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O Brasil está penando economicamente. O Rio quebrou. Nas rodinhas de conversa, o carioca sofre. Mas tenho reparado o comportamento da elite local, quase sempre truqueira. Não digo a Lava-Jato, a corrupta triple A, como me ensinou uma promoter badalada, porque esses estão enjaulados no circuito Papuda-Bangu ou morando livres-leves-e-soltos em Lisboa, Punta, Miami – mas sim aqueles que sempre tiveram grana, mas que a crise econômica varreu seu modo de vida nababesco.
Reparo nas mulheres maduras, que ostentavam suas Chanel, Prada, YSL e – despojadas delas, andam de óculos escuros, enroladas em pashminas, como uniforme para não serem reconhecidas. O metrô – novo meio de transporte de muitas – é encarado como trem da Central.
Ao esbarrarmos nelas, antes do bom dia, se desculpam que estão tomando o vagão pela primeira vez e não costumam usar aquele serviço. Ir ao mercado ao invés de pedir delivery? Abandonar a academia vip e entrar na Smart Fit? E almoçar quentinha na rua?
Na Lagoa, bairro vip da Zona Sul, tem um cinturão de vendedores de marmitas a 10 reais com direito a mate ou Guaravita. E lá estão as madames comprando. E o truque da unha? Estão optando pelas de acrigel que você paga 70 reais, mas só faz novamente dois meses depois. O pé? Pintam de clarinho e arrumam em casa. Cabelo? Ou deixam os fios brancos e se intitulam moderna ou compram um spray que cobre os fios não coloridos. Empregada? Aprendem a cozinhar o básico e se viram; chamam a cada mês, uma faxineira para o grosso. Cinema? Só Netflix. Comer fora? Mensalmente apenas e em esquema de rodízio, isto é, cada semana na casa de um amigo que banca o jantar e todos compartilham. Massagem, drenagem, tatuagem? Esquece… Correm na praia que é de graça.
Análise está caro, mas os grupos de autoajuda estão em alta. Tem muitos podcasts no Spotify com altas dicas. Romance? Transar, só pela internet que não tem custo de motel nem de bebidas. Saúde em dia? O ideal seria o plano de saúde maravilhoso, mas se não dá, vão no Dr Consulta ou qualquer outro delivery da saúde a 60 reais a meia hora. É o momento new poors da cidade. Mas se tem uma coisa que rico sabe fazer é economizar, então leitores, essas dicas da mulherada madura carioca valem ouro. Bora fechar a carteira?
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