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Por Ana Carolina Coelho. Feminista, mãe, escritora, poeta, dançarina, plantadora de árvores, pesquisadora e professora universitária
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Os “De repentes” do “Amaternar”

Além de abrir as minhas janelas, também as crio para minhas filhas, como mãe

Por Ana Carolina Coelho
23 ago 2022, 10h00

Eu acordei dias atrás e ainda estava escuro. Deitada, eu olhei pela janela, hoje tão familiar para mim, e me ocorreu que as janelas que estamos acostumadas a olhar mudam conforme vamos envelhecendo. A primeira janela da minha vida eu compartilhei com as minhas irmãs. Eu nem a alcançava e tudo era grande, assustador e imprevisível. Lembro que em dias de ventania, uma árvore batia no vidro e minha irmãzinha corria para minha cama, assustada enquanto eu ria. Eu adorava subir na cama e olhar para a chuva, as plantas, os dias de sol e as flores. 

Eu cresci, me mudei e as janelas já não eram tão altas. Bastava que eu soubesse olhar adiante e lá estavam elas no meu caminho. Algumas abertas e outras sempre cheias de ventania e raios. Algumas eu abri sabendo que ia me molhar e outras me surpreenderam. De repente, dias de brisa e sombra tornavam-se tempestades e eu me encharcava, às vezes sozinha, às vezes abraçada e “amaternada”, como eu fiz pela minha pequena irmã tantos anos antes. A questão é que eu sempre ria em algum momento, pensando que nenhuma noite dura para sempre e que o nascer do sol é um dos eventos mais lindos que existem no mundo. 

Muitos anos se passaram e, de repente, minha segunda filha morava dentro do meu ventre. Minha paixão por flores continuava a mesma e seu primeiro nome pulsava em minha alma: “Aurora”. Disso eu nunca tive dúvidas. Ela nasceu e faz jus ao nome. É luz e flor, como a irmã mais velha que, como num ciclo de amor, também a protege dos medos de janelas assustadoras. Eu as vejo brincando, brigando e se implicando como a refilmagem de um filme antigo com novas atrizes. É um amar que se renova em novos corpos. Eu as abraço e vejo que eu, agora, além de abrir as minhas janelas, também as crio para minhas filhas, como mãe. E esse pensamento me arrebatou naquele amanhecer.

“Criadora de janelas” é uma responsabilidade enorme e eu me vi pequena: quando foi que eu cresci tanto assim? Levantei-me e andei pela casa. As vidas que moram e moravam conosco – nossos bichos resgatados – me visitaram em memórias de acalanto e momentos felizes. Eu entrei no quarto das meninas e as cobri, fechando os vidros para impedir que uma brisa gelada entrasse no quarto, sem me preocupar em fechar aquele objeto físico. De repente, eu entendi que as janelas que importam já estavam abertas para elas e eu realmente espero poder estar próxima quando as novas surgirem em seus caminhos. O que eu desejo é que elas sempre tenham a certeza do meu colo, do meu “amaternar” e desse lar que eu criei para recorrerem, cheio de pessoas e bichos que são verdadeiras janelas e portas de carinho e segurança. E com isso, a coragem de encarar todas as tempestades e ventanias que elas precisarem enfrentar, para viverem tudo aquilo que as fará pessoas melhores e plenas. Mães: cuidem das suas crias e de vocês. E vamos juntas! É possível sermos melhores, sempre! Dias Mulheres virão!

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