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Oprah Winfrey: conheça essa surpreendente história de superação

Para tornar-se a mulher mais poderosa da TV americana, Oprah teve que superar uma infância marcada pela pobreza e pelo estupro.

Por Júlia Warken
Atualizado em 16 jan 2020, 01h39 - Publicado em 29 jan 2019, 15h47
 (Jemal Countess/Getty Images)
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Só por ser uma das personalidades mais influentes da TV americana, Oprah Winfrey já é muito inspiradora. Isso porque a gente sabe o quanto é difícil para uma mulher negra chegar ao topo.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Forbes, Oprah é a única negra dentre as 70 mulheres mais poderosas do mundo. Ela ocupa a 20ª posição do ranking e, depois de Oprha, Shonda Rhimes é a negra mais bem posicionada, estando em 74º lugar. Já na lista das mulheres mais ricas dos EUA – dentre as que fizeram fortuna por conta própria -, Oprah é a única negra a ocupar uma das 25 primeiras posições – estando em 6º lugar atualmente.

Mas a história de superação dessa mulher vai muito além do fato de que ela precisou enfrentar a pobreza e o preconceito para chegar onde chegou. Oprah também teve que sobreviver a uma infância marcada pela violência sexual.

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Oprah foi estuprada pela primeira vez aos 9 anos de idade (ABC/Reprodução)

Ela nasceu em 29 de janeiro de 1954, em Kosciusko, um pequeno condado no interior do Mississipi. Sua mãe tinha apenas 18 anos quando engravidou e seus pais nunca se casaram. Pouco tempo depois de Oprah nascer, a mãe resolveu mudar de estado e a pequena foi criada pela avó materna durante 6 anos. Apesar da pobreza, com a avó ela aprendeu a ler muito cedo e era conhecida na igreja local, por sua habilidade em recitar textos bíblicos.

Com nove anos, Oprah passaria a viver em meio a um pesadelo: o de ser sistematicamente estuprada por seu tio e seus primos. Em 1988, ela falou pela primeira vez sobre isso, em uma entrevista a sua amiga e mentora Barbara Walters.

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“Na época em que eu admiti isso a você eu tive medo do que as pessoas iriam dizer e pensar, de como eu seria julgada e o que os membros da minha família iriam dizer. Pois essa é a razão pela qual  a maioria das pessoas não fala sobre isso… você nunca revela porque sabe que não é seguro falar a respeito. Você sabe que será hostilizada, que será colocada para baixo e será criticada pelo fato de falar sobre isso”, declarou em 2010, ao relembrar da entrevista de 1988.

Leia mais: Pare de dizer que a cultura do estupro não existe

Mas o que Oprah não imaginava é que esse ato de coragem iria inspirar um monte de gente a quebrar o silêncio também. Naquela época, seu programa passou a abordar o tema de forma pioneira, com diversos convidados dando seus depoimentos pessoais de violência sexual. “Eu nunca imaginei que quando você usa sua voz dessa forma, há tantas outras pessoas que dirão ‘isso também aconteceu comigo’. Eu nunca estive tão orgulhosa de mim, da minha equipe e do meu trabalho”.

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Oprah conta que foi estuprada diversas vezes, por cerca de 5 anos, e que também era espancada e ameaçada por seus agressores – o que fez com que se calasse na época. Por conta de tanta violência, tornou-se uma adolescente perturbada e “promíscua” – como ela mesma definiu em entrevista a Piers Morgan. Aos 14 anos, engravidou e foi expulsa de casa pela mãe, para morar em Nashville (no Tennessee), com seu pai – que não sabia da gravidez. 

Ela conseguiu esconder a gestação do pai e da escola, e acabou perdendo o bebê. “Quando eu perdi aquele bebê, com o qual eu não tinha nenhuma conexão, eu apenas senti alívio. Porque eu pensava ‘antes de esse bebê nascer eu terei que me matar'”. O desespero era grande, pois ela conta que o pai um dia lhe falou “eu prefiro ter uma filha [morta] boiando no rio, do que uma indecente, que traga uma criança ilegítima a essa casa”. Para ela, a perda do bebê – que morreu logo depois do parto – representou uma segunda chance na vida. 

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Aos 17 anos, quando venceu alguns concursos de beleza (ABC/Reprodução)

Foi a partir desse momento que Oprah resolveu mudar seu comportamento. Passou a se dedicar muito aos estudos e tornou-se líder na escola, a ponto de ganhar uma viagem à Casa Branca na época. Bonita e carismática, também venceu um concurso de beleza aos 17 anos, quando já pensava em trabalhar na televisão.

Pouco tempo depois, no início dos anos 1970, conseguiu uma bolsa de estudos em comunicação, na Tennessee State University. Já formada, mudou-se para Baltimore, no estado de Maryland, onde passou a apresentar seu primeiro programa de TV: People Are Talking. A atração era um sucesso e foi comandada por Oprah durante oito anos. Depois disso, ela foi chamada para trabalhar em Chicago e sua carreira na televisão consolidou-se de vez.

Em setembro de 1986, nascia o icônico programa The Oprah Winfrey Show – que foi ao ar por 25 anos e bateu recordes de audiência nos EUA. Antes disso, em 1984, Oprah também brilhou no cinema e concorreu ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo drama A Cor Púrpura.

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O icônico programa The Oprah Winfrey Show ficou no ar por 25 anos (Daniel Boczarski/Getty Images)

Em 2011, a apresentadora comoveu seus fãs com a despedida do programa diário, mas, no mesmo ano, ela lançou sua própria emissora de TV: OWN – Oprah Winfrey Network. Atualmente, ela também trabalha produzindo filmes, como os oscarizados Preciosa: Uma História de EsperançaSelma: Uma Luta Pela Igualdade.

Além disso, Oprah também é extremamente dedicada a projetos de caridade e, em 2012, ela chegou a conquistar o prêmio Jean Hersholt, um Oscar honorário dado a quem se destaca em causas humanitárias. De acordo com a Forbes, ela já doou impressionantes 425 milhões de dólares para filantropia até hoje.

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