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Violência é considerada algo normal por crianças mais pobres, aponta estudo

A pesquisa foi realizada com depoimentos de 1,4 mil jovens, com a faixa etária de 8 a 17 anos de idade, que vivem em regiões pobres dos 12 municípios brasileiros com o mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 06h55 - Publicado em 26 set 2016, 17h18
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  • Cerca de 63% das crianças e adolescentes que vivem em algumas das regiões de menor renda do país são agredidos constantemente em casa; 40% já teve a programação escolar interrompida ou cancelada por tiroteios ou conflitos graves na região do colégio em que estudam; ser insultado verbalmente também já aconteceu com 30% destes pequenos. Mas o mais contraditório desta situação insustentável é que pouco menos de 1% se sente extremamente inseguros.

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    Divulgação/Instituto Igarapé
    Divulgação/Instituto Igarapé ()

    Todos os dados, reunidos em um estudo realizado em parceria da organização sem fins lucrativos Visão Mundial com o Instituto Igarapé, que foi divulgado nesta segunda (26), refletem uma dura realidade: após tantos episódios traumáticos, nos mais variados ambientes frequentados pelas crianças, a violência está, cada dia mais, assumindo um caráter normal em suas vidas. A pesquisa foi realizada com depoimentos de 1,4 mil jovens, com a faixa etária de 8 a 17 anos de idade, que vivem em regiões pobres dos 12 municípios brasileiros com o mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). 

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    Divulgação/Instituto Igarapé
    Divulgação/Instituto Igarapé ()

    A normatização da violência é uma das maiores dificuldades na luta contra a denúncia dos agressores, que já agridem com a certeza de nenhuma reação, além da impunidade. Outro ponto igualmente preocupante é que, caso o comportamento infantil enxergue isso com normalidade, as chances de reprodução de atitudes agressivas aumentam consideravelmente. “A exposição a conflitos chega a provocar mudanças cerebrais que criam uma espécie de vício nessas situações de perigo”, elucida Robert Muggah, diretor de pesquisas do Instituto Igarapé.

    Divulgação/Instituto Igarapé
    Divulgação/Instituto Igarapé ()

    O levantamento ainda evidenciou dados alarmantes sobre os pequenos mais vulneráveis socialmente, assim agruparem por presenciarem ações deste tipo em absolutamente todos as esferas que frequentam, inclusive a própria casa. 60% citaram os familiares como os protagonistas da violência sofrida, 25% já testemunhou ataques entre os próprios familiares, também na esfera domiciliar. Quando o assunto é agressão verbal, o percentual alcança expressivos 40%. Menos da metade, isto é, 40% dos menores de idade entrevistados admitiram se sentir seguros com a presença de policiais – fator que demonstra um despreparo crônico da instituição. 

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    Divulgação/Instituto Igarapé
    Divulgação/Instituto Igarapé ()

    “Quando eu tinha uns seis anos, meu tio tomou um monte de tiro e morreu. Na escola já cancelaram as aulas por causa de briga de bandido”, lembra Lucas Antonio de Amaral Marinho, de apenas 8 anos de idade. Lucas foi um dos participantes do estudo e mora com a família em uma comunidade em Nova Iguaçu. Seu irmão mais velho, Marcos Vinicius de Amaral, de 13 anos, não frequenta as aulas há uma semana, por medo: “Tem muita briga, os moleques de outro bairro ficam mexendo com quem não é de lá.”

    Divulgação/Instituto Igarapé
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