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Médicos anunciam 4º caso de cura do HIV nos Estados Unidos

Os responsáveis pelo tratamento apontam que um homem que tem HIV desde 1988 passou por um transplante de medula óssea e está há 17 meses em remissão

Por Sarah Catherine Seles
27 jul 2022, 19h16

Os médicos de um homem que vive com o vírus da imunodeficiência humana desde 1988 apontam que ele foi curado. Este é o quarto caso de cura do HIV no mundo. O paciente passou por um transplante de medula óssea nos Estados Unidos para tratar uma leucemia e o doador era resistente ao vírus.

Em remissão há 17 meses, o homem de 66 anos, que pediu para não ser identificado, parou de tomar os remédios para tratar o HIV. “Mais que grato” é como ele se sente, já que o vírus não pode mais ser encontrado em suas células.

Após ter sido curado, o homem é conhecido como o Paciente City of Hope (“Cidade da Esperança”, em tradução livre para o português), em homenagem ao hospital de seu tratamento, localizado em Duarte, na Califórnia.

Esperança

No último ano, ele perdeu muitos de seus amigos para o vírus, antes que os medicamentos antirretrovirais ou novos tratamentos pudessem dar a essas pessoas uma vida quase normal.

hiv
Este é o quarto caso similar de cura do HIV ao redor do mundo (Foto: Joseph Jardine, Sergey Menis, e William Schief of Scripps Research/IAVI/Divulgação)

“Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, afirmou o homem em um comunicado.

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O sistema imunológico do corpo é afetado pelo HIV e pode levar à Aids, a síndrome da imunodeficiência adquirida, e dificultar a defesa do corpo contra infecções.

O transplante de medula óssea foi realizado para tratar a leucemia que o homem desenvolveu quando tinha 63 anos e não tinha como foco o HIV. A equipe médica que realizou seu tratamento decidiu que ele precisava do procedimento para substituir sua medula óssea doente por células saudáveis. Por coincidência, o doador era resistente ao HIV.

O vírus invade os glóbulos brancos do nosso corpo usando uma porta microscópica, a proteína CCR5. Algumas pessoas, porém, assim como o doador, possuem mutações CCR5 que fecham essa entrada e impedem o HIV.

Cura do HIV

Após o transplante, o homem foi monitorado de perto e os médicos observaram que os níveis de HIV se tornaram indetectáveis no corpo dele há mais de 17 meses. “Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava usando há mais de 30 anos”, disse Jana Dickter, infectologista do hospital City of Hope.

O primeiro caso semelhante ocorreu em 2011 com Timothy Ray Brown, conhecido como Paciente de Berlim, que se tornou a primeira pessoa no mundo a ser curada do HIV. E outros três casos parecidos foram registrados nos últimos três anos ao redor do mundo.

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O Paciente City of Hope é a pessoa mais velha e que vive com o vírus há mais tempo a ser tratada dessa forma. Apesar disso, os transplantes de medula óssea não devem revolucionar o tratamento para as 38 milhões de pessoas que têm HIV no mundo atualmente. Pesquisadores estão buscando maneiras de atuar sobre a proteína CCR5 com terapia genética.

É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV”, afirmou Dickter.

Com a divulgação do caso, Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids, disse: “A cura continua sendo o Santo Graal da pesquisa do HIV”. Ela afirmou que houve “um punhado de casos de cura individual antes” e que eles forneceram “esperança contínua para pessoas que vivem com HIV e inspiração para a comunidade científica”.

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