Burnout Digital: quando a internet causa esgotamento emocional
Estar conectado o tempo todo pode causar danos à saúde física e mental. Especialista explica os motivos da fadiga e dá soluções possíveis para melhoras
Não importa se você está no trabalho, tomando banho ou esperando alguém chegar, a internet se tornou uma companheira quase indispensável: das 24 horas que um dia tem, 9h30 é o tempo médio que o brasileiro passa conectado a ela, segundo relatório da We Are Social. Isso, é claro, traz consequências, como o burnout digital.
Esse termo se refere ao esgotamento físico e mental graças ao contato em demasia com as telas. “Não se trata de uma doença, mas sim de um estado de exaustão mental, emocional e física causado pelo uso excessivo de tecnologias”, segundo Edwiges Parra (@edwigesparra_psicologa), psicóloga especialista em saúde mental digital e desenvolvimento humano.
Irritabilidade, insônia, percepção de aumento da sobrecarga psicológica e dificuldades de concentração são só alguns dos sintomas associados ao tempo excessivo de tela. Mas, ao falar do burnout digital, isso é intensificado: exaustão emocional, baixa autoestima, depressão, ansiedade, despersonalização ‒ um distanciamento afetivo das pessoas à volta ‒ e baixa realização profissional podem surgir.
O sono, a tendência ao sedentarismo e a produção de cortisol, o hormônio do estresse, aumentam. A socialização também fica comprometida, aumentando a sensação de que está sozinho e, dessa forma, agravando ainda mais os problemas de saúde mental.
Causas e sintomas
“Uso excessivo de smartphones, tablets e computadores, pode levar a um excesso constante de informações e estímulos digitais”, pontua a especialista. Além disso, estar sempre disponível e acessível para o contato com a internet e as redes sociais é outro fator associado ao problema. “Além disso, temos as informações em abundância, capazes de gerar uma sobrecarga ao nosso cérebro, pois ele não dão tempo suficiente de processar ou minimamente deixar a mente repousar.”
Problemas de sono, com dificuldades para dormir cada vez maiores, diminuição de energia, fadiga constante, tensão ocular, dores no peito ou cabeça e diminuição do interesse no trabalho são alguns dos sinais de que você pode estar com burnout digital. Isso tudo pode levar a problemas mais duradouros, estando relacionada, inclusive, à depressão e ansiedade.
Como evitar ou tratar?
Além de ter acompanhamento com um psicólogo, é importante impor limites. Respeitar a hora de começar e parar é superimportante para uma relação saudável com a tecnologia. Ter momentos longe das telas também tem seu valor, de acordo com a especialista.
“Estabeleça hábitos funcionais, tenha uma alimentação saudável, pratique atividades físicas, medite, leia, adote a higiene do sono, tenha uma vida social, determine limites de uso no dia a dia e faça sempre pausas”, indica a médica, que lembra: “As tecnologias são ferramentas para facilitar nosso cotidiano, não devemos ter seu uso como fator principal da existência humana”.