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Sofia Menegon Sofia Menegon é feminista, idealizadora da podcast Louva a Deusa e consultora em relacionamento e sexualidade
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E fora dos stories, você fala sobre sexo?

A colunista Sofia Menegon reflete sobre falar e fazer sexo livremente, sem tabus

Por Da Redação
Atualizado em 6 set 2021, 10h12 - Publicado em 6 set 2021, 09h00
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  • Criado para fins comerciais, o dia do sexo já movimenta as redes sociais e os aplicativos de relacionamento há mais de 10 anos. Nada como um bom pretexto para falar sobre esse assunto excitante. Mas será que realmente temos falado e feito sexo de maneira livre de verdade?

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    Com quantas pessoas você consegue conversar abertamente sobre seus desejos, experiências e questionamentos no campo sexual? E entre quatro paredes, com a sua parceria, você expõe suas vontades, fantasias e até aquilo que é incômodo?

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    Por trás dos posts alegóricos de celebração ao dia 6/9, o sexo ainda é um tabu que se constrói desde a infância e precisamos refletir sobre isso.

    A carência de uma educação sexual e em sexualidade nas escolas e dentro dos lares, nos distancia dos nossos corpos e nos coloca em posição de maior vulnerabilidade em relação a abusos e violências, além de propiciar o surgimento de disfunções sexuais em pessoas de todos os gêneros. 

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    sexo-inverno
    Sexo sem tabus, sem dor e sem preconceito (RapidEye/Getty Images)

    O silêncio sobre a temática, nos leva a buscar informações a partir da observação das relações a nossa volta, em séries de TV, filmes e na pornografia. Como vivemos séculos de privação de informações de qualidade e imposição de uma lógica machista e misógina, absorvemos que o sexo deve satisfazer o homem, que é uma obrigação, que pode ser usado como moeda de troca no relacionamento.

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    Em qualquer site de filmes adultos tradicionais, estupros de diversas naturezas são expostos com naturalidade. Não há espaço para o diálogo, para a troca e para o prazer livre de performance. 

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    Homens educados pela pornografia passam a achar que apenas serão respeitados em sua masculinidade se reproduzirem o sexo agressivo, frequente e em que ele esteja no comando. Mulheres logo passam a aceitar o papel de submissa na cama e coadjuvante – quando não uma figurante- como o único possível.

    casal de homem e mulher na cama antes de se beijar
    Você fala sobre sexo? (Larry Williams/Getty Images)

    Dia desses, recebi um vídeo de uma ouvinte contando que sua avó dizia que o segundo marido era muito melhor que o primeiro porque só a “maltratava” duas vezes por semana. Para ela, sexo era sinônimo de “maus tratos”. Em um primeiro momento, quis acreditar que isso era algo de outros tempos.

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    Foi então que me lembrei das muitas vezes em que fiz sexo com ex namorados sem ter nenhuma vontade, porque no fundo acreditava que era a minha função satisfazê-lo. Eu sentia dores intensas na região genital, provavelmente provenientes de vulvodínia não diagnosticada na época. Mas negar relações íntimas não parecia ser uma opção.

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    Me lembrei também das inúmeras vezes em que ouvi alguma amiga afirmar cheia de convicção que sexo era superestimado. E, preciso concordar: o sexo que apenas prioriza o prazer de um dos lados é mesmo superestimado. O sexo pautado exclusivamente na penetração é superestimado. O sexo como obrigação é superestimado e é estupro.

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    Enquanto não pudermos dar nome às violências sofridas dentro e fora das relações, enquanto não nos sentirmos seguras para conversar abertamente sobre as partes boas e difíceis do sexo, não seremos verdadeiramente livres. 

    Celebremos então a data, mas, antes disso, que possamos ampliar essa conversa nos stories e fora deles também. 

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