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Candice Pascoal

Por NEGÓCIOS DIGITAIS Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Candice Pascoal é CEO e fundadora da Kickante.com.br, plataforma premiada de financiamento coletivo, e autora do best-seller “Seu Sonho Tem Futuro”. Poliglota e palestrante internacional, mora no exterior há 20 anos e liderou grandes empresas nos EUA e na Europa antes de decidir empreender

Cinco revoluções nos negócios tradicionais que você precisa conhecer

Nova maneira de fazer o velho promete sacudir indústrias centenárias em 2018

Por CANDICE PASCOAL
Atualizado em 16 Maio 2018, 12h52 - Publicado em 15 Maio 2018, 11h18
Inovação (farakos/ThinkStock)
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2018 é um ano de ideias inovadoras que vão pautar o nosso dia a dia no futuro. São mudanças desde a forma de financiamento eleitoral no Brasil até como as empresas vão se posicionar em relação a problemas sociais, o que traz alterações e oportunidades no ambiente de negócios para mulheres empreendedoras como você. No best-seller “Seu Sonho Tem Futuro”, falo que você pode sonhar com uma empresa, um projeto social, um movimento esportivo, uma reforma, um blog, enfim, a ideia perfeita para sua felicidade. Fazer acontecer sem focar no tamanho que seu projeto deverá tomar. Sonho que é sonho tem o tamanho que você deseja que ele tenha, algo que se enquadre à sua realidade, e não às ideias de grandiosidade do outro.

Então, ao ler as inovações abaixo, peço que busque onde elas se encaixam no seu sonho. Quem se acostuma apenas em sonhar grande raramente tira algo do papel. Sonhar com uma solução para sua comunidade, por exemplo, é um passo mais fácil de se dar e que poderá crescer à altura dos seus interesses, prioridades e tempo.

Vejam abaixo cinco ideias de negócios inovadores que ainda vamos ouvir muito em 2018, e perceba, como eu, que uma ideia inovadora não é somente algo completamente novo, criado do zero. Uma ideia inovadora é também a capacidade de tornar algo já existente novo, renovar conceitos pré-estabelecidos. E é isso que temos visto e ainda veremos muito nesse ano e além: a capacidade de renovação do mercado. Só depende de você!

1) Blockchain

Este nome veio para ficar e confundir muita gente. Novas tecnologias surgem para facilitar a vida de milhares de pessoas, mas também para concorrer com uma grande fatia de mercado de setores, digamos, instalados em zonas de conforto. Para melhor entender como o Blockchain funciona na prática, vamos olhar dois serviços conhecidos pela maioria de nós, o Uber e o Lady Driver (este último, fundado e liderado por uma mulher brasileira, por sinal). Estes serviços chegaram para revolucionar o setor de transporte de passageiros nas principais capitais do mundo. Comparando com esta realidade, o Blockchain, definido como uma rede de dados pública, remota e inviolável, onde podem ser registrados arquivos digitais de qualquer tipo, é uma tecnologia que chega para tirar a tranquilidade de serviços centenários como os cartórios, por exemplo. Ele também chega para facilitar. Por exemplo, lembra aquele diploma da faculdade que você não sabe onde está? Com o Blockchain, ele estará online e poderá ter sua autenticidade verificada automaticamente, acabando assim com a burocracia e custos envolvidos com a busca e impressão manual de novos diplomas ao redor do mundo. Bancos, meios de transporte, governos, startups e muito mais estão investigando maneiras de usar o Blockchain para otimizar processos. Um mundo mais seguro e completamente interconectado, esta é a promessa do Blockchain –e o resultado dessa promessa já começa a ser visto como nos exemplos abaixo:

Seja você é um músico que deseja garantir o recebimento de royalties quando sua música é reproduzida, ou se você é dono de uma propriedade, a tecnologia Blockchain pode ajudar você a proteger seus ativos criando um registro autêntico em tempo real. Esse é precisamente o serviço que a startup glogal Everledger pretende fazer usando contratos Blockchain e Smart. Especificamente criado para melhorar as medidas antipirataria ou cópias de produtos farmacêuticos, itens de luxo, diamantes e eletrônicos, o BlockVerify permite que marcas registrem seus próprios produtos, introduzindo assim transparência na cadeia de suprimentos.

