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“Eu, empregada doméstica”, livro de Preta Rara gera incômodo

Em suas redes, ela fazia publicações sobre seus sete anos de experiência usando a hashtag #EuEmpregadaDoméstica

Por Esmeralda Santos (colaboradora)
Atualizado em 17 fev 2020, 13h16 - Publicado em 20 set 2019, 16h39
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  •  (Arquivo pessoal/Divulgação)

    “A senzala moderna é o quartinho de empregada”. É com essa analogia que Joyce Fernandes, 32, a rapper Preta Rara lança o seu primeiro livro intitulado “Eu, Empregada doméstica“, dois anos após o surgimento de sua página no Facebook (que tem o mesmo título), onde ela recolhia relatos de situações humilhantes que domésticas viviam no trabalho.

    Com o intuito de que as trabalhadoras do lar sejam protagonistas de suas próprias histórias, o livro mostra o quão valioso é o trabalho realizado por essas mulheres. “O que eram as escravas no Brasil colonial, agora são as empregadas domésticas, e eu quis fazer essa provocação através da literatura”. Além de rapper, Preta é professora de História e agora, escritora, posição esta que ela jamais imaginou ocupar. Ela se coloca no mundo como uma grande produtora de conteúdo e quer alcançar diversos públicos com a sua mensagem.

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    “Foi um processo solitário e de revisitação de opressões que eu vivenciei enquanto trabalhadora do lar”, disse emocionada.  Preta mencionou o momento que ela considera o mais importante do livro, além dos relatos: a história de sua mãe, carinhosamente chamada de “Tia Lena”, que, durante a entrevista para a obra, revelou à sua filha situações difíceis que viveu e que não havia compartilhado com ninguém da família.

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    Preta reconhece que não é percursora dessa luta e que existiram mulheres que vieram antes dela. Inspirada por Laudelina de Campos Melo, responsável por criar o primeiro Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas, em 1963, Preta reivindica os direitos das profissionais e, com alegria, menciona que a Deputada Federal Benedita da Silva, uma das responsáveis pela PEC das Domésticas (PEC 66/2012), assinou a orelha de seu livro.

    “O trabalho doméstico tem classe e cor. Desejo que lendo o livro as pessoas se incomodem e juntos possamos mudar essa situação”, disse ela ao acrescentar dados divulgados pelo IBGE em 2018, onde pesquisas mostraram que há no Brasil cerca de 6,4 milhões de empregadas e que 52,9% dessas mulheres, são negras. Neta e filha de domésticas, a função foi repassada para ela, mas Preta acredita que é através do incômodo que as mudanças acontecem. A partir desses dados do IBGE e também de sua própria trajetória, Preta traz a reflexão sobre os lugares ocupados pelas mulheres negras na sociedade.

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