Serviços de manutenção feito por mulheres: sim, por favor!
Conheça a história de Ana Luisa Monteiro, a jovem que conseguiu transformar uma experiência ruim em um negócio brilhante (e necessário).
Ana Luisa Monteiro sempre teve o sonho de fazer algo para e pelas mulheres. A ideia era empoderar, ajudar e fortalecer os laços feministas pela sororidade – mas ela não tinha nenhum palpite de como faria isso. De uma experiência ruim e desagradável (que muitas de nós provavelmente já passou por algo parecido) veio um serviço exclusivo para mulheres de “faz-tudo”: trocar botijão de gás, pintar paredes, instalar redes em janelas, ajudar a pendurar um quadro… Ana criou o M’Ana Serviços de Manutenção Residencial há duas semanas, como forma de levar às mulheres os serviços que elas necessitam, porém não sabem como fazê-los sozinhas e se sentem desconfortáveis com homens estranhos dentro de suas casas. “Moro com dois amigos e quando o cara do gás veio trocar o botijão – que já tinha vindo em casa antes -, ficou me perguntando se eu estava sozinha. Fingi que meus colegas iam voltar em breve e fui direto para a porta para que ele fosse embora logo”, relembra Ana.
Felizmente o sujeito saiu sem que nada mais grave acontecesse, mas isso despertou o antigo sonho de ajudar as manas. “Já tinha vontade há algum tempo de prestar serviços para mulheres, mas não sabia o quê ou como exatamente. Depois da experiência, pensei em montar um grupo de entregadoras (de gás), mas pela falta de capital e mão de obra isso não seria possível. Sempre fui essa pessoa que solucionava os problemas dos meus amigos. Um dia uma amiga postou no Facebook pedindo para alguém instalar uma rede para os gatos e fui conversar com ela. Depois de ajudá-la, descobri que poderia fazer isso para outras meninas e então comecei o M’Ana, como uma forma de fazer um “bico” e ajudar outras ‘manas'”. O sucesso foi tão grande que Ana trocou o emprego em uma produtora de vídeos para se dedicar aos serviços.
É muito legal porque as meninas ficam tão à vontade que acabamos nos tornando amigas depois.
O aprendizado veio da família: seu avô e primo a ensinaram parte do que sabe hoje. A outra parte veio da vivência de morar sozinha e precisar arrumar algo ali ou consertar outra coisa lá. Com o aumento da demanda, Ana Luisa pretende se especializar ainda mais, mas não existe uma vasta gama de cursos disponíveis. “No momento estou me profissionalizando e fazendo alguns cursos para atender melhor e oferecer mais opções e serviços mais complicados. Existem cursos técnicos, que às vezes duram meses ou anos, mas nada básico mesmo. São muito específicos, como só de elétrica ou hidráulicos. Por enquanto os cursos online são a melhor escolha.”
O M’Ana é uma porta aberta para as mulheres fazerem parte desse universo, ainda inexplorado.
Por meio do WhatsApp e Facebook, basta entrar em contato com ela para receber um orçamento do trabalho a ser feito. “Converso com a menina, vejo se é possível resolver o problema e envio um orçamento. A maioria das vezes não é necessária uma visita para ver o que ela precisa, recebo as fotos e consigo ter uma ideia”, explica. Por enquanto, os atendimentos são feitos na capital de São Paulo, mas os planos são de expandir para o ABC e outras regiões e até mesmo em outros estados. “Outras meninas de várias cidades, como Brasília, Cuiabá e Belo Horizonte, vieram conversar comigo para prestar os serviços nas suas regiões, saber como funciona e tal. Nós nos ajudamos com dicas, informações e divulgando o trabalho.”