O Amazonian Oil na embalagem e ao lado da manteiga e das sementes de murumuru
Foto: Ricardo Wolf / Divulgação
Foi andando pelas ruas do Rio de Janeiro que a francesa Maya Colombani, diretora de desenvolvimento da divisão de produtos para cabelos da L’Oréal, teve a ideia de criar uma linha que atendesse a uma das principais necessidades das mulheres de raças mil do país: controlar o volume dos fios. Não seria o primeiro lançamento do tipo, você dirá. De fato, mas o que chama a atenção é seu ativo principal, pra lá de brasileiro: o murumuru. A manteiga, extraída dessa semente que cresce em uma palmeira superespinhenta na floresta amazônica, é a estrela da composição do Amazonian Oil, lançamento que chega aos salões em agosto. O óleo capilar vai completar a linha Absolut Control Professionnel, 100% feita no Brasil, lançada em janeiro com xampu, condicionador, cleansing balm, creme para pentear, máscara e ampola.
O MdeMulher foi convidado a conhecer o processo de coleta das sementes e processamento do óleo de murumuru feito pela fábrica da Beraca em Belém, no Pará. Via cooperativa, a empresa mobiliza comunidades extrativistas, que tiram parte de seu sustento da coleta sustentável de sementes, folhas e frutos cada vez mais usados em cosméticos – castanha-do-pará, buriti e andiroba ficaram famosos em fórmulas de cremes e óleos corporais da Natura; copaíba, açaí, cupuaçu e pau-rosa são comuns em marcas locais como Chamma da Amazônia e Juruá. Mas a coisa toma ainda maior proporção quando uma empresa do tamanho e importância da L’Oréal investe em um ativo nacional – a linha deve ser, logo mais, exportada para o Japão, já que cai bem nos fios grossos das japonesas, que gostam de vê-los bem lisos. Pensando alto: será que eles vão saber pronunciar murumuru?
O processo da coleta é bem artesanal: a palmeira cheia de espinhos dá frutos em cachos, que são lavados ali mesmo no rio, até que se revelem as sementes. As palmeiras ficam em florestas de várzea, que as famílias acessam de barco. Nas fotos, comunidade de Bragança, à beira do rio Caeté, no Pará
Foto: Ricardo Wolf / Divulgação
Pronúncia à parte, o benefício da semente que tem forma de gota (veja a referência ao formato na embalagem do óleo) entrega o que promete: hidrata, dá brilho, é anti-frizz. Com dois plus: é muito cheiroso e é mesmo superleve. E olha que o produto foi testado nas pontas do cabelo comprido, ondulado e fino, desta repórter que vos escreve. Sua emoliência é garantida pela alta concentração de ácidos graxos (láurico 47%, mirístico 26%, oleico 11%).
A expectativa da marca é a mais positiva possível, baseada em números de pesquisas da empresa que contam, por exemplo, que 16% das mulheres nascem com cabelos lisos no Brasil, mas que 42% têm cabelos lisos. Ou seja: o desejo de ter os fios sob controle é imperativo no país. Baseada em outros números importantes – o de que 80% das mulheres brasileiras frequentam salões de beleza (IBOPE) e de que na média elas usam, em casa, de quatro a cinco produtos para os cabelos (Uses & Attitudes) -, a L’Oréal incluiu o óleo em serviços para salão, como a escova de murumuru, o multicontrole capilar (tratamento intensivo para disciplina) e o powerflash control (para cabelos danificados). Tanto o óleo quanto os procedimentos estarão disponíveis em salões do Brasil a partir de agosto. Em tempo: o Amazonian Oil custa R$ 122*.
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Enquanto isso, os testes com ativos nacionais seguem a mil no laboratório da empresa, no Rio. O que mais virá por aí para conquistar o mundo?
A noz do murumuru é branquinha por dentro. Mas para revelá-la é preciso quebrar a dura casca da semente com martelo, uma a uma, e só então enviar a noz para processamento
Foto: Ricardo Wolf / Divulgação
*Preço pesquisado em junho/2013