PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Ativista recolhe relatos das humilhações sofridas por domésticas

“Precisava comer no trabalho, mas não era permitido. Pediram para eu levar minha comida e meus talheres”, relembra Joyce Fernandes.

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 5 abr 2017, 19h42 - Publicado em 4 nov 2016, 09h00
 (Biga Appes/)
Continua após publicidade

“Estava em casa fazendo um balanço da vida quando decidi revelar minha experiência como doméstica”, diz a santista Joyce Fernandes, 31 anos, professora de história. Quem se interessaria? Choveram seguidores assim que, em julho passado, começou a publicar, em suas redes, posts sobre seus sete anos de experiência usando a hashtag #EuEmpregadaDoméstica. “Fui contratada como cozinheira e não recebia vale-alimentação. Precisava comer no trabalho, mas não era permitido. Pediram que eu levasse minha comida e meus talheres”, lembra.

Era daí que tirava o sustento, como fazem 5,8 milhões de trabalhadoras do lar – a maior categoria profissional feminina do país. Em menos de 24 horas, depoimentos inundaram suas redes sociais. Os abusos se repetem mesmo depois da sanção, em 2015, da lei que dá a elas direitos idênticos aos de qualquer profissional (intervalo para refeição, adicional noturno, FGTS, além de carteira assinada, férias e INSS).

Humilhação, opressão racial, assédio moral e sexual ainda ocorrem em casas de família. O pior: a maioria das mulheres acreditava estar sozinha ou que ser subjugada era algo normal para quem ocupa o quartinho do fundo. “É uma herança da escravidão”, argumenta Joyce. “Alguns patrões mantêm a ideia de que seus funcionários são propriedade privada.”

Ela então batizou uma página no Facebook com a hashtag – hoje com 127 mil seguidores e 4 mil histórias – e deseja, com esse movimento, honrar sua mãe e sua avó, domésticas, além de encorajar outras a buscar seus direitos. Joyce não se restringe ao digital. No palco, assume a rapper Preta Rara e provoca catarses ao cantar as sagas que tem ouvido. “Se as dores não forem transformadas, continuaremos a morrer um pouco por dia.”

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de 10,99/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.