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A convite de CLAUDIA, escritoras refletem sobre temas da contemporaneidade e das vivências femininas

Mulheres na liderança: diversidade, inspiração e possibilidades

Flavia Gemignani, diretora do BCG, reflete sobre a presença feminina na sua trajetória pessoal e profissional para sugerir novos caminhos ao mercado

Por Da Redação
27 jan 2022, 09h30
Divulgação
 (|Foto: Divulgação/Divulgação)
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Se me perguntarem quem foi a mulher que mais me inspirou a trilhar o caminho que me trouxe até aqui, a resposta é simples: minha mãe. Embora não pareça a resposta mais original, é inegável que ela foi um exemplo de garra e dedicação em toda a minha vida. Foi ela que me ensinou que, colocando coração e paixão em qualquer coisa que eu faça, poderia alcançar muito mais do que jamais achei possível.

Assim como no caso de minha mãe, superação é uma palavra que acompanha todas as mulheres. Em um mundo predominantemente masculino como o nosso, aprendemos desde a infância a lidar com estigmas e preconceitos. E isso justamente enquanto nos questionamos se temos potencial e, muitas vezes, até mesmo se temos direito de chegar àquele espaço ou posição que almejamos. Felizmente, apesar dos incontáveis desafios, tenho acompanhando o número cada vez maior de mulheres ocupando cargos de liderança dentro de grandes organizações, empreendendo em startups e transformando positivamente os contextos onde estão inseridas. Tive a oportunidade de trocar experiências com algumas dessas líderes e ouvir histórias inspiradoras durante um evento recente, realizado pelo Boston Consulting Group, em apoio ao concerto Mulheres na Música, realizado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP).

Conhecer mais de perto as visões destas mulheres, que têm rotinas desafiadoras, equilibrando dilemas pessoais e profissionais, e que são responsáveis por posicionarem de forma bem-sucedida suas empresas foi enriquecedor e acolhedor. Enriquecedor porque pude entender mais a fundo como elas enxergam as próprias vitórias e de que forma encaram as adversidades, ao mesmo tempo que compartilhamos um sentimento de acolhimento por nos identificar com a maior parte dos desafios que eram relatados.

Veja também: O que é amor?

Redes de Carreira

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Apesar de um horizonte de otimismo, é importante frisar que ainda temos um extenso caminho a percorrer – e essa não é uma opinião só minha. A regente norte-americana Marin Alsop, que também foi uma das participantes do evento, ao refletir sobre sua trajetória na música, fortemente dominada por homens, contou que, embora muitas mudanças tenham ocorrido desde o movimento #MeToo (que surgiu nos EUA em 2017 antes de se espalhar pelo mundo), ela ainda é a primeira e única regente a conduzir uma orquestra profissional em seu país!

O breve testemunho de Marin, relacionado ao setor cultural, pode ser replicado em outros segmentos e só reforça a necessidade de fazermos fazer mais. No meio corporativo, por exemplo, vemos, sim, que existem maiores investimentos na melhoria do recrutamento e no apoio ao desenvolvimento profissional de mulheres, em contrapartida, muitas vezes faltam abordagens para obstáculos significativos que impedem o avanço e a retenção desses talentos, como a maternidade e o assédio.

Isso, claro, se reflete no comportamento dos colaboradores das empresas e em suas análises sobre as próprias realidades. De acordo com um recente levantamento do BCG, três em cada dez brasileiros estão insatisfeitos com as iniciativas de diversidade, equidade e inclusão de suas empresas. É preciso reverter essa perspectiva. Algumas reflexões podem apoiar esse caminho para uma mudança efetiva, entre elas, compartilho algumas que o estudo “The Real Reason Diversity Is Lacking at the Top” me proporcionou: por que não instigamos growth mindset entre as mulheres já desde seu ingresso nas empresas? Por que não deixar mais claros os critérios de promoção ou o que um top performer naquela determinada posição deve entregar?

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Neste novo cenário que estamos vivenciando, tanto nos modelos de trabalho quanto nas relações interpessoais, as empresas têm a oportunidade e, por que não, o dever de reescrever suas regras e transformar suas jornadas. Mas a responsabilidade não é só das organizações, é de cada uma de nós. O auto questionamento, presente em nosso dia a dia, me dá a certeza de que além de trilhar o meu caminho e escrever minha história, tenho a responsabilidade de abrir as portas para as próximas gerações de mulheres que, como a minha filha, precisarão dos nossos exemplos para crescer mais fortes e não ver limites no que podem alcançar.

Flavia Gemignani, diretora do BCG

Flavia Gemignani é diretora associada e líder do Centro de Customer Insight do BCG para América do Sul. Tem forte histórico de trabalho com indústrias de bens de consumo e varejo, liderando projetos de estratégia corporativa e de marketing. É apaixonada pelo setor de moda e luxo, tanto atuando na área de consultoria quanto já tendo trabalhado diretamente para um dos maiores varejistas de moda do Brasil.

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