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A importância de 50% da programação da SIM São Paulo ser feminina

Diretora da Semana Internacional da Música, Fabiana Batistela acredita que mudança no olhar da curadoria contribui para todo o mercado musical

Por Clara Novais Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 dez 2017, 16h55 - Publicado em 5 dez 2017, 18h22
Linn da Quebrada, Letrux e Ana Cañas são algumas das atrações musicais da SIM São Paulo (Facebook/Divulgação)
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Cinquenta por cento de presença feminina na programação. Essa exigência pautou a curadoria da quinta edição da Semana Internacional da Música de São Paulo (SIM) – uma das mais importantes feiras de negócios da música da América Latina. O evento acontece entre os dias 6 e 10 de dezembro em diversos pontos da capital paulista, tendo o Centro Cultural São Paulo (CCSP) como base.

“Essa regra é para prestarmos atenção não só no primeiro nome que vem à nossa cabeça, que normalmente é masculino”, conta a paulistana Fabiana Batistela, 40 anos, diretora da SIM São Paulo. “Tem muita mulher no ramo da música e normalmente elas não são protagonistas. Na maioria das vezes, é um sócio homem com as mesmas responsabilidades que fala pelo projeto”, explica.

Fabiana Batistela
Fabiana Batistela, diretora da SIM São Paulo, atua há mais de 18 anos no mercado da música (Inker/Divulgação)

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Há mais de 18 anos no mercado musical, Fabiana acredita que basta pensar um pouco mais para encontrar um bom nome feminino para aquilo que se procura. Por isso, a imposição dos 50%, implantada desde a edição passada da feira. “Foi uma forma de orientar o nosso olhar e procurar essas mulheres que já se destacam no setor.”

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Ao longo dos cinco dias de programação intensa, acontecem mais de 50 palestras, debates e workshops sobre o novo mercado musical no CCSP. Além disso, 27 artistas e bandas se apresentam no palco do Centro Cultural e outros 130 se dividem entre festas e shows em 40 eventos distribuídos pela capital paulista. Tudo com 50% de presença feminina.

A diretora da SIM São Paulo tem esperança de que essa taxa seja uma exigência provisória. “Ela é importante como incentivo até o dia em que a gente não precise mais pensar nisso, em que será natural esse equilíbrio de gênero na musica.”

Fabiana é também fundadora e diretora da Inker, agência de comunicação e projetos focada em música e artes, que realiza a feira com a Prefeitura de São Paulo e o CCSP. São 15 anos comandando a empresa e, de lá para cá, ela percebe certa evolução no cenário musical quando o assunto é equidade de gênero.

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“Durante muito tempo eu era a única mulher na sala de reunião. Eram os homens e eu. Hoje é bem diferente, mas ainda tem muito a mudar”, conta. Como reflexo dessa solidão, a paulistana precisou superar muita desconfiança ao longo da carreira, preconceito enfrentado até hoje. Ela já perdeu as contas de quantas vezes ouviu a frase: “Acho que essa menina não vai dar conta”. “Eu não sou menina. São duas décadas nesse ramo. Parece que a gente sempre precisa fazer mais esforço para se provar”, rebate.

Trazer outras mulheres para o seu entorno foi a forma instintiva que Fabiana encontrou de combater tudo isso. Antes mesmo de exigir uma programação com equilíbrio de participações feminina e masculina na SIM São Paulo, a maior parte dos funcionários da sua agência já eram mulheres. “Sempre foi assim, aconteceu sem eu perceber.” Sua expectativa é de que esse movimento se torne natural e que, em breve, homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades em todo o mercado da música. Esperamos que esse dia esteja próximo!

Confira a programação completa da SIM São Paulo

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