Outro exemplo perfeito de um ambiente onde a tecnologia Blockchain pode simplificar e agilizar operações complexas: a autoridade belga do porto da Antuérpia iniciou recentemente uma colaboração com a startup T-Mining em um projeto piloto usando a tecnologia blockchain para tornar o manuseio de contêineres no porto mais eficiente e seguro. Ao implementar o sistema, o porto pode digitalizar transações com segurança entre várias partes, incluindo terminais, transportadores, despachantes, transportadores e motoristas, sem exigir o envolvimento de intermediários.

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Governos gerenciam grandes quantidades de dados pessoais, desde registros de nascimento e óbito até certidões de casamento, passaportes e dados do censo. A tecnologia Blockchain oferece uma solução simplificada para gerenciar tudo com segurança. A identificação pessoal é o que a Onename, uma startup de Blockchain, quer gerenciar. Além de oferecer serviços para registrar e gerenciar um ID de Blockchain, a empresa oferece um produto chamado Passcard, uma chave digital para substituir todas as senhas e IDs necessários para os indivíduos, incluindo documentos como carteira de motorista. O ShoCard é outro sistema de gerenciamento de identidades atualmente em uso que ajuda indivíduos e empresas a validar rapidamente a identidade.

2) Empresários que revolucionam o mercado com propósito e causa

As empresas do futuro estão nascendo com o objetivo de solucionar problemas que o poder público não consegue resolver. Será mais comum a ideia de um negócio venha a partir dos anseios da população e não como era o antigo marketing cujo objetivo era despertar, criar desejo no consumidor (mesmo que, no fundo, ele nem precisasse do produto ou serviço).

Isso ajuda a população como um todo, empresários engajados possuem ideias inovadoras. Elon Musk é um dos grandes expoentes desse movimento ao buscar soluções que podem mudar nossa forma de enxergar o mundo. A Tesla Motors, que desenvolve carros elétricos, se tornou a montadora mais valiosa do mundo em 2017 e alimenta o sonho de que podemos diminuir o uso de combustíveis fósseis que trazem danos ao meio ambiente e aumentam o aquecimento global. Já sua nova iniciativa, o Hyperloop, pode revolucionar nossos conceitos de transporte de alta velocidade para distâncias de até 1.500km, com risco de acidentes e impacto ambiental muito menor do que os trens atuais ou aviões. Ao viajar em um tubo de ar pressurizado, o Hyperloop poderia alcançar velocidades de 1.200km/h. A ideia é ligar Los Angeles a San Francisco, cidades cuja distância é similar entre São Paulo e Belo Horizonte, em apenas 30 minutos, com custo de 20 dólares.

Se esse sonho der certo –e há grandes chances de que dará–, teremos uma integração forte entre cidades que hoje parecem distantes e um crescimento exponencial do fluxo de turistas, gerando negócios e empregos.

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3) Crowdfunding Eleitoral: É a vez do povo

Com a chegada de novos partidos e candidatos, com perfis e propostas diferentes aos olhos da sociedade, a ideia de fazer diferença não só na hora do voto é cada vez maior entre os brasileiros. Apesar do Brasil não ter tradição na doação de recursos de eleitores comuns para candidatos políticos, o sistema de crowdfunding eleitoral estimulará os eleitores a doar, pois trata-se de uma ferramenta que estimula a transparência e simplifica muito o processo de doação eleitoral –principalmente para os novos candidatos, aqueles hoje fora da repetida arena política, aqueles que o povo quer começar a ver no poder. Cada vez mais os brasileiros estão envolvidos em projetos de renovação da política e capacitação de candidatos a cargos públicos, o que também estimula as pessoas a apoiarem candidatos que realmente as representem.

