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A meditação e as práticas de relaxamento são a mesma coisa?

Apesar de serem similares, o objetivo principal da meditação vai muito além do alívio do estresse

Por Maria Clara Serpa (colaboradora)
Atualizado em 29 jul 2020, 10h37 - Publicado em 23 jun 2020, 09h30
vida saudável
7 passos para ter uma vida mais saudável (Patrik Giardino/Getty Images)
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Você, com certeza, já se deparou com alguma matéria por aí falando sobre a importância de meditar para diminuir o estresse, especialmente durante a pandemia. Ou então, alguma amiga te mandou uma mensagem falando que você precisa começar a meditar para diminuir a ansiedade ou o nervosismo no trabalho. E, há muito tempo, é assim: a meditação é tratada como um remédio para o estresse, mas, na verdade, ela é muito mais que isso.

Quando questionadas sobre os benefícios das práticas meditativas, a grande maioria das pessoas irá responder que o relaxamento é o maior deles, mas, segundo Fernando Gabas, criador do protocolo Life Matters, um curso de meditação que busca ensinar diversas técnicas e guiar os participantes ao bem-estar, este é apenas um efeito secundário de uma prática que surgiu com o objetivo de buscar autoconhecimento, há milhares de anos. Por isso, precisamos parar de banalizar a meditação. “Hoje em dia, se ouve muito ‘vai meditar’, como se fosse a solução para tudo, um antídoto que você toma para desestressar e, em vinte minutos, tudo estará bem. Mas não podemos tratar a meditação como algo simplista”, ressalta.

Essa busca por uma melhoria imediata dos sentimentos negativos pode trazer frustração e até piorá-los. Há relatos de pessoas que se sentiram ainda mais estressadas depois de tentar meditar, porque não conseguiram se dedicar completamente à prática logo de cara. Como muitas outras atividades, é necessário tempo para colher bons frutos. “É igual quando resolvemos tocar um instrumento ou começar a praticar um esporte. Não aprendemos do dia pra noite, precisamos de técnica, dedicação e constância. Com a meditação é igual, por isso, é errado banalizar a prática e dar essa ideia de que é só baixar um app no celular. Para se tornar um meditador, é necessário muito mais do que isso”, explica Fernando.

Apesar de não serem a mesma coisa, muitas vezes a meditação e as técnicas de relaxamento se confundem, porque de fato causam efeitos parecidos. Mas o relaxamento é algo muito mais momentâneo e a meditação é uma prática a longo prazo. As técnicas de relaxamento variam muito de pessoa para pessoa, cada um sabe o que a faz se acalmar. Pode ser sentar e respirar, ouvir uma música que goste, praticar exercícios físicos, escrever. Saber exatamente que atividade causa essas reações no seu corpo é muito importante para renovar as energias depois de um dia estressante e corrido, por exemplo. É como se as práticas fossem injeções de ânimo que ajudam diretamente nas consequências físicas do estresse, diminuindo a frequência cardíaca e respiratória, a pressão arterial e relaxando a musculatura.

Isso tudo também acontece na meditação, mas o efeito não é tão imediato como no caso do relaxamento. O que acontece é que, ao trabalhar a mente e o autoconhecimento, o meditador consegue lidar melhor com situações que não estão na sua zona de conforto. “O cérebro do indivíduo ‘não-treinado’ funciona através do sistema padrão, caracterizado por uma viagem constante da mente, com muitos devaneios e muito centrada em si mesmo. É como se fosse o piloto automático do cérebro. Em quem medita regularmente, os sistemas cerebrais começam a se alterar e passam a atuar através do tasking mode, em que a pessoa fica muito mais focada no agora, calma, estabilizada”, aponta.

