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Culpa por descansar: 4 dicas para se livrar de vez dela

Erroneamente, o descanso vem sendo associado a um senso de fracasso, gerando ansiedade em grande parte das pessoas

Por Kalel Adolfo
16 jan 2024, 11h01

Sabe aquela sensação de entrar de férias (ou então apenas tirar uma folga) e ser dominada por um sentimento de culpa? Caso isso aconteça contigo, não se desespere: em uma sociedade que hipervaloriza a produtividade, é comum que nos sintamos assim. Mas, como a maioria deve imaginar, não é nada saudável estabelecer uma relação negativa com o descanso. A seguir, a psicóloga Luana Couto dá dicas para contornar esse raciocínio:

Por que nos sentimos culpadas ao descansar

De acordo com Luana, princípios socioculturais contribuem para definir valores tidos como “ideais”. É daí que surgem frases infames como “tempo é dinheiro”, “não podemos perder tempo” e por aí vai.

Tal raciocínio, inclusive, já começa na infância: “A agenda escolar, quanto mais ocupada, mais associada a um futuro promissor”, aponta.

Na fase adolescente, para além da agenda, a produtividade das notas também conota sucesso, indica Luana. Já durante a vida adulta, os nossos compromissos e conquistas irão definir o quanto somos valiosos para a sociedade.

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“Trouxe esse contexto para entendermos porque a dimensão de uso do tempo x conquistas ganha peso para a percepção de produtividade, pertencimento e adequação”, diz.

Ela explica que, neste cenário, produção, realização e movimento ficam associados ao bom uso do tempo, enquanto ficar “parado” traz a conotação de fracasso, perda e insucesso.

“Por esse motivo, é muito comum que as pessoas não se sintam confortáveis diante do ócio ou repouso. Há uma série de reforços que contribuem para avaliar as pausas de forma negativa: estagnação, procrastinação, falta de foco, preguiça”, afirma.

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Para a especialista, o ócio é extremamente desvalorizado e desencorajado, especialmente quando não está vinculado a momentos aceitos socialmente como férias, fins de semana, folgas e intervalos permitidos institucionalmente.

Sentir tédio é essencial

Segundo a psicóloga, sentir tédio nada tem a ver com a falta de estímulo ou interesse com o que se está fazendo. Na verdade, estar entediado é uma expressão de como nos sentimos em relação à nossa rotina.

“É muito natural que, após momentos de extrema dedicação energética e física, passemos por episódios de tédio, até porque ele também sinaliza cansaço e desgaste. Pessoas muito criativas ou que vivem muitos episódios desafiadores podem também experimentar o tédio em situações de menor tensão ou ausência de desafios”, esclarece.

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Para a especialista, é necessário buscar compreender os sinais que a mente nos traz diariamente, ao invés de julgá-los.

Descansar é essencial

Para a profissional, o repouso é o contrário do que as pessoas pensam. “É como se o descanso fosse uma ação que revelasse uma fraqueza ou desvio moral, antagônico à produtividade. Enquanto que, na verdade, ele é um potencializador”, diz.

Segundo a psicóloga, descansar é saudável para o cérebro, tendo em vista que as pausas ativam circuitos importantes para a produção de prazer, potencializando a criatividade e contribuindo para o pleno funcionamento da mente e do corpo.

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Dicas para se livrar da culpa ao descansar

Pegou o recado? Então confira, a seguir, algumas dicas para se livrar da culpa ao descansar:

1. Programe pausas

De acordo com Luana, é imprescindível parar e se desconectar de qualquer coisa que estiver fazendo.

“Se você trabalha em escritório, busque um espaço mais isolado. Caso faça home office, mude de ambiente. Comece com 10 minutos, depois estenda um pouco mais. Comece com uma vez por semana, depois duas. Aos poucos, aumente até chegar a todos os dias da semana. Se pintar a culpa, volte ao início”, explica.

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2. Estimule mais pessoas a fazerem o mesmo

Luana afirma que não devemos esquecer de levar este hábito para a família e amigos. “Fale a respeito. Ouvir e compartilhar experiências ajuda para que seu cérebro estabeleça este novo padrão e o normalize”, diz.

3. Estabeleça metas pessoais e também as inclua na sua agenda de afazeres

O ócio também pode te ajudar a resgatar coisas que te faziam bem e que estavam estacionadas. “Pode ser buscar o filho uma vez por semana na escola, ler dez páginas de um livro por dia, tomar um banho mais demorado… Tá vendo como uma coisa liga a outras?”, aponta.

5- Faça um painel de conquistas que o dinheiro não compra

Por fim, Luana aconselha mensurar tudo que você passou a conquistar desde quando passou a reservar um pouco mais o olhar e tempo dedicado para si. E aí, partiu testar?

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