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Depois de passar por 224 cirurgias devido agressão de ex, jovem luta para combater a violência

Bárbara Penna também foi queimada pelo ex-namorado e perdeu os filhos no incêndio

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 27 out 2016, 20h42 - Publicado em 20 jul 2016, 16h48
Reprodução/Jefferson Botega/Agência RBS/Folhapress
Reprodução/Jefferson Botega/Agência RBS/Folhapress (/)
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Bárbara Penna foi vítima de um crime inacreditável. Em 2013, ela foi espancada, queimada e jogada pela janela pelo ex-namorado, João Guatimozin Moojen Neto. A fumaça do fogo que a queimou ainda matou seus dois filhos por asfixia. Ela precisou passar por 224 cirurgias para corrigir os traumas físicos da agressão – e ainda tem mais 7 previstas. João Guatimozin foi preso, confessou o crime, mas ainda não foi julgado. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, um instituto com o nome dela será criado para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica e sua história será contada em um documentário. “Quero Justiça pelos meus filhos, pelo vizinho que morreu e por mulheres e crianças que sofrem e não têm voz. Tem dias que só quero ficar deitada chorando, mas consigo ter força por todas nós”, escreveu em carta divulgada pelo jornal.

No depoimento, Bárbara conta como conheceu João, quando as agressões começaram e como se viu presa aos maus-tratos. Leia um trecho:

“Nasci em Goiânia e me mudei para Porto Alegre aos quatro anos, por causa do trabalho do meu pai, advogado. Conheci o João em 2011, aos 16, pelo Orkut. Tinha acabado de perder meu pai e estava grávida de seis meses da minha filha, que o João registrou no nome dele. Vivia em situação precária com a minha mãe, e ela me expulsou de casa devido à gravidez. Conheci a mãe dele, e ela me deu a primeira roupinha para a minha filha, quando eu já estava quase dando à luz. Fui acolhida. Pensei: “É essa família que eu quero”.

Ele começou a demonstrar muito ciúmes depois que ganhei minha filha porque emagreci. Deixava de ir à escola e de trabalhar para me vigiar. As primeiras agressões eram verbais. Ele me humilhava. Dizia que merecia ficar feia e quebrava minha chapinha. Terminamos várias vezes, mas eu não tinha para onde ir.

Meu segundo filho nasceu prematuro de sete meses em 2013. Ele não me batia grávida, mas me dava beliscões. Ele reclamava até do trajeto para buscar minha filha, Isadora, que ficava na creche porque eu passava o dia todo no hospital. Meu filho ficou dois meses na UTI. Ele não aceitava que eu tinha que sair. Ele deixou a casa da mãe ao nos separarmos e foi morar com a avó, no apartamento onde tudo aconteceu. Ele usava drogas e escondia isso.

Lembro que me ligou para ir ao apartamento, quando a avó estava fora, porque queria ver os filhos. O Henrique tinha três meses. “Ele está mudando, quer ficar com os filhos”. Não vi maldade e fui.”

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