou, para a maioria das mulheres, dor na relação. Conhecendo a queixa da pessoa eu vou fazendo perguntas: é casada há muito tempo, como que você começou, como foi a sua educação sexual?”, explica sobre o tratamento da anorgasmia. 

Sabrina ainda destaca a importância da participação do parceiro ou parceira no tratamento, uma vez que eles podem ajudar a entender a raiz do problema e se envolverem nas possibilidades que podem trazer prazer e, aos poucos, dar um fim ao período de anorgasmia.

Autoconhecimento é a chave

masturbação
A masturbação pode ser uma forma de se entender e se conhecer (Júlia Vicheti/MdeMulher)

A falta de autoconhecimento sexual é um dos fatores principais da anorgasmia e da insatisfação sexual, sendo decorrente da educação sexual repressora imposta na sociedade. Apesar de tabu, é necessário discutir e entender as necessidades do nosso corpo e o que gera prazer, uma vez que é diferente para cada indivíduo. 

“Primeiro, as pessoas acham que, na educação sexual, a gente vai falar sobre sexo, a gente vai ensinar as pessoas a fazer sexo – e não é. A gente vai falar sobre sexualidade, claro, falando de como ela pode se proteger de uma infecção sexualmente transmissível, como ela vai se proteger de uma gravidez, mas também falar sobre como isso é bom e como é importante ela se conhecer, né? Como é importante ela saber como é que o corpo dela funciona”, explica Sabrina. 

“Eu falo que é conhecimento é um exercício, uma atividade”, pontua. Sabrina conta que, para se autoconhecer, é necessário primeiramente ter um ambiente seguro e privado, no qual a pessoa se sinta confortável e saiba que tem tempo para si. 

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“Começa devagar, começa a se olhando no espelho. É um namoro. Eu falo que você vai se namorar e vai se conhecer e vai ver se está tudo bem nas suas partes íntimas. Então é um namoro com você, de se tocar, de pegar um sabonetinho gostoso, colocar uma musiquinha, colocar uma penumbra. Começa com uma leitura de contos eróticos, ou livro mais sensual, porque a mulher é muito imaginação”, recomenda.

E você pode estar se perguntando: E os brinquedos sexuais, podem ajudar? A resposta é sim! Apesar deles ainda serem vistos como um tabu, são maravilhosos tanto para os momentos de autoconhecimento, quanto para a relação com a parceria. Vale lembrar que os brinquedos sexuais não são uma substituição do parceiro, eles podem trabalhar juntos, especialmente no caso das mulheres, que precisam de uma estimulação no clitóris para atingir o orgasmo.

“O vibrador é terapêutico, ele pode ser utilizado para uma massagem, para várias coisas, como despertar o ponto, fazer uma brincadeira”, explica a sexóloga, além de recomendar os “vibradores bullet” para quem está começando no mundo dos brinquedinhos!

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