Squirting: ejaculação feminina existe, sim, e vem da bexiga, diz ciência
Ciência estima que isso acontece com cerca de 5% das mulheres em todo o mundo
Você já ouviu falar em squirting ou sobre o que é squirt? Esse é o nome comumente dado à ejaculação feminina, quando, ao experimentar um prazer intenso, a mulher elimina fluidos pela vagina. A ciência estima que isso acontece com cerca de 5% das mulheres em todo o mundo, mas sempre houve dúvida sobre a origem desse líquido. Agora, cientistas da França, do Japão e da Suécia reuniram evidências que indicam que ele é expelido pela bexiga.
No artigo publicado no International Journal of Urology, os pesquisadores explicam que as mulheres produzem diferentes tipos de fluidos durante o sexo. Na fase de excitação, a vagina libera a lubrificação e, quando atinge o orgasmo, a uretra pode secretar, em pequenas quantidade, um fluido leitoso e outro claro, expelido em maior volume, “muitas vezes, centenas de mililitros”, como descrevem os cientistas. Até recentemente, ambos os fluidos do orgasmo eram descritos como ejaculação feminina. No entanto, esse termo agora é reservado para o fluido leitoso, enquanto o squirt (ou squirting) se refere exclusivamente à liberação do fluido mais claro e abundante.
Um estudo liderado pelo ginecologista francês Samuel Salama, do Hospital Poissy Saint Germain en Laye, em Paris, sugeriu que o squirting envolve a expulsão de urina da bexiga, já que ultrassons em sete mulheres que podiam fazê-lo mostraram que suas bexigas estavam cheias pouco antes do orgasmo e se esvaziaram logo depois.
Para ter certeza dessa reação fisiológica, Miyabi Inoue, urologista da Clínica Miyabi Urogyne, no Japão, e seus colegas injetaram corante azul misturado com água nas bexigas de cinco voluntárias capazes de experimentar a ejaculação feminina. Um voluntário do gênero masculino estimulou sexualmente as mulheres até que elas atingissem o orgasmo e um pesquisador coletou o líquido ejetado em um copo estéril. Em todos os casos, o fluido era azul.
Para Jessica Påfs, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, “isso confirma que o squirting parece se originar na bexiga”, mas ainda restam muitas perguntas. “Esse líquido tem a mesma composição da urina? E por que algumas mulheres expelem esse fluido e outras não?”, questiona a cientista na revista New Scientist.
No momento do squirting (que se poderia trazudir como esguicho), quatro mulheres no estudo também pareciam experimentar a ejaculação feminina, esse processo fisiológico distinto envolve a secreção de alguns mililitros ou menos de um fluido leitoso e espesso, proveniente de pequenas glândulas próximas à uretra chamadas glândulas de Skene, ou “próstata feminina”. O fluido contém antígeno prostático específico (PSA), que também está presente no líquido produzido pela próstata masculina durante o clímax sexual.
Descobriu-se que o líquido esguichado de quatro das mulheres no estudo continha PSA, sugerindo que elas produziam ejaculação feminina ao mesmo tempo em que “esguichavam a urina”, e os dois fluidos se misturavam na uretra. Påfs descobriu que as experiências das mulheres com o squirting e a ejaculação variam muito. Ela entrevistou 28 mulheres na Suécia que podiam “esguichar” e descobriu que o fenômeno era muito prazeroso para algumas, enquanto outras descreveram como “superestimado” ou “embaraçoso”. Algumas delas disseram que o squirting é involuntário, enquanto outras aprenderam a fazê-lo com a prática.
Påfs também estudou as experiências das mulheres em Ruanda, onde esse tipo de ejaculação feminina muito celebrada. “As mulheres em Ruanda falam sobre isso como o mais alto nível de satisfação, pois é algo que está ligado ao relaxamento, e passam o conhecimento de como fazê-lo de geração em geração”, diz ela.