Acusado de racismo, Reinaldo Lourenço tenta censurar perfil denunciante
Segundo VEJA, o estilista também pediu para ação correr em segredo de Justiça, mas juíza não autorizou
Motivada pelas manifestações contra o racismo estrutural, uma avalanche chacoalha a internet com ações virtuais convocando pessoas brancas para a luta antirracista. Nessa articulações, outro ponto que acendeu no debate foram as denúncias de racismo sofrido por afrodescendentes, como profissionais do segmento da moda informaram no perfil do Instagram Moda Racista.
Porém, um dos nomes mais apontados nas denúncias, o do estilista Reinaldo Lourenço, não só demonstrou insatisfação com as mensagens ao seu respeito como também abriu uma ação em caráter de urgência na 39ª Vara Cível de São Paulo, em 11 de junho, para o Facebook retirar o perfil do ar. As informações são da VEJA.
Assim como Lourenço, outra estilista que também foi bastante citada pelos denunciantes foi Gloria Coelho, que já foi casada com Reinaldo. Para VEJA, o estilista se limitou a pedir desculpas caso alguma atitude ou opinião dele tenha ofendido alguém. A juíza Juliana Pitelli da Guia declarou que a ação de Reinaldo seria uma tentativa de censura, por isso foi negada.
No despacho de 12 de junho, Pitelli escreveu: “ao que consta, foram publicados relatos de pessoas supostamente vítimas dos alegados atos, que podem ou não se comprovar verdadeiros. Não se pode ignorar que o racismo é tema polêmico e há interesse social no debate, assim, entendo que, ao menos nesta fase de cognição sumária, a remoção das imagens e/ou conteúdos publicados em referido perfil poderia configurar censura, vedada pela Constituição Federal (artigo 22, § 2º). Ademais, o sistema jurídico disponibiliza aos autores o direito de resposta, por meio do qual, uma vez identificado o titular do perfil, poderão eventualmente comprovar serem inverídicas as alegações e buscar as indenizações cabíveis”.
Além da retirada do perfil da rede social, Reinaldo solicitou que o processo seguisse em segredo de Justiça, entretanto a juíza não atendeu à solicitação, já que, segundo ela, o assunto “racismo” é de interesse público. Mesmo assim, a Justiça disponibilizou o prazo limite de 48 para o Facebook identificar o usuário responsável pelo perfil. Com isso, a conta do Moda Racista foi retirada do ar por decisão dos administradores. Caso isso não acontecesse e o Facebook não identificasse a autoria da página, a empresa seria penalizada com uma multa diária de 5.000 reais.