Para Fernando, a meditação transforma a experiência de vida. Ao se conhecer, se entender, a pessoa passa a compreender que é normal ter momentos de inquietude em meio aos dias calmos e focados. Ao se concentrar na mente e trabalhá-la, conseguimos ter uma nova perspectiva dos sentimentos diários e, assim, lidamos melhor com eles. A meditação vai muito além de um momento de relaxamento: ela deixa a mente mais estável e nos ensina a lidar melhor com as frustrações e o estresse. Por isso, os meditadores são considerados mais práticos, calmos, focados e deixam de ser pessoas reativas.

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A meditação é para mim?

Há quem diga que a meditação não funciona para si, mas a verdade é que, pela diversidade de métodos e tipos, ela é sim uma prática que pode e deve ser aderida por todo mundo e apresentará benefícios diferentes para cada pessoa. “O objetivo de todo mundo é se sentir bem, ter paz interior e uma experiência de vida saudável. Então, claramente, a meditação é para todos. Você precisa conhecer sua ‘tecnologia interior’ para poder buscar esse sentido. O problema maior é que a educação no mundo é muito voltada para conquistar coisas fora, ganhar dinheiro, prêmios. Isso é muito importante, mas você tem que buscar sucesso dentro de si antes, senão o sucesso de fora não vai te trazer felicidade”, aponta Fernando.

Ele também conta que, em seu curso, busca apresentar o maior número de linhas meditativas para que os alunos, sozinhos, consigam descobrir qual é a melhor para si. Mesclar mais de uma também é possível. As cinco linhas mais conhecidas e reconhecidas cientificamente são:

Mindfulness: é a mais famosa atualmente e se aplica melhor a pessoas mais introvertidas. É uma técnica em que a pessoa fará o exercício sozinha, sem precisar falar com ninguém, observando sua respiração e sensações corporais.

Awareness Puro: é especialmente indicada para as pessoas mais abertas e criativas. Nessa prática, ocorre a dissolução dos aspectos de separação do universo, com exercícios que aguçam a imaginação e a criatividade.

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Estilo Zen: geralmente funciona melhor para quem é mais lógico e racional. Ela propicia uma viagem interior e, através de indagações, leva o praticante a fazer uma análise interna de si mesmo e do que é importante em sua vida.

Metta Meditations: como envolvem movimento e energia e são menos “paradas”, são as mais indicadas para quem é mais energético e sensível. Elas trabalham com movimentos e envolvem amor, bondade e cultivo de compaixão.

Meditações Guiadas: para os meticulosos e seguros, é a melhor opção. Uma vez que são baseadas em mantras, geralmente seguem uma estrutura fixa, o que provavelmente agradará quem gosta de modelos mais constantes.

Quando devo começar?

Para Fernando, o ideal é sempre começar agora. “Não temos porque esperar para ter uma experiência de vida bacana”, diz. Se seu objetivo é viver de forma saudável, se conhecer e conseguir buscar a paz interior, não é necessário esperar estar passando por um momento de estresse para começar a prática. Como dissemos, isso pode até atrapalhar na continuidade da meditação.

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Hoje, é muito mais fácil conseguir inserir a meditação na vida. Os aplicativos que guiam os usuários podem ser boas opções para quem tem facilidade em criar hábitos sozinho e é disciplinado. Para quem tem uma certa dificuldade nesse aspecto, participar de cursos e talks que durem mais tempo é uma maneira mais certeira. Ter alguém ao seu lado – mesmo que virtualmente – e ter o compromisso com a prática vai ajudar a inseri-la de vez em sua rotina, de forma progressiva.

Outro ponto importante é não se prender a um único jeito de meditar. Se perceber que a técnica que testou realmente não funciona para você, busque outras maneiras ou mescle os diferentes estilos. Assim, você pode até desenvolver sua maneira preferida.

Embora sejam coisas diferentes, a meditação e as práticas de relaxamento são importantes e, quando inseridas na rotina, os benefícios são claros. Ambas nos ajudam a lidar melhor com a vida estressante que enfrentamos. Permita-se experimentar as duas e, assim, você pode ter um dia a dia mais proveitoso.

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