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Por que a indústria de games não gosta das mulheres?

Estamos em 2015 e a indústria de games ainda nos trata como unicórnios, como se fôssemos apenas uma lenda.

Por Beatriz Blanco (colaboradora)
Atualizado em 11 abr 2024, 20h30 - Publicado em 11 Maio 2015, 15h52
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  • Aprendi a jogar videogame antes de aprender a ler, nos tempos de Atari 2600. Sempre tive amigas para jogar e soprar cartuchos comigo e por isso nunca achei que mulheres gamers eram algo incomum ou especial. Mas estamos em 2015 e a indústria de games ainda nos trata como unicórnios, como se fossemos apenas uma lenda.

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    É fácil perceber que os games são limitados pelo olhar masculino (e heterossexual). Os personagens homens são idealizados como modelos para esse público: fortes, heroicos e habilidosos. Já a maioria das personagens femininas são idealizadas principalmente como desejáveis… Para os homens. Ou será que nossos ideais de heroísmo se dividem entre sermos salvas de um sequestro ou lutarmos por aí de saltos altíssimos e maiôs desconfortáveis?

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    Onde estão as Katniss, as Elsas, as Daenerys dos jogos? Inspirações para outras mulheres ainda são exceções nos jogos eletrônicos. Recentemente, muitas gamers se manifestaram sobre o machismo da indústria e foram perseguidas na internet em um triste episódio que ficou conhecido como GamerGate.

    O GamerGate também é consequência da baixa representatividade feminina nos games, que por todos esses anos mandou um recado bem claro para as mulheres: não somos bem-vindas no meio. Somos “conspiradoras perigosas” e vamos transformar todos esses jogos ultra másculos em algo como aventuras da Hello Kitty…

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    Ignorar o público feminino não é inteligente e não está fazendo bem para os games, que sofrem com a repetição de fórmulas, abuso de remakes e continuações sem criatividade.

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    Eu atualmente prefiro os jogos independentes (ou indies) de pequenas produtoras, que são mais inovadores por serem mais abertos à diversidade de temas e personagens. O sucesso de vendas e crítica dos indie games só comprova que o mercado precisa desesperadamente de mudanças (até Frank Underwood já está jogando indies!)

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    Para dar um exemplo de que representatividade feminina não dói, em 2013, um jogo indie abertamente feminista chamado Gone Home foi um grande sucesso de vendas e levou as principais premiações da categoria. O jogo é focado no relacionamento entre irmãs e nas descobertas da adolescência. Spoiler: nenhuma mulher precisou ser salva de um sequestro.

    Jogos mais acolhedores com as mulheres não “destroem” a indústria de games e não tiram o precioso direito de cada um jogar o que quer. Pelo contrário, as grandes produtoras só ganham ao finalmente despertarem para praticamente metade do seu público. E se mesmo assim a indústria de games se recusar a abrir os olhos, nós continuaremos fazendo bastante barulho para acordá-la…

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