Desde 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou como inconstitucional o repasse de pessoas jurídicas para partidos políticos em campanhas eleitorais. Paralela a essa decisão, o Superior Tribunal Eleitoral (STE) autorizou em dezembro de 2017 que sites nacionais de arrecadação coletiva (crowdfunding) abram espaço para campanhas de doações de recursos de pessoas físicas para candidatos a cargos públicos. Para as eleições 2018, os candidatos precisarão correr atrás de doações de pessoas físicas (com valores limitados pela legislação) para financiar suas campanhas. Um processo muito comum em outros países.

Esta não é uma inovação brasileira. Nas eleições norte-americanas para à Presidência da República de 2008, por exemplo, o então candidato Barack Obama levantou US$ 750 milhões via financiamento coletivo, sendo que US$ 600 milhões vieram de pequenas doações de cerca de três milhões de pessoas. Já em Sacramento, na Califórnia (EUA), o democrata Steve Hansen, um novato na política, foi eleito levantando mais de US$ 80 mil de eleitores que doaram até US$ 250. A minha empresa de financiamento coletivo, Kickante.com.br, está se preparando para esta revolução na política brasileira. Atualizarei vocês por aqui sobre os resultados e expectativas desta empreitada.

4) Marketing de ativismo: uma inovação que desafia as empresas tradicionais

Quando se fala em marketing de ativismo pensamos logo em cases de sucesso como da marca Doritos, por exemplo, que criou em 2017 uma campanha de crowdfunding na Kickante para lançar o Doritos Rainbow no Brasil, uma linha especial de salgadinhos que trazia em sua embalagem as cores da causa LGBT e uma bandeira do movimento. Cerca de cinco mil pessoas aderiram à ação, que gerou mais de R$ 100 mil em doações para uma causa escolhida pela empresa. O objetivo da marca em não lucrar com a ação ficou claro. A empresa não comercializou o Doritos Rainbow em nenhum ponto de venda, ou seja, as cinco mil unidades fabricadas do produto foram dedicadas para atender apenas a demanda da ação e serem distribuídas em festivais do movimento LGBT.

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Outro case que vale destaque dentro desse universo é o da rede Starbucks, que em 2017 anunciou que nos próximos cinco anos contratará 10 mil refugiados nos 75 países onde atua.

O desafio atual no marketing de ativismo está nas marcas terem ideias inovadoras que mostrem para o consumidor que elas realmente estão preocupadas com causas da sociedade e não apenas tentando lucrar com a dor do outro. Este é um desafio para empresas tradicionais que não nasceram com esse DNA ativista. Essas ações têm que ter como objetivo principal fazer a diferença na sociedade em determinado assunto de maneira direta. A fidelidade do consumidor vem como resultado natural do processo. Mas ele precisa ser honesto. O primeiro passo deve ser: conecte-se com os líderes dos movimentos que você tanto deseja apoiar. Quer saber mais sobre marketing de ativismo? Fala comigo e te apoiarei!

5) Medicina tridimensional

2018 começou com uma boa notícia para a medicina. O Hospital Lenox Hill, em Nova York, fez a primeira operação cirúrgica nos Estados Unidos com o uso de óculos tridimensionais por meio de um aparelho que pode revolucionar a neurocirurgia. Esse equipamento produz imagens de altíssima resolução e permite que todos os presentes na sala de cirurgia acompanhem a mesma visão do cirurgião.

A inovação tecnológica vai não só facilitar a presença de dois ou mais cirurgiões na mesma operação, que antes tinham que se espremer em volta do paciente e esticar o pescoço por horas para enxergar o procedimento, como também vai revolucionar o estudo na medicina. No caso dessa primeira cirurgia no Lenox Hill, todos dentro da sala puderam ficar bem acomodados munidos de seus óculos 3D acompanhando o processo. O mesmo procedimento também deve ser adotado para cirurgias na coluna.

Essa lista de inovação poderia ser bem maior, mas isso fica para outro post. Tem uma ideia inovadora que quer ver sair do papel? Me siga no Instagram e acompanhe minhas dicas semanais de empreendedorismo.

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