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Tendência cruel: Borboletas são congeladas para casamentos

Nova “moda” entre as noivas, prática de soltar borboletas durante a cerimônia estressa e maltrata os animais

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 mar 2017, 11h23 - Publicado em 1 dez 2015, 14h57
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  • Qual é o limite entre o desejo de ter uma cerimônia de casamento mágica e um verdadeiro show de horrores? O bom senso de cada noiva. Uma “moda” ecologicamente criminosa  está acontecendo nos casamentos do Brasil: soltar borboletas na igreja ao final da cerimônia.

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    Uma denúncia feita pela jornalista Claudia Matarazzo levantou uma grande discussão nas redes sociais nesta semana a respeito do uso indevido de animais em casamentos. A consultora de etiqueta revelou que durante um evento realizado em São Luis, no Maranhão, um cerimonialista perguntou o que ela achava de soltar borboletas na igreja ao final do casamento. “Já ouvi falar dessa coisa bem brega e ecologicamente criminosa, mas achava que era um caso isolado de uma noiva muito sem noção. Engano meu. A moda continua e com requintes de crueldade”, contou.

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    A prática começou nos Estados Unidos e logo conquistou as noivas brasileiras. A ideia é que os animais representem a delicadeza e beleza da nova união e deem sorte aos noivos. Afinal, o que pode dar mais sorte do que uma revoada de animais torturados e abatidos?

    Segundo relatos dos profissionais da área, as borboletas chegam de Salvador em caixas furadas para ventilar, mas pequenas para que não se mexam muito.

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    Na hora da “revoada”, normalmente durante o beijo ou a saída do casal, a equipe do cerimonial precisa bater nas caixas ou sacudi-las para que os animais se mexam, já que boa parte deles está morto ou muito fraco. Assim que soltos, já estressados, alguns voam um pouco e caem no chão.

    Reprodução Reprodução

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    Para enviar os animais para todo o Brasil, os borboletários utilizam o método da diapausa, uma espécie de hibernação dos insetos. As borboletas são embaladas e congeladas. A técnica diminui o metabolismo dos animais, deixando-os “desacordados”.

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    A diapausa é um processo que ocorre na natureza quando há quedas bruscas na temperatura. O problema da diapausa induzida é que o choque térmico é  muito forte, acarretando danos aos animais, pois o metabolismo pode demorar muito para voltar ao normal. Após acordar do desmaio, elas se assustam e voam desesperadas, mas morrem pouco tempo depois. Muitas acabam sendo pisoteadas pelos convidados da festa.

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    Além disso, a prática tem outras consequências ambientais. Ao soltar uma população estranha dentro de outro ecossistema causa-se um desequilíbrio na natureza.

    É da Bahia que partem a maioria das borboletas usadas em eventos. Borboletários oferecem a dúzia a partir de 135 reais. Elas são despachadas por avião dentro de caixinhas. Para a capital paulistana, por exemplo, são mais de duas horas de voo.  As noivas precisam retirar a encomenda no aeroporto.  As empresas especializadas recomendam a aquisição de no mínimo cinquenta borboletas para conquistar o “efeito” desejado na revoada.

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    O ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais – denunciou a prática após o relato da consultora.  Procurada, a assessoria de comunicação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA/BA) afirmou que desconhece a informação de que borboletas saiam da cidade para esse tipo de finalidade em outros estados e que não existem denúncias relacionadas ao caso.

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