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Tratamento contra câncer de mama adia quimioterapia por até quatro anos

Ele também se mostrou capaz de aumentar o tempo de vida de pacientes na fase metastática da doença

Por Da Redação
Atualizado em 17 fev 2020, 11h35 - Publicado em 13 nov 2019, 19h43
 (Ana Maria Serrano/Getty Images)
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Um novo tratamento contra o câncer de mama demonstrou ser capaz de, em casos de tumor metastático (a fase mais severa e avançada da doença), adiar a necessidade de quimioterapia em até quatro anos.

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Publicado no JAMA Oncology, o estudo demonstrou que a combinação dos medicamentos abemaciclibe (que inibe a enzima ciclina, responsável pela divisão celular, e leva à morte das células doentes) e fulvestranto (anti-hormonal que interfere na produção das células) resulta também em um aumento de até 10 meses da sobrevida, que atualmente é de três anos.

“Esses resultados são muito impactantes. A nova combinação permite que, mesmo com doença metastática, as pacientes vivam mais e com qualidade de vida. Além disso, elas conseguem adiar o uso da quimioterapia por períodos mais longos e têm a conveniência de tomar a medicação em casa”, declarou Gilberto Amorim, coordenador nacional de Oncologia Mamária na Oncologia D’Or, a VEJA

Com efeitos colaterais como alterações no sangue e diarreia, o tratamento também possui impacto mais brando que a tradicional quimioterapia, que pode implicar em queda de cabelo, crises de vômito e diminuição da imunidade. Isso se deve ao fato de que a combinação de medicamentos atua diretamente nas células tumorais, diminuindo o dano às células saudáveis.

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No momento indicada para pacientes com câncer de mama metastático e que já haviam passado por outros tratamentos anti-hormônios, a terapia reduziu em 25% o risco de morte destes ditos pacientes. Há expectativas de que, no futuro, ela possa ser empregada como tratamento inicial desta fase da doença.

Segundo Amorim, porém, os resultados são variáveis a depender do organismo do paciente. “Alguns podem responder por menos tempo e outros sequer vão responder”.

Ele também explicou que o acesso ao medicamento ainda não é fácil. Apesar dos convênios médicos em geral cobrirem o custo do fuvestranto, o mesmo não acontece com o abemaciclibe, que não faz parte do hall de medicamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim, é possível que alguns planos aceitem a solicitação, enquanto outros exijam liminar judicial.

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“As pessoas devem solicitar o acesso ao remédio para o plano de saúde, mesmo que tenham de entrar na justiça para consegui-lo, pois os resultados são significativos na vida do paciente”, orienta o médico. Ele espera que a entrada da substância na lista da OMS em 2021 facilite sua obtenção.

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