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Jornalista especializada em meio ambiente e sustentabilidade, @jennyannthomas foi repórter e colunista de Veja e explica os efeitos dos nossos impactos no planeta.
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Os resultados da visita de centenas de mulheres cientistas à Antártica

Projeto fundado na Austrália estimula a presença feminina em posições de liderança pelo conhecimento científico

Por Jennifer Ann Thomas
Atualizado em 23 out 2020, 17h26 - Publicado em 23 out 2020, 16h00

A história do descobrimento da Antártica, único continente no planeta onde originalmente não havia ocupação humana, é marcada por contos de heróis masculinos.

A temerosa Passagem de Drake, um dos mares mais violentos do mundo, leva o nome do capitão inglês Francis Drake. O Mar de Weddel foi descoberto pelo também britânico James Weddel e se tornou o cenário para a dramática expedição de Ernest Shackleton, explorador polar que liderou três expedições em direção ao polo sul.

No Mar de Wedell, o navio de Shackleton, o Endurance, ficou preso em um bloco de gelo e toda a tripulação teve que deixar a embarcação em busca de sobrevivência. Em 1911, o norueguês Roald Amundsen e o inglês Robert Falcon Scott disputaram a corrida para fincar a primeira bandeira no extremo do planeta – Amundsen foi o grande vencedor, Scott morreu a alguns quilômetros de suprimentos que salvariam a sua vida.

(Will Rogan/Divulgação)

Como reflexo do período em que mulheres não tinham espaço para exercer o mesmo papel de protagonismo em expedições à Antártica, a história foi escrita por homens. Atualmente, há diversas pesquisas científicas no continente austral lideradas por pesquisadoras do sexo feminino, incluindo projetos de brasileiras que fazem parte do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

No ano passado, um grupo fundado na Austrália foi além: uma expedição de cem mulheres se tornou a maior do tipo na história do continente e todas as participantes tinham formação em carreiras STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

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O projeto Homeward Bound foi inaugurado em 2015. Em 2016, a primeira expedição já havia alcançado o posto de maior expedição feminina à Antártica. No total, 437 mulheres de 41 países participaram do programa.

Criado por mulheres, o objetivo é incentivar a presença feminina em posições de liderança – apesar de as mulheres representarem 60% daqueles que concluem o ensino superior, apenas 10% a 20% delas chegam a cargos de tomadas de decisão.

Como resultado da expedição do ano passado, um artigo foi publicado recentemente na revista científica Nature. As pesquisadoras alertaram para a fragilidade do ecossistema, um dos locais que mais aqueceu com o aumento da temperatura global, e defenderam a criação de uma área de proteção marinha nos oceanos ao redor da Península Antártica.

Desde o século 15, a obsessão pela descoberta do último continente foi movida pelo protagonismo masculino. Acredita-se que somente em 1935 a primeira mulher pôs os pés na Antártica, sendo ela Caroline Mikkelsen, a esposa de um capitão norueguês.

A presença feminina no continente austral cresce ano após ano, seja pela entrada de mulheres na ciência ou até mesmo no corpo militar, como no caso brasileiro, em que o Proantar é gerenciado pela Marinha.

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Com a urgência de discussões sobre como frear o aquecimento global e conter as mudanças climáticas, as mulheres já ocupam espaços de protagonismo para o pensamento científico e programas como o Homeward Bound incentivarão um aumento ainda maior da presença feminina – dentro e fora da Antártica, a história continuará a ser escrita também pela perspectiva da mulher.

 

 

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