Camila Pitanga, uma mulher de caráter na novela “Cama de Gato”
Após ficar um ano exercendo o papel de mãe, Camila Pitanga volta à tela da Globo como a protagonista de "Cama de Gato", na pele da batalhadora faxineira Rose
Camila Pitanga
Foto: Márcio de Souza
A vida de Camila Pitanga continua dura. Depois de “bater calçada” como a garota de programa Bebel, de Paraíso Tropical (2007), agora a atriz vai ralar de forma diferente. Desta vez, como a faxineira Rose, Camila será uma mulher totalmente diferente de sua personagem anterior. A morena, que antes era uma prostituta, agora será mãe de família e aparecerá usando luvas e uniforme para pegar pesado no batente. “Isso é o mais estimulante nesse trabalho. Bebel e Rose são de universos completamente diferentes. Eu estava com muita saudade da rotina das gravações”, conta a atriz, que tem de se desdobrar entre as gravações de Cama de Gato, o programa Som Brasil e as atividades de mãe da pequena Antônia, de 1 ano e 6 meses, fruto de sua união com o diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto. “É a primeira vez que passo tanto tempo longe da minha filha… Foi um ano inteirinho dedicado a ela. Mas está tudo sob controle. Amo a minha carreira e me preparei para o dia em que teria de voltar a trabalhar”, afirma a atriz de 32 anos.
Como está sendo ser mãe de quatro filhos em Cama de Gato?
Estou adorando! Mesmo antes de a minha filha nascer, sempre fui muito maternal. Agora é um tal de mãe pra cá, mãe pra lá… Está muito gostoso mesmo.
Como foi a preparação para Rose?
Tive aulas com duas feras: a professora de interpretação Camila Amado e Márcia Feijó, de expressão corporal e voz. Conversamos muito sobre como deveriam ser as cenas. Não me inspirei numa pessoa especificamente, mas tive encontros com funcionárias de uma escola para saber como é a profissão de faxineira. Infelizmente, descobri que quem usa uniforme se torna invisível aos olhos alheios. Isso é impressionante e muito triste.
Encontrou alguns aspectos em comum com a personagem?
Sabe que encontrei?! Assim como eu, Rose preza pela justiça e tem bom caráter. O que mais admiro nela é o fato de ser batalhadora e generosa. Além de ser positiva, pra cima. Ela não se permite esmorecer, está sempre correndo atrás da vida. Mas Rose é muito mais vivida e experiente do que eu. Sem falar que também nunca tive um ex-marido “encostado” em mim (risos).
Rose é fã de carteirinha de novelas. Alguma trama marcou a sua vida?
Nossa, marcou, sim! Eu amava Que Rei Sou Eu? (1989) e Vale Tudo (1988), não perdia um capítulo! Eu achava Que Rei Sou Eu? muito engraçada. Pena que eu era muito garota e não percebia as ironias feitas com a história real. Mas me marcou bastante porque tinha uma caracterização muito forte. Já em Vale Tudo, cada capítulo tinha uma reviravolta. A relação conturbada entre as personagens da Regina Duarte e da Gloria Pires, que eram mãe e filha, também me instigava. E eu era louca pela interpretação da Gloria.
Está complicado conciliar a atividade de mãe com a de atriz?
É uma questão de organização. A prioridade é a Antônia, sempre. Dedico a parte da manhã só para ela. Depois, procuro cuidar um pouquinho de mim, fazendo alguma atividade física.