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Projeto social oferece moradia digna para mulheres

Parceria da Benefit com ONG Habitat para a Humanidade realizará obras de melhorias nas casas de mulheres de Heliópolis

Por Joana Oliveira
Atualizado em 23 ago 2022, 13h15 - Publicado em 22 ago 2022, 09h19
Projeto da ONG Habitat para Humanidade, em parceria com a Benefit Cosmetics, melhora condições de moradia de mulheres de Heliópolis, em São Paulo.
Projeto da ONG Habitat para Humanidade, em parceria com a Benefit Cosmetics, melhora condições de moradia de mulheres de Heliópolis, em São Paulo.  (Benefit Cosmetics/Divulgação)
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Maria Daiane, de 36 anos, parece não encontrar palavras para descrever como era, há um ano, a casa onde vive com o marido e a filha. Só repete que “antes era muito pior, muito feia”. Ela é uma das mais de 600 mulheres que foram beneficiadas em 2021 pela ONG Habitat para a Humanidade, que promove condições de moradia digna para pessoas em vulnerabilidade social. “Eu tinha muita vergonha de trazer alguém em casa, hoje ela está linda. Quando sento no sofá, olho ao redor e nem acredito no que vejo, porque está muito melhor do que antes”, comemora Maria Daiane, que está desempregada, enquanto o marido “faz bicos”. A principal renda da família são os benefícios governamentais.

Sua família representa o perfil do déficit habitacional no Brasil, que, de acordo com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), é de seis milhões de moradias. A maior parte das pessoas afetadas é de mulheres negras, com renda até dois salários mínimos. 

Além desse déficit quantitativo, Carla Nóbrega, diretora de Mobilização de Recursos e Comunicação da Habitat para a Humanidade no Brasil, destaca que existe também um déficit qualitativo quando se fala em direito a moradia digna no país. “Muita gente que tem casa vive em imóveis sem telhado, com infiltrações, sem saneamento básico ou acesso à água, com várias pessoas dividindo um único cômodo…”, diz.

Por isso, um dos projetos da ONG é realizar reformas de melhoria estrutural nessas casas, por meio de mutirões de reforma. “Só trabalhamos em áreas consolidadas, onde as famílias têm pelo menos o documento de posse do local, sem risco de ser destituídas de lá”, explica Carla. Para quem não tem sequer esse papel, a ONG oferece consultoria burocrática para registrar o imóvel e orientações de como lidar com contas que, antes, não existiam, como as de água e luz.

Existente há 30 anos em 70 países, a Habitat para a Humanidade foi uma das organizações que atuaram junto ao Congresso Nacional pela aprovação de uma lei que suspendeu as desocupações e despejos durante a pandemia de Covid-19. Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) estendeu o prazo dessa medida provisória para outubro deste ano.

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Para Carla além de políticas públicas que garantam casas para todos, faltam políticas de melhoria habitacional. “Quando falamos em melhoria da habitação, falamos de uma melhoria de qualidade de vida, em geral. É a criança que passa a ter um espaço adequado para estudar em casa, é melhora de doenças respiratórias, quando se conserta, por exemplo, uma infiltração”, explica.

No Brasil, a Benefit Cosmetics é parceira da ONG desde 2017 e, neste mês de agosto, como parte do projeto filantrópico Bold is Beautiful, a marca doará todo o lucro do serviço de design de sobrancelhas para melhorar as moradias de mulheres de Heliópolis, na zona sul de São Paulo. O serviço está disponível em lojas da Sephora e pode ser agendado pelo site da Benefit.

De acordo com Carla, o objetivo é beneficiar principalmente mulheres da comunidade que sejam chefes de família. Na última campanha com a Benefit, 35 pessoas foram beneficiadas com melhorias em 17 moradias.

O projeto melhora a autoestima das famílias. Já ouvi uma senhora dizer: ‘Minha cozinha está tão bonita, parece uma árvore de Natal!’ Ou: Antes, eu tinha vergonha de receber uma visita e deixá-la usar meu banheiro. Agora faço questão que entrem lá'”, conta a gestora da Habitat para a Humanidade. “Para muitas mulheres, somente depois das reformas puderam sentar com seus familiares para fazer uma refeição todos juntos”, acrescenta. A meta é que cada vez mais pessoas tenham acesso a esse direito básico.

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