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“Acreditei que era possível dançarem embalados pelo ritmo das batidas do coração”

A Unesco reconhece a luta da paulista Keyla Ferrari Lopes para transformar pessoas com necessidades especiais em dançarinos felizes Karina Fusco

Por Karina Fusco (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 20h33 - Publicado em 22 fev 2016, 08h42
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  • Para Keyla Ferrari Lopes, 40 anos, foi como ganhar o Oscar. O que parecia inusitado – dançar com surdos, cegos e pessoas que não saem da cadeira de rodas – recebeu reconhecimento global. O anúncio ocorreu em outubro passado, em Atenas, de onde a pedagoga paulista saiu presidenta regional do Conselho Internacional da Dança da Unesco, a agência para educação e cultura da Organização das Nações Unidas. Ela ainda trouxe da Grécia o selo oficial da Unesco para a sua Companhia de Dança Humaniza, em Campinas (SP). “Com esse apoio, podemos expandir o projeto para mais pontos do país e acrescentar outros ritmos, como o hip-hop, às coreografias de música clássica e MPB, que já fazem parte da nossa rotina.”

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    Keyla usa sapatilhas desde menina e estrelar importantes espetáculos era o máximo que imaginava. Em 1995, seus planos mudaram ao assistir à apresentação de uma bailarina paraplégica no The Place, em Londres. Ela era, então, professora em uma escola de ensino fundamental. De volta ao Brasil, conheceu dois irmãos – um menino, de 9 anos, que não ouvia e uma menina, de 10, cega. “Quis entender o mundo dessas crianças e o real valor da expressão para elas e fui cursar pedagogia com foco em atividade motora”, relata. Como não havia nada de artístico para pessoas com deficiências intelectuais, motoras e sensoriais na sua região, Keyla abraçou a causa. “Acreditei que era possível dançarem embalados apenas pelo ritmo das batidas do coração”, diz. Os movimentos fluem. Os surdos ficam sem sapatos e sentem com os pés a vibração da música no tablado. Aos que não veem, ela explica com toques físicos.

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    Criada em 2003, a escola de Keyla integra também as famílias dos 35 alunos. As mães rodopiam com as cadeiras de rodas, fazem parcerias em passos e gestos. Os que podem pagam 50 reais por mês; os demais frequentam de graça. No fim do ano, há um grande espetáculo. “A habilidade de cada um é respeitada e o resultado, no palco, surpreende”, explica. O marido da professora e os dois filhos, de 16 e 7 anos, também estão no projeto, todos dançam. “Atuamos pela arte e por um mundo melhor. O objetivo é despertar a generosidade e promover a paz.”

    Um novo capítulo começa a ser escrito este mês com a inauguração, em Campinas, da Universidade Aberta de Dança Humaniza, que atenderá jovens a partir de 12 anos, adultos e idosos de baixa renda, com ou sem deficiência. “Vamos capacitar mais profissionais e abrir vagas para novos alunos”, comemora. E, em abril, ela será anfitriã do 1º Congresso Mundial de Pesquisa em Dança/Brasil. Tudo indica que os alunos de Keyla irão longe com ela.

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