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Sexo nas Olimpíadas atrapalha os atletas? Médica desvenda essa polêmica

Especialista desconstrói os tabus por trás da prática sexual na Vila Olímpica, que é um tema recorrente durante os jogos

Por Ligea Paixão (colaboradora)
23 jul 2021, 15h10

Os Jogos Olímpicos ocorrem a cada quatro anos e um dos temas em torno do evento que sempre causam uma recorrente polêmica é o sexo. Nesta edição de 2020, adiada para este ano em decorrência da pandemia de Covid-19, o debate se iniciou por causa das vilãs: as camas de papelão.

Escolhidas pelo Comitê de Organização dos jogos em Tóquio para serem utilizadas pelos atletas na Vila Olímpica, as camas, que na verdade foram adotadas pensando na sustentabilidade, foram apontadas por alguns dos esportistas como “anti-sexo”. Ainda houve quem testou a cama para garantir que suportaria o peso, caso houvesse ato sexual.

O debate sobre os aposentos despertou outro questionamento, que já era comum nas outras edições dos jogos. Afinal, o sexo durante as Olimpíadas pode prejudicar o rendimento do atleta que está representando toda uma nação?

Para dar fim às discussões, procuramos a Lilian Fiorelli (@dralilianfiorelli), médica ginecologista especialista em sexualidade feminina e uroginecologia pela Universidade de São Paulo, para desvendar essa questão.

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“É interessante sabermos primeiro como o sexo age no corpo das pessoas”, aponta a doutora. ” Ele é realizado de fato para um prazer. É um instinto do animal homo sapiens, uma vontade. Ao praticarmos, há uma liberação hormonal muito grande, tanto de endorfinas como de testosterona, dopamina e ocitocina, que trazem uma sensação de bem-estar, prazer e leveza”, explica.

“Tendo isso em mente, é possível pensar que a relação sexual é benéfica para os atletas, inclusive, por causa da própria dopamina que é liberada durante o ato, aumentando o foco, a memória e a rentabilidade que a pessoa tem no trabalho”, defende a especialista.

“Tudo o que fazemos na vida, que exige um hiperfoco, pode ser prejudicado por uma distração”

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No entanto, há um outro lado da moeda que também deve ser levado em consideração e que é abordado por Lilian. “Se um atleta vai para uma competição com vontade de fazer sexo, temos aqui duas opções: ou ele terá prazer sozinho por meio da masturbação ou irá em busca de um parceiro sexual. O segundo ponto envolve sair para uma confraternização, por exemplo, que vai gerar um desgaste físico e uma diminuição muito grande do rendimento físico”, explica Lilian sobre um cenário possível antes da pandemia.

Contato físico no isolamento?

A médica reforça que o momento não permite esse tipo de relação. “Se o atleta for fazer sexo com uma pessoa que não é sua parceira fixa, ela corre risco de contaminação e transmissão do vírus. Ainda que esteja imunizada, nenhuma vacina é 100% eficaz ou impede de testar positivo para a Covid-19”, esclarece.

Sendo assim, a especialista recomenda a forma mais segura de ter prazer. “O que eu aconselharia é realizar a masturbação ou só realizar o ato com um parceiro fixo, que você conhece e está sempre com você”, aponta.

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Sexo apenas no país de origem

Camisinha
(Tulipán Argentina/Reprodução)

Ainda que o sexo liberal seja de fato contraindicado pelos especialistas nesta edição dos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) disponibilizou cerca de 160 mil camisinhas para os atletas olímpicos e aconselhou que as mesmas fossem usadas apenas com parceiros de seu país de origem. 

Como já era de se esperar, a recomendação, vista por muitos como contraditória, também gerou polêmica e foi explorada pela ginecologista Lilian. “Na minha opinião, a recomendação da Organização dos Jogos precisa ser essa do ponto de vista social, ainda mais no momento de pandemia”, diz a médica.

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Após os jogos, os atletas atingem um pico de sua performance física e, com isso, os hormônios ficam bombando. “Eles querem relaxar e fazem isso também por meio do sexo”, explica a médica.

“Se tirarmos o foco desta situação pandêmica, sabemos que não tem porque proibir a relação sexual, uma vez que o sexo é algo normal do ser humano. Pensando nisso, é válida esta distribuição de camisinhas, só não é coerente falar para usar somente no país de origem, porque a gente sabe que isso não vai acontecer”, finaliza.

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