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Quem é a Recy Taylor, a mulher citada no discurso de Oprah

Ao falar sobre violência sexual no Globo de Ouro 2018, a apresentadora citou o caso de Recy Taylor, que levou mais de 60 anos para ser reconhecido

Por Maria Beatriz Melero Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 jan 2018, 16h30
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  • Na noite do último domingo (7), Oprah Winfrey, a mulher mais poderosa da televisão norte-americana, foi homenageada pela sua carreira e tornou-se a primeira mulher negra a receber o prêmio Cecil B. DeMille  – que prestigia o conjunto da obra de um profissional.

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    Em seu discurso de agradecimento, Oprah falou sobre a importância da diversidade nos ambientes sociais, racismo e sobre violência sexual. Um dos casos citados pela apresentadora para exemplificar crimes sexuais foi o da norte-americana Recy Taylor – morta no ano passado aos 98 anos.

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    Recy

    Em 1944, aos 24 anos, Recy foi estuprada coletivamente por seis homens brancos após deixar a igreja em que costumava frequentar na cidade em que morava no estado do Alabama. Apesar de estar acompanhada do filho, os rapazes a obrigaram entrar no carro que conduziam, a levaram para um matagal e a violentaram no local.

    Os seis homens chegaram a confessar o crime que cometera. A confissão partiu do motorista do grupo, Hugo Wilson, que após ter o veículo identificado pelas autoridades policiais a quem Recy recorreu, delatou os outros cinco companheiros. Porém, os agressores não foram detidos e a Hugo coube pagar uma multa de US$ 250.

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    Diante do descaso ao crime cometido contra Recy, a comunidade negra dos Estado Unidos se uniu e foi amparada pela Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor para fazer algo a respeito.

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    A ativista Rosa Parks tomou o assunto para si e rapidamente o caso começou a repercutir na sociedade norte-americana. Consequentemente, os seis acusados foram levados a julgamento pelo crime de estupro. Entretanto, o tribunal do juri, composto apenas por homens brancos, decidiu que não havia provas o suficiente contra o grupo.

    Novamente, o caso de Recy mobilizou campanhas por justiça a mulher. Em 1945, um dos agressores, Joe Culpepper, chegou a confessar, também, o crime. Os demais não assumiram o estupro, mas disseram que haviam transado com Recy e que o ato havia sido consensual e a chamaram de prostituta. Novamente, os elementos apresentados pelos acusados levaram o novo tribunal do júri formado para o caso a inocentá-lo.

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    Apenas 67 anos após o estupro, em 2011, o governo do Alabama fez um pedido oficial de desculpas a Recy. Em sua retratação, o estado reconhece ter falhado no passado na punição dos agressores.

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    “Ela viveu como todos nós vivemos, muitos anos em uma cultura destruída por homens brutalmente poderosos. Por muito tempo, não ouviam as mulheres, ou não acreditavam nelas quando ousavam falar a verdade sob o poder desses homens. Mas esse tempo acabou (…) E eu só espero que Recy Taylor tenha morrido sabendo que sua verdade, como a verdade de tantas outras mulheres que foram atormentadas naqueles anos, e até agora atormentadas, seguem adiante”, lembrou Oprah.

     

     

     

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