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Cinco livros para celebrar a visiblidade lésbica

No Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, listamos cinco obras fundamentais de autoras como Cassandra Rios, Audre Lorde, Alison Bechdel e mais

Por Joana Oliveira
Atualizado em 29 ago 2022, 12h11 - Publicado em 29 ago 2022, 11h04

O 29 de agosto marca o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, data escolhida para a realização do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), que aconteceu em 1996. Organizado pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (COLERJ), grupo que existia na época, usou o tema de “Visibilidade, Saúde e Organização” para falar sobre sexualidade, prevenção de ISTs e HIV/AIDS, trabalho e cidadania, e esse marco histórico para reivindicação dos direitos das mulheres lésbicas acabou se perpetuando como um dia para celebrar suas vivências e lutar contra a lesbofobia.

Capa de 'Eu Sou uma Lésbica', de Cassandra Rios.
Capa de ‘Eu Sou uma Lésbica’, de Cassandra Rios. (Reprodução/Divulgação)

Na literatura, que, ao mesmo tempo que serve de espelho para a sociedade também empurra a quebra de paradigmas, mulheres como Cassandra Rios, Audre Lorde ou Monique Wittig contaram as experiências de viver como lésbica, amar e desejar outras mulheres, trazendo a urgência constante da importância social e política dessa identidade. CLAUDIA lista cinco obras dessas e outras escritoras que celebram as vidas e a visibilidade lésbicas.

Eu Sou uma Lésbica – Cassandra Rios

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A paulistana Cassandra Rios, também conhecida como “Safo de Perdizes”, foi a primeira autora brasileira a atingir a marca de um milhão de livros vendidos, apesar de ter sido a artista mais censurada durante a ditadura militar brasileira.  Dos 36 livros que ela publicou na década de setenta, 33 estavam com a comercialização proibida, pois eram considerados impróprios, principalmente pelo tema comum na suas mais de 40 obras lançadas ao longo de sua vida: a homossexualidade feminina. Para driblar a censura, ela criou dois pseudônimos masculinos e escreveu algumas histórias com personagens heterossexuais para provar que a perseguição se dava pelo fato de que seus romances eram essencialmente lésbicos. Especialista em narrativas erótica, ela foi taxada de escritora de pouca qualidade devido ao teor dos seus escritos, apesar de aclamada por colegas como Jorge Amado. Em Eu Sou uma Lésbica (Azougue Editorial), quiçá seu maior sucesso, ela narra as delícias do amor entre mulheres, a partir das aventuras amorosas de uma lésbica brasileira nos anos 1960 e 1970. Compre aqui.

As Guerrilheiras – Monique Wittig

Capa de 'As Guerrilheiras'.
Capa de ‘As Guerrilheiras’. (Reprodução/Divulgação)

Uma tribo de mulheres ataca a linguagem e os corpos masculinos. Essa é a premissa fundamental de As Guerrilheiras (Ubu Editora), um dos trabalhos mais influentes de Monique Witting, uma das principais teóricas e ativistas do movimento pelos direitos das mulheres, e um dos textos feministas mais lidos do século XX.  Dentre as armas mais poderosas usadas em sua investida contra os costumes literários e linguísticos da ordem patriarcal está o riso. Neste romance publicado pela primeira vez em 1969, Wittig anima uma sociedade lésbica que convida todas as mulheres a se unir à sua luta e à sua comunidade. As Guerrilheiras é um romance inovador sobre a criação e a manutenção da liberdade, e grande parte de sua energia emana do enaltecimento do corpo feminino como fonte de invenção literária. Compre aqui.

Vivendo Como uma Lésbica – Cheryl Clarke

Capa de 'Vivendo como uma Lésbica'.
Capa de ‘Vivendo como uma Lésbica’. (Reprodução/Divulgação)

Com uma lírica crua e direta, Cheryl Clarke escreveu sobre amar e sobreviver enquanto lésbica negra no século XX, falando também sobre racismo e injustiça social. Nessa coletânea de poesia, os textos da autora defendem as comunidades queer racializadas, com atenção especial às implicações sociais de rótulo e linguagem, além das possibilidades da arte e do ativismo de fazer resistência à cultura dominante. Como toda a vida e obra de Clarke, Vivendo como uma Lésbica (A Bolha Editora) oferece uma rejeição à heterossexualidade e provoca uma reorientação rumo a um espaço alternativo. Compre aqui.

Entre Nós Mesmas – Audre Lorde

Negra, lésbica, feminista, poeta, ativista e mãe, Audre Lorde continua sendo uma das vozes mais potentes nos debates pelas causas dos direitos das populações negras, LGBTQIA+ e dos direitos civis nos Estados Unidos. O livro Entre Nós Mesmas (Bazar do Tempo) reúne três obras fundamentais da trajetória política da escritora, publicadas nas décadas de 1970 e 1980, com destaque para a produção poética de Lorde, onde ela melhor exploriu os temas da opressão social, a violência contra a população negra, feminismo e, claro, o amor entre mulheres. A obra  “nos oferta poemas que, como todos os bons poemas, exigem diversas leituras.

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Capa de 'Entre Nós Mesmas'.
Capa de ‘Entre Nós Mesmas’. (Reprodução/Divulgação)

Não se trata de uma poesia a ser explicada, contextualizada, mesmo à guisa de introdução, é mesmo fundamental a experiência de lê-la, porque a poesia de Audre Lorde é uma circunferência de ressonância (não cabe em caixas, urge reiterar) da mulher profunda que guardamos, ainda num lugar mais recôndito do que a subjetividade. Uma mulher de múltiplas vozes e infinitas faces, uma mulher-Audre, que nos convida à implicação na transformação do mundo observando as sete direções que a ancestralidade africana nos propõe: à frente e atrás, em cima e embaixo, do lado esquerdo e do lado direito e dentro.”, aponta a escritora Cidinha da Silva, na apresentação do livro. Compre aqui.

Perigosas Sapatas – Alison Bechdel

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Capa da coletânea 'O Essencial de Perigosas Sapatas'.
Capa da coletânea ‘O Essencial de Perigosas Sapatas’. (Todavia/Divulgação)

Nessa coletânea das tirinhas publicadas em diferentes em jornais entre 1987 e 2008, a quadrinista norte-americana Alison Bechdel mostra o que é ser lésbica nas miudezas do cotidiano. O Essencial das Perigosas Sapatas (no original, Dykes to watch out for), publicado pela Todavia no Brasil, traz as vidas de Mo, Lois, Ginger, Sparrow, Clarice, Toni e Jezanna, amigas de uma cidade de porte médio nos Estados Unidos, onde trabalham, se apaixonam, formam famílias, amam, envelhecem, brigam, tudo ao mesmo tempo agora, mas ao longo dos 20 anos em que suas experiências refletem contextos sócio-políticos desde a guerra no Afeganistão até os efeitos da mudança climática.

Essa obra-prima inseriu as mulheres lésbicas na cultura pop, como diz a própria autora no prefácio da coletânea: “Minha intenção era nomear o inominável, retratar o irrepresentável, para assim tornar as lésbicas visíveis. E eu fiz isso”. Compre aqui.

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